Irã diz negociar com Rússia construção de reatores nucleares

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad afirmou hoje em Nova York que seu país está negociando com a Rússia a construção de novos reatores nucleares.

Ele também convidou outros países e empresas para participar da construção de complexos nucleares no Irã.

Os governos das potências ocidentais acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares em segredo sob a fachada de um programa nuclear civil.

Ahmadinejad também disse, durante uma entrevista à imprensa, que aprovaria a criação de uma "linha direta", uma espécie de telefone vermelho da Guerra Fria, entre Teerã e Washington para manter a paz no golfo Pérsico.

Ele disse que não há razões para choques entre os dois países e "qualquer ferramenta que possa prevenir choques ou potenciais conflitos é bem-vinda".

O presidente iraniano ainda provocou as potências ocidentais afirmando que a Otan (aliança militar ocidental), as forças aeronavais britânicas e americanas podem deixar o golfo pérsico e o golfo de Omã pois o Irã garantirá os carregamentos de petróleo e suprimentos de energia.

"A solução de longo prazo é que as forças estrangeiras saiam da região", disse.

As declarações de Ahmadinejad acontecem no mesmo dia em que os Estados membros da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) adotaram uma resolução pedindo que os países do Oriente Médio assinem um tratado antinuclear.

O debate sobre o tratado evidenciou as profundas divisões entre Israel e as nações árabes.

Israel e os Estados Unidos se abstiveram na votação da resolução intitulada "Aplicações das Salvaguardas da AIEA no Oriente Médio", apresentada pelo Egito e endossada pela maioria dos países membros da agência --o órgão da ONU no campo nuclear.

Especialistas acreditam que Israel seja o único país do Oriente Médio com um arsenal nuclear, o que provoca frequentes condenações de nações árabes e do Irã. O Estado judaico é o único país do Oriente Médio não signatário do TNP.