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16/08/2011 - 13h23

França e Alemanha propõem imposto comum sobre transações financeiras

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Atualizado às 14h55.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disseram nesta terça-feira que vão propor em setembro à União Europeia a instauração de uma taxa comum sobre transações financeiras.

Os dois líderes defenderam ainda a criação de um "verdadeiro governo econômico" na zona do euro, com objetivo de garantir o equilíbrio das contas dos países e evitar o agravamento da crise das dívidas --que derrubou Portugal, Grécia e Irlanda e agora ameaça Espanha e Itália.

Patrick Kovarik/France Presse
Presidente francês, Nicolas Sarkozy, gesticula ao responder perguntas, ao lado da chanceler alemã Angela Merkel
Presidente francês, Nicolas Sarkozy, gesticula ao responder perguntas, com a chanceler alemã Angela Merkel

As propostas foram feitas em meio à pressão sobre a zona do euro para adaptar sua arquitetura e superar os temores dos investidores sobre sua solidez.

"Os ministros de Finanças alemão e francês vão apresentar uma proposta comum para um imposto sobre as transações financeiras. Isto é uma prioridade para nós", disse Sarkozy.

Merkel e Sarkozy, contudo, rejeitaram a proposta italiana de criação de bônus da zona do euro, um passo a frente na consolidação da política fiscal que tornaria as dívidas de governos individuais em um fardo comum.

A chanceler alegou que uma das tarefas dos países da zona do euro é reconquistar a confiança e a criação de títulos comuns não ajudaria nisso.

"O que nós estamos propondo aqui são meios pelos quais podemos resolver a crise agora e reconquistar a confiança. [...] Eu não acho que títulos europeus vão nos ajudar nisso", disse.

"Bônus da zona do euro podem ser imaginados um dia, mas no fim do processo de integração europeia e não no começo", completou o francês Sarkozy.

CONSELHO

A outra proposta dos líderes é a criação de um conselho formado por chefes de Estado e de Governo dos países da região para discutir a política econômica.

O órgão se reuniria duas vezes ao ano --mais em tempos de crises. A presidência do órgão seria assumida pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, no primeiro mandato de dois anos e meio.

"Os países da União Europeia tem que ser mais responsáveis [...], temos que viver dentro dos nossos orçamentos", disse Merkel, acrescentando que França e Alemanha concordam com a proposta e pedindo aos demais países que a ratifiquem.

A chanceler propôs ainda que os países da zona do euro repensem suas políticas econômicas e incluam a obrigatoriedade de um orçamento equilibrado em suas constituições.

Merkel e Sarkozy se encontraram em Paris, na França, para discutir a crise da dívida na zona do euro e planejar uma resposta comum para evitar que Itália e Espanha, a terceira e quarta maior economia da região, sejam arrastadas para o calote.

Em entrevista a jornalistas, Merkel defendeu que o equilíbrio financeiro deve ser a "regra de ouro" dos 17 países da zona do euro e deve ser adotado antes do verão (no hemisfério Norte) de 2012, "para evitar todas estas dívidas".

Sarkozy, por sua vez, afirmou que o primeiro-ministro francês, François Fillon, realizará os "contatos necessários" com as diferentes forças políticas francesas para ver se é possível alcançar um consenso político a fim de aproveitar essa "regra de ouro".

Merkel pediu ainda que todos os Estados membros trabalhem juntos por este objetivo, reconhecendo que o progresso será feito "passo a passo".

"Para melhorar a estabilidade regional, queremos incentivar os Parlamentos nacionais a se responsabilizar individualmente, não apenas para concordar [com um orçamento equilibrado], mas para implementar firmemente".

"A competitividade dos nossos Estados precisa ser fortalecida e para fazer isso até 2013 precisamos fortalecer a estabilidade [das economias]", completou Merkel.

A chanceler alemã defendeu ainda que os países em dificuldade deveriam ser ajudados pela Comissão Europeia, mas que é importante garantir que os fundos de ajuda sejam colocados "no lugar certo".

 

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