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Oposição critica informe da ONU sobre produção de coca na Bolívia
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DA ANSA, EM LA PAZ
A oposição boliviana classificou como "pouco confiável" um informe da ONU que indica que os cultivos de coca no país tiveram "um crescimento quase nulo" em 2010.
O informe, divulgado pelo UNODC (Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, na sigla em inglês), aponta que as plantações aumentaram apenas 0,3% no ano passado, encaminhando o país para uma "redução líquida efetiva" dessa atividade. O texto acrescenta que se trata do "menor crescimento anual dos últimos cinco anos".
O deputado Osney Martinez, da Convergência Nacional, no entanto, afirmou que o documento "carece de veracidade", pois "os cultivos de coca aumentaram em maior proporção, assim como a atividade do narcotráfico".
Segundo ele, o presidente Evo Morales "protege a todo custo os produtores de coca do Chapare", agrupados em seis entidades lideradas pelo mandatário, o que significaria que ele "é obrigado a defender seu cultivo e a expansão dos cocaleiros".
O deputado Adrián Oliva, do mesmo partido, afirmou que o comunicado da ONU "pretende justificar as políticas do governo" e não mostra "de forma imparcial o crescimento descontrolado" dos cultivos.
O texto ainda afirma que os cultivos ilegais de coca alcançaram 31 mil hectares e que, "depois de quatro anos, a área de plantações de coca se estabilizam" na Bolívia.
Em total contraposição à avaliação dos deputados da oposição, o dirigente dos produtores de coca de Yungas, Félix Barra, disse que o documento "não convence porque houve mais erradicação do que ele menciona".
Para Barra, "nos lugares em que se mostra coca, não tem coca, mas sim plantações de batatas", o que o leva a defender uma nova avaliação.
O informe da ONU também retoma a lei sobre o regime da coca e substâncias controladas, de 2008, que estabelece que os cultivos legais da folha no país não devem superar os 12 mil hectares, o que significa que há cerca de 19 mil hectares de plantações ilegais.
Diante dessa superfície total, a produção de coca alcança as 55 mil toneladas métricas de folhas secas, o que coloca a Bolívia como o terceiro maior produtor do mundo, atrás somente do Peru, com 61 mil toneladas, e da Colômbia, com 57 mil.
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