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30/11/2008 - 02h30

Promotor, educação, meia-entrada, crise

da Folha Online

Promotor

"Assim como Thales Schoedl, também quero o privilégio de andar armado e poder me defender caso seja atacado por um grupo de valentões. Eu, como cidadão comum, também estou vulnerável a este tipo de abordagem e, se atacado, quero defender a própria vida. Caso isso resulte na morte do(s) oponente(s), também exijo o privilégio de ser julgado por um grupo de cidadãos como eu, e que possam sentir o mesmo que passei e compreender a minha reação, e com testemunhas que não saibam diferenciar uma arma de brinquedo de uma verdadeira. Quero uma brecha constitucional que me permita ser defendido dentro da casta a que pertenço.
Só lamento não receber R$ 18 mil por mês, porque, como cidadão comum, não tenho emprego que me garanta receber sem trabalhar."

ORSON MUREB JACOB (Assis, SP)

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"Já foi destaque nos tribunais dos júris brasileiros, como argumento da defesa de homicidas que praticaram crimes passionais, a denominada 'legítima defesa da honra'. Tal argumento foi usado, por exemplo, pelo jurista Evandro Lins e Silva na defesa de Doca Street, no célebre caso do assassinato da socialite Ângela Diniz, morta em 1976, em Búzios (RJ).
Posteriormente, com a mudança dos costumes, tal tese foi repudiada e caiu em desuso, por ser considerada uma excrescência jurídica e machista, justificadora de uma reação desproporcional (o homicídio) ao fato que a originou (a honra maculada).
Entretanto, a absolvição do promotor Thales Ferri Schoedl da acusação de homicídio e tentativa de homicídio contra Diego Mendes Mondanez e Felipe Siqueira Cunha de Souza ressuscitou, de forma oblíqua e velada, a abominável tese, já que o trágico imbróglio foi originado pelo alegado fato de os dois rapazes terem mexido com a namorada do promotor, levando-o a defender a sua honra maculada. Aliás, honra esta que o apoquentado promotor já havia defendido em outras ocasiões, pelo mesmo motivo, muito embora sem a arma.
Moral da história: uma tese que no Poder Judiciário causa ojeriza, por corporativismo, pode ser a mesma que, dissimuladamente, o sensibiliza."

TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

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"A justiça no Brasil, definitivamente, não se aplica para todos. É para se indignar quanto a absolvição do promotor Thales Schoedl, 'avaliado' por nada mais que 23 desembargadores. Acho que, independentemente de raça, sexo, posição social, se trata apenas de um ser humano que cometeu uma barbárie e deve ir para júri popular sim!"

ANA LUCIA FUSCO (São Paulo, SP)

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Educação

"Parabenizo a Folha pela reportagem Evasão e repetência crescem em toda SP ( Cotidiano, 27/11). Sou morador de Guaianases, bairro líder em reprovação no ano de 2006.
Muito embora não tenhamos a evolução recorde, possuímos índice até então inatingível (33,1%).
A condição de nossas escolas são realmente precárias. Estudei no colégio Saturnino Pereira, apelidado pelos moradores como 'Brejinho', mas devo agradecer aos professores que, em situação adversa e salários baixos, conseguiram formar 2/3 dos alunos. Estes deram e continuarão dando frutos, pois a semente foi lançada por mãos auspiciosas!
Infelizmente, para os alunos e meus amigos, o portão da escola foi e ainda é mais interessante que a sala de aula, causa principal da evasão.
Neste ano concluo a graduação em administração de empresas pela Faculdade Sumaré. Devo me especializar em educação e aguardo esperançosamente o dia em que possa voltar ao 'Brejinho' como professor e formar, aliás, transformar mais que 2/3 de alunos.
Que os tempos vindouros sejam melhores que o nosso presente perplexo. Professores, não desistam. Meus amigos, estudem! Sermos quem quisermos ser continua a depender de nós."

SÓCRATES SIMÕES RAMOS (São Paulo, SP)

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Meia-entrada

"Corretíssimo o projeto de limitar a meia-entrada a 40% dos ingressos. Que fosse 0%. Não é justo que os cidadão precisem pagar R$ 18 para assistir a um filme enquanto uma criança paga R$ 9 para ver um desenho animado. Isso é um desestímulo à economia e uma aberração brasileira que joga contra o próprio time."

JORGE DE AZEVEDO (Utah, Estados Unidos)

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"A questão da meia-entrada é um exemplo do salve-se quem puder típico da cultura de 'remendo' do brasileiro: num primeiro momento, o governo 'estimula' o acesso à cultura, obrigando empresários do ramo a cobrarem metade de seus preços para estudantes; de outro lado, esses empresários, para manterem sua lucratividade, aumentaram seus preços nos ingressos em geral, repassando a conta para os não-estudantes. Muitos não-estudantes --por meio da UNE e outras entidades-- curiosamente conseguem carteiras de estudantes para pagar meia-entrada; e o governo tenta corrigir o imbróglio com nova lei que limita o número de ingressos para estudantes. No resto do mundo civilizado, essas questões são solucionadas por regras de livre mercado e concorrência, por incentivos à cultura e subsídios a movimentos culturais."

ANTONIO MARCOS B. FONTES (São Paulo, SP)

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"Acompanhando a discussão em torno do projeto de lei que prevê uma cota de ingressos para os que têm direito à meia-entrada em eventos culturais, muito me espanta os contornos do debate. A questão não deveria estar centrada no percentual de beneficiados, mas na emissão fraudulenta dos documentos que asseguram esse direito. Ao estabelecer uma cota e não atacar a fraude, mais uma vez sai perdendo a sociedade brasileira, que se acostuma com a lógica de limitação de direitos em vez do enfrentamento dos problemas."

DANIELA CORRÊA DE SEQUEIRA (Berlim, Alemanha)

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CPIs

"O senador Heráclito Fortes faz um comovente apelo pela sobrevida saudável da CPI das ONGs --seria mais convincente antes de Daniel Dantas, mas este é outro assunto.
Esperemos que esta CPI alcance seu potencial de lançar à luz o modelo de 'Estado mínimo' do lulo-petismo, aquele em que verbas públicas são distribuídas aos amigos do governo com 'mínimo controle'. Se for para terceirizar as ações de Estado assim, é preferível um Estado maior, mas pelo menos à vista da sociedade."

ANDRÉ PEDROSO (São Paulo, SP)

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Crise

"Um estudo da ONU faz críticas aos métodos adotados para enfrentar a grave crise da economia mundial. E enfoca de forma objetiva a questão da perda dos valores dos salários. Esta é uma questão que deveria merecer uma atenção adequada. Sem salário condizente não há consumo, causando a redução da produção e provocando o desemprego, com suas graves repercussões sociais. Por outro lado, mesmo os governos tidos como líderes do capitalismo adotam providências para enfrentar a crise com a liberação de recursos públicos para a recomposição das perdas dos segmentos econômicos, como a área industrial e financeira. Como se pode perceber, esta é uma face do capitalismo que exige uma modificação de comportamento. Afinal de contas, esta é uma crítica formulada por um organismo de respeito, ou seja, a Organização das Nações Unidas."

URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

 
 

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