Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/07/2011 - 10h07

Dez funcionários de Murdoch trabalham para Scotland Yard, diz chefe da polícia

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O chefe demissionário da Polícia Metropolitana de Londres, Paul Stephenson, afirmou nesta terça-feira em depoimento ao Parlamento britânico que ao menos dez funcionários do conglomerado de mídia News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, trabalham para a organização.

FBI abre investigação sobre News Corp. nos EUA
Entenda as denúncias contra o tabloide "News of the World"
Escândalo fecha jornal britânico após 168 anos; saiba mais
Veja cronologia do escândalo dos grampos

Stephenson renunciou no domingo (17) por seus laços com o ex-editor do tabloide "News of the World" Neil Wallis, em meio a especulações de que a chefia da Scotland Yard teria trabalhado para evitar uma investigação a fundo do escândalo de grampos envolvendo a publicação, que começou em 2006.

Ele afirmou que dez dos 45 funcionários de imprensa que trabalham para a Scotland Yard são do conglomerado. Entre eles está Wallis, que foi contratado por Stephenson para ser consultor de relações públicas da polícia por um ano, até setembro de 2010.

PA/Associated Press
Chefe de polícia, Paul Stephenson, dá depoimento ao Comitê do Interior do PArlamento britânico
Chefe de polícia, Paul Stephenson, dá depoimento ao Comitê do Interior do Parlamento britânico

Wallis trabalhou como editor adjunto do tabloide em 2003 junto com o ex-diretor Andy Coulson antes de ser nomeado diretor executivo em 2007.

No domingo, a imprensa britânica informou que Stephenson teria passado algumas semanas em um spa de luxo, com as despesas pagas por Wallis, que era assessor de imprensa do local. A polícia diz que a fatura foi paga pelo gerente do hotel, mas não explica por que o policial recebeu o presente.

Há ainda a suspeita de que o tabloide pagaria propina à polícia por informações e para que ela não se esforçasse para investigar as denúncias de escutas telefônicas ilegais.

Ele negou qualquer laço inapropriado com Wallis e negou também saber que o jornal grampeava milhares de celebridades, políticos, funcionários da família real e até, segundo denúncias mais recentes, familiares de soldados mortos em guerra e vítimas de crime.

"Por que não informei ao primeiro-ministro antes que o nome de Wallis esteve vinculado com as escutas telefônicas: Não tinha razão alguma para relacionar Wallis com as escutas telefônicas. Não tinha razão para duvidar que havia algo inapropriado", disse Stephenson, argumentando que Wallis trabalhava apenas meio-período para a Scotland Yard.

POLÊMICA

Stephenson aproveitou ainda a audiência para esfriar a polêmica criada com o primeiro-ministro David Cameron.

Em seu anúncio de renúncia, o policial também justificou o fato de não ter informado a Cameron a respeito da contratação de Wallis.

"Uma vez que Wallis apareceu associado às escutas telefônicas, eu não queria comprometer o primeiro-ministro revelando suspeita sobre alguém que era claramente próximo a [Andy] Coulson."

Coulson foi editor do "NoW" e assessor de imprensa de Cameron, cargo ao qual renunciou quando os escândalos ressurgiram.

Ele comparou ainda a contratação de Wallis e a de Coulson, falando que a do primeiro era um caso "menor".

Stephenson, que permanece no cargo até um substituto ser escolhido, declarou ao Comitê de Interior da Câmara dos Comuns que "não estava golpeando o primeiro-ministro".

"Eu não posso controlar a forma pela qual os meios de comunicação interpretam as coisas. Eu digo aqui e agora que não foi um ataque pessoas ao primeiro-ministro", disse.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página