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Prisão de criminoso de guerra abre caminho para Sérvia na UE
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NEIL MACDONALD
DO "FINANCIAL TIMES", EM BELGRADO
Na quarta-feira, a Sérvia deteve o último fugitivo suspeito de crimes de guerra durante os conflitos dos Bálcãs nos anos 90, cumprindo a obrigação que faltava para com um tribunal da ONU e eliminando um obstáculo político persistente à sua admissão pela União Europeia.
Goran Hadzic, presidente da república separatista de Serb Krajina durante o conflito de 1991-1995 na Croácia, é acusado de matar centenas de pessoas e perseguir milhares de croatas e outras pessoas não sérvias, como parte de planos de limpeza étnica comandados de Belgrado. Hadzic é alvo 14 acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade da parte do tribunal da ONU para os crimes de guerra na antiga Iugoslávia.
Ele foi detido na manhã de quarta-feira em Krusedol, uma aldeia ao norte de Belgrado, enquanto aparentemente esperava por um contato com quem se encontraria, disseram as autoridades sérvias.
A detenção dele ocorreu menos de dois meses depois que Ratko Mladic, antigo general comandante do Exército dos sérvios da Bósnia, foi capturado, sob acusações de genocídio. A despeito desse avanço, alguns dos países membros da União Europeia continuaram a insistir em que todos os suspeitos precisavam ser presos e extraditados, como condição para que a Sérvia fosse admita como membro do bloco.
Boris Tadic, o presidente que vem conduzindo a integração da Sérvia à União Europeia, confirmou a detenção final, enfatizando a necessidade de justiça para todas as vítimas da região.
"Não o fizemos pela União Europeia, mas sim para cumprir nossa obrigação moral", disse. "Não o fizemos devido à pressão de Bruxelas".
Depois de deter Mladic em maio, o maior dos Estados da antiga Iugoslávia já tinha garantias de que seria aceito como candidato formal a admissão pela União Europeia no final do ano. Agora, com a prisão de Hadzic, Belgrado também pode solicitar uma data firme para iniciar as negociações de adesão, de acordo com funcionários sérvios.
O país de cerca de oito milhões de habitantes tem a integração à União Europeia como principal meta de política externa. Líderes da União Europeia e da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) congratularam a Sérvia por cumprir suas obrigações. Os críticos sempre alegaram que Belgrado mantinha escondidos os suspeitos de crime de guerra, como carta a jogar no momento oportuno para ganhar a simpatia da União Europeia.
Tadic disse que as autoridades não conheciam o esconderijo de Hadzic. Mas, depois que Mladic foi capturado, os recursos do país foram redirecionados à localização de Hadzic.
TRADUÇÃO DE PAULO MIGLIACCI
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