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16/08/2011 - 16h23

Um destino atrai apoio bipartidário amplo: Israel

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JENNIFER STEINHAUER
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

Procurando o deputado em quem você votou? Tente em Jerusalém.

Mais de 80 deputados americanos estão visitando Israel este mês como convidados da Fundação Americana de Educação para Israel, uma entidade beneficente filiada ao poderoso Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel. É o maior número de congressistas a já ter feito a viagem durante um mesmo recesso parlamentar, segundo os organizadores.

O número reflete tanto o tamanho do contingente de deputados novos no Congresso, que é responsável por 47 dos visitantes, quanto os esforços duradouros de Israel para cortejar seu aliado mais fiel, o Congresso dos EUA.

O fato de aproximadamente um quinto da Câmara dos Deputados estar visitando a região chama a atenção especialmente por acontecer em um momento de tensão no relacionamento entre o presidente Barack Obama e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Um esforço de Obama para promover a paz entre israelenses e palestinos na primavera (americana) deste ano fracassou. Agora os palestinos estudam a possibilidade de pedir ao Conselho de Segurança da ONU que apóie um pedido de criação do Estado palestino, deixando Washington na posição incômoda de bloquear essa medida unilateral ao mesmo tempo em que apóia movimentos pró-democracia em outros países árabes.

"Acho que o que está acontecendo é um apoio real a Israel por parte dos dois partidos no Congresso", disse o deputado Eric Cantor, republicano da Virgínia e o mais poderoso deputado judeu no Congresso.

"A Casa Branca e o presidente não têm mostrado clareza quanto à posição dela e dele no tocante ao relacionamento com Israel, e esse fato vem intensificando o interesse por parte dos deputados", disse Cantor.

"Com o Irã continuando a buscar capacidade nuclear, e a votação que terá lugar na ONU, que é um fato muito desestabilizador, é muito importante que nos façamos presentes e mostremos o que está em jogo."

As viagens dos parlamentares, que têm uma semana de duração, começaram no início do mês com 26 deputados democratas, que foram acompanhados por Steny H. Hoyer, de Maryland, líder da bancada minoritária na Câmara, e vão continuar nos próximos dias com 55 republicanos que chegarão em duas delegações (Cantor, o líder da maioria republicana, vai passar tempo com essas duas delegações).

A programação das viagens inclui visitas a Israel e à Cisjordânia, além de encontros com o presidente Shimon Peres e Netanyahu em Jerusalém e com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah. Para muitos dos parlamentares, a visita é sua primeira a Israel.

"É minha responsabilidade ser capaz de opinar em questões pró-Israel", disse Michael Grimm, de Nova York, deputado em primeiro mandato que foi com o primeiro grupo de republicanos, em entrevista dada ao telefone desde Israel. "Vir para cá e poder tocar e sentir o país significa compreender plenamente como é importante a vida diária para um israelense. É preciso ver de perto. É uma observação profunda de que tudo fica tão perto, quase tudo se acotovela aqui."

As viagens dos parlamentares vêm atraindo críticas de grupos diversos, entre os quais defensores dos palestinos e críticos da ajuda externa dos EUA, especialmente a ajuda a Israel. Mas, em uma demonstração rara de bipartidarismo, tanto republicanos quanto democratas defenderam as viagens.

"Ninguém vai a Israel sem voltar com uma compreensão melhor do berço das três maiores religiões do mundo", disse Hoyer, que já esteve em Israel 12 vezes, acrescentando que concorda com as razões expostas por Cantor para visitar o país. "Cada vez que você vai a Israel há circunstâncias e desafios novos."
Hoyer rejeitou a sugestão de críticos de que, neste momento, os parlamentares deveriam estar se ocupando apenas de questões domésticas dos EUA.

"O Congresso e seus membros podem fazer múltiplas coisas ao mesmo tempo", disse ele. "É evidente que as preocupações econômicas de nosso país são grandes. Mas está claro, também, que as questões do Oriente Médio exercem impacto sobre nossa economia, em vista do fornecimento de energia que emana do Oriente Médio e de nossas preocupações em estabilizar o Oriente Médio."

Tradução de Clara Allain

 

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