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Lula faz crítica indireta a Obama devido à Líbia
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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Atualizado às 23h21.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou indiretamente na noite desta quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Sem falar o nome do colega, Lula disse, durante um jantar na Embaixada da Angola, em Brasília, "que tem países que quando presidente cai nas pesquisas autoriza ataques a outro país".
Segundo o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), Lula afirmou que os países ricos precisam construir a paz e não patrocinar a matança. O Brasil se abstive na votação do Conselho de Segurança que aprovou ataques aéreos a Líbia, país controlado pelo ditador Muammar Gaddafi, em março. Obama é candidato à reeleição.
Ao comentar a onda de revoltas no Oriente Médio e na África do Norte, o ex-presidente voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU e aproveitou para pedir apoio dos diplomatas presentes no evento para um assento do Brasil no órgão.
No encontro, o ex-presidente recebe uma homenagem pela relação com os países africanos em seus oito anos de mandato. Em seu discurso, Lula disse que é preciso que o mundo tenha um novo olhar sobre a África. Nos próximos dias, ele deve discursar na União Africana.
De acordo com o senador, Lula fez uma reunião ontem em São Paulo com empresários e intelectuais para discutir sua fala para a África. "Lula disse que não vai levar um prato feito, não vai com cabeça de colonizador.
Quer propor parcerias. Não vai chegar com receita do Bolsa Família e Luz Para Todos", disse Crivella.
Lula não fez referencia as idéias do Instituto Lula para o continente africano. Ao deixar a Presidência, o presidente disse a interlocutores que pretendia promover ações de cooperação do Brasil com a África.
Lula disse ainda que ficou frustrado por não ter conseguido fazer com que as companhias aéreas estabelecessem rotas frequentes para a África.
O ex-presidente também informou que deve visitar nas próximas semanas o Egito. Participam da homens diplomatas, ex-ministros do governo Lula, como Franklin Martins, a atual ministra da Cultura Ana de Hollanda, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli, além do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurelio Garcia.
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