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Arábia Saudita enterra príncipe e aguarda nomeação de herdeiro
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DA REUTERS
O funeral do príncipe saudita Sultan nesta terça-feira abre espaço para que o rei Abdullah nomeie um novo herdeiro, provavelmente o ministro do Interior, príncipe Nayef, numa decisão que enfatizaria a estabilidade no país, o maior exportador mundial de petróleo.
A transição ocorre num momento em que o reino, importante aliado dos Estados Unidos, tenta conciliar suas tradições conservadoras com a necessidade de modernizar a economia e com os anseios de uma população jovem e cada vez mais voltada para o mundo exterior.
"No sistema político esse é um fato importante, mas o sistema foi feito para assegurar continuidade", disse Jarmo Kotilaine, economista-chefe do Banco Comercial Nacional, em Jidá. "A política econômica é posta em vigor para um período muito mais longo, e dificilmente mudará".
Nos seis anos desde que ascendeu ao trono, Abdullah fez reformas destinadas a criar empregos por meio da liberalização dos mercados, e reduziu o controle dos radicais religiosos sobre as políticas educacionais e sociais. A morte do príncipe Sultan, que também era ministro da Defesa, pode levar a uma reforma ministerial mais ampla.
A Arábia Saudita, que domina os mercados mundiais de petróleo e detém uma profunda influência sobre os muçulmanos por ser a guardiã de Meca e Medina, os dois lugares mais sagrados do Islã, precisa lidar atualmente com turbulências em países vizinhos e com a rivalidade em relação ao Irã.
Liberais sauditas costumam se referir ao príncipe Nayef como um conservador contrário a reformas, mas que trata a política externa pela lente da segurança nacional. Alguns analistas e ex-diplomatas que serviram em Riad dizem que Nayef, ministro do Interior desde 1975, pode demonstrar um lado mais pragmático como príncipe herdeiro -- e, no futuro, como rei.
"Com a prolongada doença de Sultan, Nayef teve tempo para atuar como príncipe herdeiro, e tem agido em nome do rei. Ele se tornou conhecido das autoridades em geral", disse um ex-diplomata.
O corpo de Sultan, que morreu no sábado em Nova York de câncer de cólon, chegou na segunda-feira a Riad, onde foi recebido por centenas de homens, inclusive o próprio rei.
Preces fúnebres serão realizadas em mesquitas de toda a Arábia Saudita após as orações vespertinas regulares, e então o corpo será enterrado. Vários dignitários estrangeiros, inclusive o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, devem visitar Riad nesta semana para oferecer condolências.
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