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17/11/2012 - 03h30

Editorial: O novo e o velho

Não surgiram até aqui surpresas péssimas entre os nomes escolhidos pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para o secretariado de seu futuro governo. É bem verdade que ele indicou, por ora, só os ocupantes de pastas que considera estratégicas.

Os escolhidos para as cinco "secretarias-meio" têm perfis à primeira vista adequados para áreas que afetam toda a administração.

Marcos de Barros Cruz, 37, será o secretário de Finanças. Sócio da consultoria McKinsey & Company, parece reunir condições para renegociar a paralisante dívida da prefeitura, uma prioridade evidente.

O arquiteto Fernando de Mello Franco, 48, foi nomeado para a pasta de Desenvolvimento Urbano. Com boa reputação na área e estudioso da estruturação da capital, terá por meta remodelar o padrão de uso do solo na cidade.

Os demais nomes do núcleo inicial são de amigos do petista, mas ao menos nominalmente afeitos às respectivas áreas, a julgar por sua formação. A economista Leda Paulani, 58, irá para a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, e o advogado Luís Fernando Massonetto, 35, para a de Negócios Jurídicos.

Entre os primeiros cinco indicados, só o vereador Antonio Donato, 52, é filiado ao PT (e presidente de seu diretório municipal). O futuro secretário de Governo é tido como hábil em negociações políticas.

Haddad indicou em seguida dois outros secretários na cota do PT: o engenheiro José de Filippi Júnior, deputado federal e ex-prefeito de Diadema, assumirá a Saúde; Jilmar Tatto, deputado federal, comandará Transportes.

Um dos projetos de Filippi em Diadema inspirou a grande promessa de Haddad para a saúde, a Rede Hora Certa. Tatto foi secretário de Transportes de Marta Suplicy (2001-2004), mas se destaca menos pelo tino administrativo que pelo sucesso político da família.

Ao que tudo indica, Haddad renunciará de vez aos critérios técnicos para preencher as pastas restantes. Precisará acomodar aliados e já reconheceu que seu governo de coalizão terá "pluralidade quase obrigatória de perfis".

Espera-se que não seja a senha para um loteamento político de cargos, que não combina com o verniz de "homem novo". Será lamentável se Haddad usar áreas cruciais como educação e habitação para saldar compromissos espúrios.

 

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