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Relatório da ONU mostra limites da segurança nuclear no Japão
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DA REUTERS, EM VIENA
Os organismos reguladores nucleares do Japão não conseguiram revisar e aprovar medidas tomadas após 2002 para proteger a usina de Fukushima Daiichi contra tsunamis, e estas se mostraram insuficientes para evitar o desastre de três meses atrás, mostrou um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas).
Um levantamento detalhado de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)- a primeira avaliação exterior da crise nuclear japonesa - insinuou várias limitações tanto antes quando depois da onda gigante que danificou a usina em março.
Mas o documento também elogiou a maneira como os trabalhadores no local lidaram com a situação depois que o terremoto seguido de tsunami devastou os reatores em 11 de março, desencadeando a pior catástrofe nuclear do mundo em um quarto de século.
Dadas as circunstâncias extremas, é questionável "que quaisquer soluções melhores do que as de fato escolhidas poderiam ter sido implementadas de forma realista," afirmou o relatório de 160 páginas, preparado para uma reunião ministerial de segurança nuclear em Viena na semana que vem.
Um sumário de três páginas foi divulgado no final da missão de inspeção de 18 membros realizada entre 24 de maio e 2 de junho no Japão, dizendo que o país subestimou a ameaça de tsunamis à usina de Fukushima e exortou mudanças rápidas em seu sistema regulatório.
As autoridades japonesas têm sido criticadas por falhar no planejamento para um tsunami que ultrapassasse o muro de 5,6 metros na usina nuclear no nordeste japonês, apesar dos alertas de que tal risco se avizinhava.
A onda que atingiu o complexo após o tremor de magnitude 9,0 tinha cerca de 14 metros de altura.
Em mais um revés nos esforços para retomar o controle da usina afetada, um aumento de radiação interrompeu a limpeza de água radioativa em Fukushima neste sábado, poucas horas após ter sido iniciado.
O relatório completo da AIEA informou que houve "providências de defesa aprofundada insuficientes" para riscos de tsunami, embora tenham sido contempladas no desenho e no assentamento da usina operada pela Tokyo Electric Power Company, ou Tepco.
ATRASO NAS DECISÕES
Medidas de proteção adicionais foram adotadas como resultado de uma avaliação depois de 2002 - a altura projetada para o tsunami foi aumentada - mas foram insuficientes "para lidar com os altos valores ascendentes de tsunami e todos os fenômenos de risco associados."
"Ademais, estas medidas de proteção adicionais não foram analisadas e aprovadas pela autoridade reguladora," disse o relatório, acrescentando: "As providências de administração de acidentes graves não foram adequadas para lidar com múltiplas falhas na usina."
O documento, obtido pela Reuters, foi submetido aos estados-membros da AIEA na sexta-feira, mas ainda não veio a público.
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