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12/08/2011 - 20h58

Unasul anuncia medidas coordenadas para enfrentar a crise

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DA EFE

A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiu nesta sexta-feira levar adiante a coordenação de um conjunto de medidas em matéria econômica para enfrentar a onda expansiva da crise financeira suscitada nos Estados Unidos e na Europa.

Os campos de ação, que se referem ao comércio dentro do bloco, o manejo das reservas monetárias e as instituições financeiras regionais, foram definidos durante a primeira reunião do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças, realizada em Buenos Aires.

"A América do Sul demonstrou ter mais resistência à crise que as economias centrais e agora buscamos criar novas ferramentas para uma nova arquitetura na região", disse em entrevista coletiva o ministro da Economia argentino, Amado Boudou, ao término do encontro que reuniu os ministros de pastas econômicas e governadores de Bancos Centrais dos 12 países que integram a Unasul.

Um dos resultados concretos da reunião é a criação de três grupos de trabalho que deverão definir ações concretas em um prazo de 60 dias. Um desses grupos, coordenado por Colômbia e Equador, deve elaborar medidas de cooperação técnica no manejo e mobilização das reservas internacionais, que somam US$ 574 bilhões no bloco.

Nesse sentido, segundo consta na declaração assinada nesta sexta-feira, o Conselho Sul-Americano de Economia "recomenda impulsionar a possibilidade de expansão do Fundo Latino-Americano de Reservas (FLAR) e de sua adaptação ao novo contexto, para potencializá-lo como instrumento de toda a região".

O FLAR está conformado atualmente por Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela.

Será estudada como alternativa a criação de um fundo de reservas próprio da Unasul e outros instrumentos similares.

Outro dos grupos, coordenado por Venezuela e Uruguai, pretende analisar como impulsionar o uso de moedas da região para o comércio dentro do bloco para, assim, aumentar os intercâmbios comerciais regionais. Além disso, serão analisados mecanismos de financiamento ao comércio.

O terceiro grupo, coordenado por Brasil e Chile, revisará o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da Aladi e estudará a iniciativa do Sistema Unitário de Compensação Regional de Pagamentos (Sucre).

Já os países fundadores do Banco do Sul (Argentina, Venezuela, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Equador) se comprometeram a acelerar o lançamento da entidade para contar com instrumentos de financiamento a longo prazo e convidaram os outros membros da Unasul a se somarem à instituição.

Também houve um compromisso de fortalecer a Corporação Andina de Fomento, que atualmente tem 18 países acionistas, com o objetivo de potencializá-la como ferramenta de financiamento para obras de infraestrutura.

Fontes diplomáticas consultadas pela Agência Efe indicaram que, durante o encontro ministerial, houve diversas críticas ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que expressaram a "clara reivindicação que o organismo seja comandado pelos latino-americanos".

O encontro desta sexta-feira foi antecedido por uma reunião extraordinária de ministros da Economia da Unasul realizada em Lima há uma semana por decisão dos presidentes do bloco que, na cúpula realizada na capital peruana em 28 de julho, resolveram coordenar medidas para enfrentar juntos os efeitos da crise.

Neste sentido, a secretária-geral da Unasul, María Emma Mejía, destacou que a economia era o aspecto "mais difícil" para se obter consensos na região e, por isso, classificou os recentes acordos de "passo histórico" não só pela conjuntura mundial, mas "porque isso forma parte de um projeto irreversível de integração na América do Sul".

A declaração final, além de conter os acordos obtidos, enfatiza a "força" e a "solidez" demonstradas pela região na crise econômica internacional de 2008.

A Unasul, cujo tratado constitutivo entrou em vigência em março passado, é integrada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

 

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