Relatório da ONU diz que crise política pode gerar conflitos no Haiti

Um relatório do diplomata espanhol Mariano Fernándes, chefe civil da missão de paz da ONU no Haiti (Minustah, chefiada pelo Brasil), apresentado ontem ao Conselho de Segurança da entidade, alertou que a crise política que imobiliza o país há quatro meses pode se transformar em violência nas ruas.

A crise é resultado da falta de apoio do Parlamento ao presidente Michel Martelly, que não conseguiu escolher um premiê desde que assumiu o cargo em abril.

A falta de comando está inibindo investimentos internacionais. Segundo Fernándes, apenas 37,8% dos cerca de US$ 10 bilhões prometidos pelos doadores chegaram ao Haiti.

O relatório diz ainda que há risco de disputas políticas se transformarem em conflito armado das cidades de Porto Príncipe, Cap Haitien e Les Cayes se não houver mudança no quadro político, social e econômico do Haiti.

Ontem (16), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, aprovou a redução do contingente militar no país de 8.700 para 7.100. A medida ainda deve ser aprovada pelo Conselho de Segurança.