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Número de imigrantes é o maior em 15 anos, aponta ONU
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DA ANSA
Mais de 43,7 milhões de pessoas atualmente fogem de seus países de origem, o maior número registrado em 15 anos, dos quais mais de 15 milhões são refugiados. A informação foi divulgada hoje pelo Acnur (Alto Comissariado das nações Unidas) para os Refugiados na ocasião no Dia Mundial dos Refugiados.
De acordo com o relatório "Global Trends 2010" apresentado hoje em Roma por António Guterres, alto comissário da ONU, dentre os imigrantes, 80% são recebidos em países em desenvolvimento, enquanto nos países industrializados se vê uma crescente hostilidade contra os estrangeiros.
Dentre os 43,7 milhões, 15,4 milhões são refugiados, 27,5 milhões são fugitivos dentro de seu próprio país por causa de conflitos internos, e 850 mil são requerentes de asilo político.
Paquistão, Irã e Síria têm o maior número de refugiados - 1,9 milhões, 1,1 milhões e um milhão, respectivamente. O relatório não incluiu os números dos deslocamentos forçados que ocorreram no primeiro semestre deste ano, como os da Líbia, Costa do Marfim e Síria, onde se sabe que cerca de 10 mil fugiram para a Turquia.
Guterres considerou ainda "particularmente angustiante" a informação de que 15,5 mil pedidos de asilo são apresentados por menores de idade sozinhos, sendo que boa parte deles são somalis ou afegãos.
Na apresentação dos dados do relatório, ele aproveitou para condenar a política de impedir o atracamento de barcos como os que cruzam o mar Mediterrâneo com imigrantes ilegais da África para a Europa e defendeu que a repatriação só pode ser realizada caso os imigrantes não tenham direito a asilo político.
"Somos absolutamente contrários a qualquer forma de rejeição", "a melhor forma de resolver a situação não é rejeitar barcos, mas garantir o acesso aos territórios", afirmou Guterres em coletiva de imprensa. Ele ressaltou que "quem tem direito ao asilo político deve ser acolhido, enquanto os outros podem ser devolvidos de volta [ao país de origem], no respeito do direito internacional".
Questionado sobre o crescimento de partidos xenófobos na Itália e na União Europeia, o comissário respondeu que as Nações Unidas lutam "pelos valores da tolerância e a supremacia da razão contra o uso do medo e do ódio como condicionamento da opinião pública", "coisa que é usada em propagandas populistas e em mídias irresponsáveis", acrescentou Guterres, que se encontrou hoje com representantes da Chancelaria italiana.
Na Itália, o número de refugiados é de 56.397, sendo que destes, 4.076 requerem asilo e 854 não tem pátria. Segundo o comissário, os números do país são baixos "em termos tanto absolutos quanto relativos, em comparação com outros países da União Europeia".
"Na Dinamarca, Países Baixos e Suécia, os refugiados são entre três e nove entre mil habitantes. Na Alemanha, são sete, no Reino Unido, são quase quatro, enquanto na Itália [são] menos de um entre mil habitantes", informou.
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