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Devido a chuvas, governo remove moradores na capital da Tailândia
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DA EFE, EM BANCOC
Devido às recorrentes inundações que castigam a Tailândia, as autoridades da capital ordenaram nesta quarta-feira a primeira remoção de pessoas em Bancoc, onde extensas áreas permanecem inundadas há três meses.
O governador da capital tailandesa, Sukhumband Paribatra, ordenou que as centenas de moradores ao longo do canal de Hok Wa, no distrito de Sai Mim, deixassem suas casas, já que o leito deverá alcançar 3,5 metros de altura.
Cerca de mil pessoas já foram removidas e estão sendo transferidas para abrigos instalados em escolas públicas, anunciou o escritório do governador.
Horas antes, o governador Paribatra advertiu sobre a possibilidade do crescente fluxo de água procedente do norte inundar ao menos sete distritos da capital nas próximas horas. Os diques temporários, reforçados com milhares de sacos de areia, não foram suficientes para conter o avanço das águas.
Os sete distritos estão do outro lado da barreira do nordeste, onde centenas de soldados, operários e voluntários trabalham há 48 horas com a finalidade de proteger a capital Bancoc, uma cidade com 10 milhões de habitantes.
Pornchai Kittiwongsakul/France Presse | ||
Monges tailandeses preparam sacos de areia para serem usados como barreira contra inundações |
O governo tailandês teme que o dano econômico causado pelas inundações seja ainda mais devastador. Bangcoc contribui com 41% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Pelos dados do Ministério do Trabalho, aproximadamente 14 mil fábricas e estabelecimentos comerciais foram fechados até o momento. Os danos causados pelas inundações também deixaram 663 mil trabalhadores temporariamente parados.
Por causa do avanço da tromba d'água, que acabou por inundar as províncias de Pathun Thani e Ayuthaya, a Força Aérea retirou os aviões do antigo aeroporto internacional de Don Muang, cerca de 30 km ao norte de Bancoc.
A crise gerada pelas inundações está testando a capacidade de gestão da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, que assumiu o poder em agosto. Além de receber inúmeras críticas pela forma com que está lidando com o desastre, a premiê também é acusada de ocultar o verdadeiro alcance dos desastres.
Realizada pela instituição independente ABAC, uma pesquisa de opinião pública divulgada nesta semana apontou que 87% das pessoas consultadas desconfiavam das informações do governo sobre a situação gerada pelas inundações.
As enchentes, as piores do último século, causaram até agora ao menos 315 mortos na Tailândia, afetando mais de 2,4 milhões de pessoas. Em aparente resposta às críticas, a primeira-ministra recorreu à "união nacional" e garantiu que seu governo se esforça para atenuar essa crise.
"Hoje direi francamente a verdade. Não deixei uma pedra sem ser movimentada durante esta crise, mas também não posso resolver sozinha. Necessito da cooperação de todas as partes", declarou Yingluck, depois que os jornais locais registraram algumas disputas internas entre os ministros de seu governo.
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