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12/10/2011 - 03h55

Troca entre Israel e Hamas não inclui presos palestinos mais conhecidos

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DA EFE

A troca que Israel acordou com o movimento islamita Hamas não inclui os dois presos palestinos mais famosos, Marwan Barghouti e Ahmed Saadat, assegura nesta quarta-feira o diário israelense "Yedioth Ahronoth".

"Na prisão ficarão Barghouti, Saadat e o chefe do Hamas na Cisjordânia (Abbas Sayed), que planejou o atentado no Hotel Park", indica o diário.

O carismático Barghouti, ex-secretário-geral do Fatah na Cisjordânia, foi condenado em 2004 por Israel a cinco cadeias perpétuas pelo assassinato de cinco israelenses, e por liderar as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.

Saadat, o líder da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), foi condenado pelo assassinato em 2001 do então ministro de Turismo israelense, Rehavam Zeevi, em um hotel de Jerusalém.

Na noite desta terça-feira, a emissora de televisão "Al-Aqsa" informou que os dois estavam entre os mil palestinos que Israel deixará em liberdade nos próximos dias em troca do soldado Gilad Shalit, detido na Faixa de Gaza desde 25 de junho de 2006.

Segundo o diário, também não será libertado nesta troca Abbas Sayed, que cumpre 31 penas de cadeia perpétua pelo mais sangrento atentado da Intifada de Al-Aqsa, perpetrado em 2002 contra o Hotel Park da cidade de Netânia durante o tradicional jantar da festa do Pesah, no qual morreram 30 pessoas.

O acordo de troca, com o intermédio de Egito e Alemanha, foi alcançado entre a última quinta-feira e ontem, e a imprensa israelense aguarda o retorno de Shalit e a libertação dos palestinos para a próxima terça ou quarta-feira, na melhor das hipóteses.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, assegurou ontem em declarações públicas que uma de suas pautas nas negociações foi "não libertar arquiterroristas", ou seja, os palestinos envolvidos nos atentados mais sangrentos.

Por isso, assegura o "Yedioth Ahronoth", também não sairão da prisão Ibrahim Hamed, chefe do braço armado do Hamas na Cisjordânia e que ainda não foi julgado, nem Abdallah Barghouti, responsável pelo atentado em 2001 contra um restaurante em Jerusalém e que cumpre 67 penas de cadeia perpétua.

ENTENDA

Gilad Shalit, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrado em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

Nos últimos anos, Israel e Hamas fizeram negociações com a mediação do Egito, mas as divergências eram grandes sobre o número de palestinos que o grupo islâmico exigia que fossem libertados e o destino deles --Israel queria que ao menos 450 fossem exilados em vez de retornarem às terras palestinas.

Reuters
Imagem do vídeo enviado pelo Hamas a Israel como prova de vida do soldado Shalit, em cativeiro desde 2006
Imagem do vídeo enviado pelo Hamas a Israel como prova de vida do soldado Shalit, em cativeiro desde 2006

O principal obstáculo para Israel era a libertação de aproximadamente 400 presos envolvidos em crimes violentos. O governo do Estado judaico se negava a libertá-los ou exigia que fossem enviados à faixa de Gaza, embora seu lugar de procedência e residência familiar fosse a Cisjordânia.

Ainda em julho deste ano, o chefe das Forças Armadas de Israel, Benny Gantz, escalou uma equipe especial para revisar a investigação sobre o cativeiro de Shalit, após o fracasso de várias tentativas de acordo com o Hamas.

Na época, o ex-chefe das Forças Armadas Gabi Ashkenazi disse, pouco antes de deixar o cargo, que Israel não possuía as informações exatas sobre a captura do soldado e, por isso, não tinha meios para localizá-lo e nem agir para sua libertação.

O Hamas chegou a divulgar um vídeo de Shalit no cativeiro após a mediação de países europeus. Antes disso, esforços da comunidade internacional tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.

Na última tentativa de acordo, o Hamas já exigia a libertação de mil presos em troca de Shalit.

 

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