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EUA correm risco de entrar em década perdida, alerta analista
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO
Os Estados Unidos correm o risco de repetir os erros do Japão e mergulhar em uma década perdida, como a economia japonesa nos anos 90.
Esse é o alerta de Richard Koo, economista-chefe do Nomura Research Institute e o maior especialista nas chamadas "recessões de balanço", em que os consumidores e empresas precisam passar por um processo de desendividamento.
Koo vem ao Brasil na semana que vem, para uma palestra sobre "O que os EUA devem aprender com a recessão japonesa."
Folha - O Sr vê risco de a economia americana estar novamente entrando em recessão?
Richard Koo - A economia americana está perdendo fôlego gradualmente. A recuperação de 2009 se deveu basicamente ao estímulo fiscal promovido pelo governo. Agora, esses estímulos estão acabando, mas ainda não há uma substituição pela demanda do setor privado. O setor privado ainda está em processo de desendividamento e não vai começar a consumir até que isso acabe. O apoio do governo à economia ultimamente era monetário, com aumento da liquidez, o que não adiantava, o que é necessário é estímulo fiscal. Os EUA estão exatamente na mesma situação que o Japão.
O Sr diz que os EUA estão em uma recessão de 'balance sheet'...
Sim, é o mesmo problema que o Japão teve. Não se trata de uma recessão comum, é uma doença diferente. É uma recessão que só aparece uma vez a cada 70 anos. Uma recessão de balanço ocorre após a explosão de uma bolha de ativos, financiada com endividamento. O setor privado está reduzindo suas dívidas, contraídas no período de euforia. Portanto, não adianta ficar injetando liquidez, reduzindo juros, porque consumidores querem reduzir suas dívidas, e não tomar empréstimos. O que precisamos agora é uma continuação de programas de estímulo fiscal, em que o governo toma emprestado e gasta em obras, por exemplo, para substituir a demanda que o setor privado não está originando.
O Sr teme que os EUA estejam caindo na mesma armadilha que o Japão?
Sim. Vai ser muito difícil convencer os republicanos que o governo precisa continuar gastando nos programas de estímulo fiscal, porque eles querem começar a cortar despesas e reduzir já o déficit. Mas se os ortodoxos conseguirem acabar com os estímulos fiscais agora, enquanto o setor privado ainda está se desendividando, a economia volta a desacelerar. Levou 15 anos para eles saírem da "recessão de balanço" nos anos 90, porque eles retiravam de forma prematura o remédio necessário.
O Sr acredita que os EUA estejam sofrendo de um desemprego estrutural, e que mesmo quando a economia reaquecer a taxa não irá cair muito?
Não. Trata-se de um problema de demanda, assim que voltar a demanda, voltam os empregos. É importante, por isso, não acabar com o estímulo fiscal de forma prematura.
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