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26/10/2011 - 08h47

Líderes europeus se reúnem ainda sem consenso sobre crise

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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os líderes europeus se reúnem nesta quarta-feira em uma cúpula após dois adiamentos em clima de incerteza nos mercados globais, com o intuito de discutir a crise que enfrentam alguns países da região.

Os principais assuntos a serem debatidos são a liberação de novo resgate à Grécia, a recapitalização dos bancos europeus e o aumento de recursos do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) para ajudar futuramente a países em crise.

As incertezas sobre a reunião remetem às discordâncias entre países membros, como França e Alemanha, que divergem em especial sobre o papel que o BCE (Banco Central Europeu) deve ter em resgates a nações em necessidade.

Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse rejeitar que os Estados imponham uma linha de atuação ao BCE, o que antecipava esse novo foco de tensão com seus sócios na véspera da cúpula.

Johannes Eisele/France Presse
Chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy
Chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy

"Negociamos para ter uma posição do BCE, que diga o que quer fazer" para ajudar os países da zona do euro em crise, disse ela. "Não se deve deixar surgir a falsa impressão de que os políticos esperam algo do banco central".

Segundo o jornal espanhol "El País", fontes próximas às negociações da cúpula asseguraram que "tudo está encaminhado e falta somente determinar números e porcentagens dos acordos".

O cancelamento de uma reunião dos ministros de Finanças da UE (União Europeia) ontem aumentou o pessimismo sobre as chances de o bloco atingir um acordo sobre o fundo de resgate e medidas de saneamento dos bancos.

Embora haja consenso sobre a necessidade de uma injeção de cerca de 110 bilhões de euros para o sistema bancário europeu resistir a um eventual default da dívida grega e a um maior contágio financeiro, havia pouca clareza sobre as outras duas partes críticas do plano.

De acordo com o "El País", analistas do Credit Suisse, citados pelo jornal, dizem que o valor é insuficiente, muito abaixo das estimativas dos 225 bilhões de euros que seriam necessários segundo eles e dos 200 bilhões de euros calculados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Governos e os bancos ainda estavam discutindo, horas antes da cúpula, sobre a escala da perda que os investidores privados terão de sofrer nos títulos gregos que possuem, de acordo com fontes familiarizadas com as negociações.

Na cúpula, também deve ser negociada uma redução superior a 50% da dívida grega. Ainda não está claro se o país solicitará que o novo acordo de apoio com a UE seja aprovado pelo Parlamento por uma maioria qualificada de 180 das 300 cadeiras, quando conta apenas com 153 cadeiras.

Será discutido também como será potencializado o fundo de resgate, sobre o qual muitas incertezas permanecem. Uma proposta definida para ser adotada envolve a criação de um veículo de investimento para fins especiais, que recorreria a investidores estrangeiros soberanos e privados, tais como fundos soberanos da China e do Oriente Médio, para comprar títulos de países conturbados da zona euro.

GRÉCIA E ITÁLIA

O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse aos bancos do país nesta quarta-feira que o resultado mais provável das negociações é um desconto de 50% para os credores privados, que receberiam dinheiro e novos títulos em troca da dívida.

Andrew Medichini/Associated Press
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, durante discurso no Parlamento em outubro
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, durante discurso no Parlamento em outubro

Citando fontes em Bruxelas, onde o ministro tem se reunido com banqueiros, o jornal "Kathimerini" disse que, neste cenário, os bancos receberiam 15 euros em dinheiro e 35 euros em títulos de 30 anos, com um cupom de 6 por cento, por cada 100 euros em dívida que possuem.

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, também levará a Bruxelas uma "carta de intenções" para seus colegas europeus sobre as reformas esperadas, depois que seu governo quase entrou em colapso na terça-feira, por causa da exigência que Roma cumpra a promessa de aumentar a idade de aposentadoria.

A Itália tem o maior mercado de bônus soberanos da zona do euro, com uma dívida pública de 1,8 trilhão de euros, ou 120% do PIB (Produto Interno Bruto). Líderes da UE temem que a incapacidade em tornar sua dívida mais sustentável significa que o país vai da mesma forma como Grécia, Irlanda e Portugal, que tiveram de aceitar programas de ajuda financeira da UE e do FMI .

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
 

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