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18/10/2011 - 10h58

Hamas diz que Israel dificultou libertação de Shalit por dois anos

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DA EFE, NO CAIRO

O número dois do movimento islamita palestino Hamas, Moussa Abu Marzouk, disse nesta terça-feira que Israel dificultou o acordo para a libertação do soldado Gilad Shalit durante dois anos por suspender a mediação egípcia em favor de uma alemã.

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Em entrevista à TV estatal do Egito, Marzouk afirmou que "Israel recorreu nestes dois anos a muitas manipulações para conseguir a libertação de Shalit, que não deram resultado".

Do lado egípcio da passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, o responsável do escritório político do Hamas ressaltou o papel da mediação egípcia, que supervisionou o diálogo entre as partes desde o início.

"Este acordo foi alcançado graças ao esforço egípcio", agradeceu Marzouk, que negou que haja cláusulas secretas no pacto entre Israel e Hamas.

O palestino explicou que, segundo o acordo, Israel deve anular todas as restrições que impôs à entrada de mercadorias na faixa de Gaza após a captura de Shalit, em 25 junho de 2006.

Além disso, se disse orgulhoso pela libertação de parte dos 1.027 presos palestinos trocados pelo soldado israelense e pediu a Israel que liberte todos os palestinos presos. "Nós temos o direito a utilizar todos os meios de comunicação para libertar nossos detidos das prisões israelenses", reclamou Abu Marzouk.

Israel libertou nesta terça-feira 477 presos palestinos que formam o primeiro contingente de um total de mais de mil prisioneiros que serão libertados em virtude de um acordo de troca estipulado há uma semana com o Hamas.

ENTENDA O CASO

Gilad Shalit, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrado em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

Nos últimos anos, Israel e Hamas fizeram negociações com a mediação do Egito, mas as divergências eram grandes sobre o número de palestinos que o grupo islâmico exigia que fossem libertados e o destino deles --Israel queria que ao menos 450 fossem exilados em vez de retornarem às terras palestinas.

O principal obstáculo para Israel era a libertação de aproximadamente 400 presos envolvidos em crimes violentos. O governo do Estado judaico se negava a libertá-los ou exigia que fossem enviados à faixa de Gaza, embora seu lugar de procedência e residência familiar fosse a Cisjordânia.

Ainda em julho deste ano, o chefe das Forças Armadas de Israel, Benny Gantz, escalou uma equipe especial para revisar a investigação sobre o cativeiro de Shalit, após o fracasso de várias tentativas de acordo com o Hamas.

Jack Guez/France Presse - 14.jul2011
Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano
Franco-israelenses protestam pela libertação do soldado Gilad Shalit em Tel Aviv ainda em julho deste ano

Na época, o ex-chefe das Forças Armadas Gabi Ashkenazi disse, pouco antes de deixar o cargo, que Israel não possuía as informações exatas sobre a captura do soldado e, por isso, não tinha meios para localizá-lo e nem agir para sua libertação.

O Hamas chegou a divulgar um vídeo de Shalit no cativeiro após a mediação de países europeus. Antes disso, esforços da comunidade internacional tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.

Na última tentativa de acordo, o Hamas já exigia a libertação de mil presos em troca de Shalit.

 

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