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Carstens diz que Lagarde tem grandes chances de ser chefe do FMI
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DA EFE, EM WASHINGTON
O presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, se queixou nesta segunda-feira que a Europa está "sobrerrepresentada" no Fundo Monetário Internacional (FMI), e reconheceu que sua rival para dirigir o organismo, a ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, tem "grandes chances" de conseguir o posto.
Carstens, que nesta segunda-feira está em Washington para promover sua candidatura à direção do Fundo, fez um apelo por uma reforma mais profunda do sistema de representatividade no organismo.
"Os países emergentes devem mostrar do que são capazes. Eu estou aqui para oferecer esta alternativa", disse o mexicano em uma conferência no Peterson Institute.
Embora tenha reconhecido que as possibilidades de Lagarde ser a próxima diretora-gerente do FMI serem "altas", Carstens indicou que "isso não anula o fato de que os mercados emergentes devem abrir um precedente" ao apresentar outra opção.
"Pode ser que precisemos de mais de uma tentativa para conseguir o posto, mas se não começarmos em algum momento, nunca conseguiremos", acrescentou.
Carstens fez referência à norma não escrita que determina que o diretor do FMI seja um europeu, algo que vem se mantendo desde a fundação do organismo multilateral em 1945.
"É muito difícil romper uma tradição de 65 anos, especialmente quando um dos grandes jogadores, como é a Europa, sente que precisa manter o controle na instituição devido à crise [na zona do euro]", refletiu o presidente do Banco Central do México.
No entanto, Carstens ressaltou que uma das vantagens de sua candidatura é poder apresentar um olhar mais isento do que o de Lagarde.
"Alguém de fora da Europa poderia falar com mais franqueza", disse ao comentar a situação de alguns países europeus, como a Irlanda, Grécia e Portugal, que solicitaram ajuda financeira internacional.
"Eu ajudaria a fazer com que o trabalho do Fundo não fosse percebido como parcial, tenho certeza que Lagarde tentará evitar isto e se apresentará como uma diretora não inclinada à União Europeia", acrescentou.
"Mas essa pergunta vai ficar no ar, e ela terá que provar que não é. E isso é algo que eu provavelmente não terei que demonstrar", concluiu Carstens.
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