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Chávez diz que parte do tratamento pode ser feito no Brasil
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FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste sábado que parte do seu tratamento contra o câncer poderá ocorrer no hospital Sírio-Libanês em São Paulo, visitado nesta semana por seu chanceler Nicolás Maduro.
"Tudo isso agora requer compatilizar possibilidades, necessidades reais do tratamento [de câncer]", disse Chávez, que nas próximas horas deve viajar a Havana para começar sessões de quimioterapia.
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Chávez agradeceu o governo brasileiro, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela intermediação com o hospital privado.
Contou que se comoveu com o esforço de Lula para convencê-lo a ir se tratar no Brasil. Segundo Chávez, o ex-presidente se encontrou com o chanceler venezuelano em São Paulo e lhe disse: "Nicolás, diga a Chávez que se for necessário dormir na porta do quarto cuidando ele, eu dormirei", disse Chávez.
Miraflores Palace/Reuters |
Chávez disse que parte do seu tratamento contra o câncer poderá ocorrer no hospital Sírio-Libanês em São Paulo |
"Nicolás [Maduro] não previa visitar o hospital. Ele me ligou e disse: 'Dilma me pediu que fosse ao hospital, que estavam lhe esperando', disse Chávez. "É um dos melhores hospitais do mundo."
"Agradeço de todo meu coração em meu nome, do meu povo, de minha familia, de todos nós."
DELEGANDO FUNÇÕES
Hoje mais cedo, Chávez, delegou ao vice-presidente executivo, Elias Jaua, várias funções e prerrogativas até agora suas, incluindo a de expropriar bens. A ação de Chávez foi tomada em meio a decisão de viajar a Cuba para se tratar de câncer. A viagem está prevista para este sábado.
O presidente venezuelano foi autorizado, nesta manhã pela Assembleia Nacional, a viajar a Havana. Na ilha de Fidel Castro deve se submeter a quimioterapia. Ele não anunciou a data de retorno.
"Espero que não seja um período muito longo [de ausência]", comentou.
Durante transmissão em cadeia de rádio e TV, o presidente afirmou que se reunirá com seus ministros por "via telemática" e inaugurou o uso de uma assinatura eletrônica que lhe permitirá referendar documentos estando "em Havana, em Moscou", segundo Chávez.
Chávez, que voltou à Venezuela no dia 4 após quase um mês fora do país, disse que seria "o primeiro" a transferir o poder se estivesse com "capacidades diminuídas". Afirmou, porém, que a situação jamais ocorreu, nem mesmo no período imediatamente após a cirurgia que fez no dia 20 em Havana para retirada de um tumor. Ele contou que esteve quatro dias na UTI.
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