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Guarda Revolucionária do Irã defende realização de testes nucleares
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em artigo publicado em seu site, a Guarda Revolucionária do Irã --unidade militar de elite que responde diretamente à cúpula do regime-- defendeu a ideia de que o governo realize testes nucleares, algo que despertou reações entre as potências ocidentais e que a Casa Branca classificou como provocação.
Para o Ocidente, o artigo entitulado "O Dia Após o Primeiro Teste Nuclear Iraniano -- Um Dia Normal", indica que o país possa, de fato, manter um programa nuclear com o objetivo de construir uma bomba atômica --o que Teerã nega.
"O dia após o primeiro teste nuclear iraniano para nós iranianos será um dia normal, mas nos olhos de muitos de nós, haverá um novo brilho, do poder e dignidade desta nação, acrescenta o artigo.
Nesta quarta-feira, o vice-presidente e chefe da agência nuclear iraniana, Fereidoun Abbasi, anunciou que o país vai produzir urânio enriquecido a 20% em sua nova instalação de Fordo, que fica próxima da cidade santa de Qom --localizada 150 km ao sul de Teerã-- para, com isso, triplicar sua capacidade de produção, mesmo com a pressão das sanções internacionais contra seu programa nuclear.
"Sob o controle da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), neste ano vamos transferir nossas atividades de enriquecimento de urânio a 20% de Natanz para Fordo e assim triplicaremos nossa capacidade de produção", disse o chefe do programa nuclear iraniano no site da rede de TV estatal.
"Quando tivermos aumentado nossa capacidade de produção em Fordu, deixaremos de enriquecer urânio a 20% em Natanz, acrescentou.
O especialista David Albright, do Instituto para Segurança Internacional e da Ciência, que monitora possíveis intenções de fabricação de armas atômicas, disse que o anúncio de Abbasi e o artigo da Guarda Revolucionária indicam que há grandes chances de que o Irã esteja de fato avançando rumo à bomba atômica.
"[O aumento da produção de urânio enriquecido] não faz sentido para fins de pesquisa civil", disse.
CASA BRANCA
A Casa Branca considerou "um ato de provocação" o anúncio do Irã e exortou o país a "reexaminar" a decisão.
"Estamos preocupados com as intenções anunciadas pelo Irã de continuar reforçando seu programa de enriquecimento (nuclear) e com a violação de suas obrigações internacionais", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Tommy Vietor.
A França já havia afirmado que o anúncio era uma "provocação" e instado o Irã a "por fim às violações" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que proíbem o enriquecimento de urânio no país.
"Este anúncio é uma provocação que reforça as preocupações da comunidade internacional diante da intransigência do regime iraniano", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores francês, Bernard Valero.
Valero enumerou ainda os temas de questionamento da comunidade internacional e que, até hoje, o Irã não respondeu: "a continuidade das atividades de enriquecimento na central nuclear de Natanz, a construção do reator de água pesada em Arak, o ocultamento do reator de Qom."
O urânio pode ser enriquecido a vários níveis, dependendo do objetivo final do material. A 20%, um enriquecimento baixo, ele serve para gerar energia e também como isótopo médico para tratamento de câncer. A 90%, ele pode ser usado para fabricação de bombas.
O Ocidente afirma que Teerã mantém um programa nuclear com fins militares. O país nega e alega produzir apenas energia para uso civil.
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