'Tropa de Elite', Arnaldo Antunes x Nelson Ascher, transgênicos, ciência

Tropa de Elite

"Parabéns pelo Urso de Ouro do Festival de Berlim para o filme 'Tropa de Elite'. O filme deve ser bom do ponto de vista técnico e trata de um assunto antigo, que é a sociedade querer comprar com os impostos segurança e bem-estar, como se o problema fosse apenas policial. Como mais ou menos disse o seu diretor José Padilha em uma entrevista: 'não dá mais para pegar o policial mal remunerado, mal treinado e mal-aparelhado e dizer: vai lá e enfrenta aqueles traficantes bem-armados e bem-organizados!' Brincadeira tem limite."

LUIZ ANTÔNIO DA SILVA (São Paulo, SP)

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"O fato de 'Tropa de Elite' ter ganho o Urso de Ouro, no prestigiado Festival de Berlim, valoriza o cinema brasileiro e os profissionais que atuam na área. É sempre bom ver um filme brasileiro ganhar prêmios e fazer sucesso no exterior. Mas não dá pra negar uma certa decadência no ar. Apesar de ser um bom filme, não é nenhuma obra-prima do cinema. Prêmios e honrarias são extremamente subjetivos e discutíveis. Até o Festival de Berlim já não é mais o mesmo."

RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

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"Parabéns a José Padilha e aos atores do filme 'Tropa de Elite', que, merecidamente, levou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Pena que interesses econômicos o tenham preterido na escolha do representante do Brasil no Oscar."

RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)

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"A crítica e os intelectuais classificam o filme 'Tropa de Elite' como fascista. Dá vontade de rir. São as mesmas pessoas que classificam o filme 'Z' como uma obra de arte. Pois 'Tropa de Elite' ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim na votação de um júri presidido por Costa-Gavras. Gavras que é o diretor de 'Z'. Mas 'Z' é um filme que a grande maioria das pessoas absorve como um filme esquerdista. 'Z' pode. 'Tropa', não, pois 'Tropa de Elite' ganhou o epíteto de fascista. E o que é fascismo para a grande maioria dos críticos e intelectuais brasileiros que repudiam o filme? Fascismo é mostrar a violência das gangues no morro? Fascismo é mostrar na tela a corrupção na polícia brasileira? Fascismo é lembrar que quem mantém o tráfico de entorpecentes são as pessoas de alto poder aquisitivo, que se julgam acima do bem e do mal? Pessoas que se olham no espelho como fiadoras dos direitos humanos? Fascismo é mostrar um policial no papel principal? 'Tropa de Elite' seria um grande concorrente ao Oscar. Mas os críticos e intelectuais brasileiros preferiram 'O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias'. Porque não era um filme fascista. Solicitamos que, de agora em diante, pelo bem da sétima arte tupiniquim, os intelectuais brasileiros sejam mais Gavras e menos críticos."

ROBERTO VIEIRA (Camaragibe, PE)

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"Gostei quando, em plena Antártica, colocaram o presidente Lula numa gelada ao perguntarem a opinião dele sobre a conquista do Leão de Ouro, em Berlim, pelo filme 'Tropa de Elite'. O presidente ficou sem graça e sem saber o que responder, pois o filme retrata a maior mazela do Brasil, que é a violência. Mazela que ele e outros governantes anteriores sempre procuraram escamotear, como se o assassinato de quase 50 mil brasileiros por ano (entre eles muitos turistas) não significassem nada. Parabéns pelo filme-denúncia. Meus pêsames às famílias das vítimas e um chacoalhão bem forte no presidente e políticos, para que eles descruzem os braços, viagem menos e comecem a trabalhar, efetivamente, para diminuir as causas que geram tanta violência em nosso querido Brasil."

JAIME SILVA (São Paulo, SP)

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Arnaldo Antunes

"Arnaldo Antunes ( Ilustrada, 17/2) me surpreende e me encanta cada vez mais. De forma eloqüente e precisa, ele traduziu em palavras o sentimento que tive ao ler o artigo de Nelson Ascher. Parabéns pela brilhante réplica.
Aliás, quando eu poderia imaginar que mais alguém se incomodasse com os pequenos desperdícios diários como os envelopinhos plásticos de guardanapos ou os canudinhos embrulhados. Achava que isso eram loucuras minhas, uma 'ecochata' convicta."

LUCILA VIEIRA (Campinas, SP)

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"Bravo, Arnaldo Antunes! Brilhante artigo publicado neste domingo na Ilustrada, derrubando todos os argumentos anti-ambientais de Nelson Ascher. Pena que a Folha não julgou que merecesse chamada de capa, como fez com a polêmica gratuita e irresponsável de Ascher."

MARCOS BROGNA (Americana, SP)

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Transgênicos

"A resposta da Redação da Folha à crítica do leitor José Cláuver de Aguiar Júnior ('Painel do Leitor', 17/2) mostra desconhecimento do chamado 'problema da indução', uma proposição epistemológica, segundo a qual não se pode argumentar sobre a veracidade de qualquer hipótese baseando-se apenas na experiência passada. Mesmo que todas as pesquisas realizadas tivessem falhado completamente em fornecer indícios de riscos associados à tecnologia transgênica, os resultados conhecidos não poderiam ser usados como prova de sua segurança. Basta que apenas uma venha mostrar resultados contrários para que todo o edifício de conhecimentos adquiridos anteriormente desabe como um castelo de cartas. Aplicado à ciência alimentar, o 'problema da indução' coloca os consumidores de transgênicos numa condição de natureza semelhante à das cobaias."

JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA (Viçosa, MG)

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Ciência

"Excelente o texto de Ruy Castro ( Opinião, 18/2). A ciência é uma atividade humana, sujeita às mesmas forças que atuam em outras áreas de atividade e que tem boa parte de si mercantilizada. Por isso, pense duas vezes antes de sair por aí consumindo adoçantes, margarinas, descafeinados, suplementos, anabolizantes, pílulas contra tristeza, contra a insônia, contra a hiperatividade, contra o déficit de atenção, contra a impotência, contra a ansiedade etc. Mais lógico é usar tudo com moderação. Inclusive a ciência."

MARCOS LUPORINI (Campinas, SP)