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28/07/2011 - 18h45

Sírios rejeitam mensagem de líder da Al Qaeda

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DE SÃO PAULO

Ativistas sírios rejeitaram a mensagem do líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, em que louvava os esforços da população para derrubar o ditador Bashar Assad como uma batalha islâmica contra os interesses dos EUA e de Israel, segundo informação publicada pelo jornal britânico "Guardian".

"Não acredito que um único sírio tenha gostado dessa mensagem", disse Razan Zeitouneh, advogado e ativista de direitos humanos de Damasco que tem monitorado a revolta. "A Al Qaeda está tentando usar nossa revolução para voltar ao centro das atenções depois que as revoluções árabes pacíficas desviaram a atenção deles."

Em um vídeo publicado em sites extremistas Zawahiri, que se tornou o líder da Al Qaeda com a morte de Osama bin Laden, classificou Assad como "líder de uma quadrilha" e "o maior entre aqueles que espalham a corrupção" -- em grande parte em sintonia com a visão dos protestantes.

Mas ao chamar os protestantes de "mártires na dianteira da jihad", ele tentou converter o levante como partidário das ideias da Al Qaeda -- algo que se distancia dos anseios sírios que pedem maior liberdade em vez da lei islâmica defendida pela Al Qaeda.

Ativistas sírios afirmam que o regime, que ainda não se pronunciou a respeito, pode tentar usar a mensagem para classificar os manifestantes como islâmicos armados e o levante, como uma conspiração estrangeira.

"Nós condenamos as declarações [ de Zawahiri] e elas são irrelevantes para a revolução, os sírios escolheram fazer a revolução de forma não violenta e eles não vão mudar isso, os sírios negam qualquer prática ou discurso que contenham ideias sectárias ou violentas", disse Mohammad Al-Abdallah, porta-voz da coordenação dos comitês sírios.

Na Síria, os protestos começaram nas mesquitas porque é o único lugar onde as pessoas podem se reunir. Parece haver uma tendência de crescimento da religiosidade no mundo Árabe, mas os sírios que protestam não mostram tendência à politização do islã, parecem querer uma reforma democrática.

"Qualquer observador dos protestos sírios nos últimos quatro meses e meio pode ver que ele é pacífico, independente e quer liberdade", disse Zeitouneh.

Os EUA endureceram o discurso em relação ao regime do ditador Assad, mas nenhum país pediu que Assad deixasse o poder, causando frustração nos protestantes.

"É irônico que, enquanto toda a comunidade internacional está quieta a respeito dos crimes do regime contra o povo sírio, um terrorista como Zawahiri diz o que ele disse", disse Zeitouneh.

 

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