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11/10/2011 - 18h46

Líder do Hamas detalha plano de troca de prisioneiros com Israel

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal, afirmou nesta terça-feira que 1.027 prisioneiros palestinos, incluindo 27 mulheres, serão libertados em troca do soldado franco-israelense Gilad Shalit, detido há cinco anos pelo movimento islâmico na faixa de Gaza, após um acordo com o governo israelense.

"Hamas e Israel chegaram a um acordo em virtude do qual 1.027 palestinos, entre eles 27 mulheres, serão libertados em duas fases", declarou Mechaal durante uma entrevista coletiva à imprensa transmitida pelas televisões árabes.

Mechaal, que agradeceu ao Egito por sua participação neste acordo que ele classificou de "grande realização", indicou que 450 prisioneiros serão libertados "em uma semana" e que 550 outros, "em dois meses".

Reuters
Imagem do vídeo enviado pelo Hamas a Israel como prova de vida do soldado Shalit, em cativeiro desde 2006
Imagem do vídeo enviado pelo Hamas a Israel como prova de vida do soldado Shalit, em cativeiro desde 2006

"É uma grande realização, é um êxito qualitativo", disse Mechaal, chefe do gabinete político do movimento islamita palestino. "Em virtude do acordo, não resta mais nenhuma mulher nas prisões do inimigo", disse o líder palestino.

O acordo de troca envolve "315 prisioneiros condenados à prisão perpétua e outros que cumpriam penas de mais de dez anos".

Marwane Barghuthi, um dos líderes da Intifada dos anos 2000, e o chefe da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP, esquerda radical) Ahmad Saadate, condenados respectivamente à prisão perpétua e a 30 anos de prisão por Israel, foram libertados nos termos deste acordo, indicou à AFP um alto funcionário palestino.

NETANYAHU

Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça à noite que havia apresentado a seu governo um acordo que permitirá o retorno "em alguns dias" a Israel de Shalit.

"Apresentei ao governo um acordo que devolverá Gilad Shalit são e salvo a seus pais e a todo o povo de Israel em alguns dias", explicou Netanyahu.

"Este acordo foi concluído na quinta-feira (passada) e assinado definitivamente hoje", indicou.

O primeiro-ministro afirmou que houve "negociações difíceis" e considerou que aproveitou "uma oportunidade" concluindo este acordo.

Assim como Mechaal, Netanyahu também agradeceu ao Egito por seus esforços de mediação.

Este acordo deve ser ainda aprovado em uma votação do governo israelense que se reuniu em sessão urgente nesta terça-feira à noite.

Além de Netanyahu e de seu ministro da Defesa, Ehud Barak, o chefe do Estado-Maior, Benny Gantz, o líder do Shin Beth, Yoram Cohen, e o chefe do Mossad, Tamir Pardo, são todos favoráveis ao acordo com o Hamas, indicou a televisão pública israelense.

Em viagem pela América Latina, o presidente palestino Mahmoud Abbas saudou este acordo.

"O presidente Abbas saúda calorosamente a conclusão de um acordo de troca (de prisioneiros) que é um êxito nacional palestino", declarou o negociador Saeb Erakat por telefone de Caracas, onde acompanha o líder.

ENTENDA O CASO

Gilad Shalit, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrado em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

Nos últimos anos, Israel e Hamas fizeram negociações com a mediação do Egito, mas as divergências eram grandes sobre o número de palestinos que o grupo islâmico exigia que fossem libertados e o destino deles --Israel queria que ao menos 450 fossem exilados em vez de retornarem às terras palestinas.

O principal obstáculo para Israel era a libertação de aproximadamente 400 presos envolvidos em crimes violentos. O governo do Estado judaico se negava a libertá-los ou exigia que fossem enviados à faixa de Gaza, embora seu lugar de procedência e residência familiar fosse a Cisjordânia.

Ainda em julho deste ano, o chefe das Forças Armadas de Israel, Benny Gantz, escalou uma equipe especial para revisar a investigação sobre o cativeiro de Shalit, após o fracasso de várias tentativas de acordo com o Hamas.

Jack Guez/France Presse - 14.jul2011
Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano
Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano

Na época, o ex-chefe das Forças Armadas Gabi Ashkenazi disse, pouco antes de deixar o cargo, que Israel não possuía as informações exatas sobre a captura do soldado e, por isso, não tinha meios para localizá-lo e nem agir para sua libertação.

O Hamas chegou a divulgar um vídeo de Shalit no cativeiro após a mediação de países europeus. Antes disso, esforços da comunidade internacional tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.

Na última tentativa de acordo, o Hamas já exigia a libertação de mil presos em troca de Shalit.

 

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