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Presidente do Itaú comemora corte na Selic e defende mais reduções
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DENISE LUNA
DO RIO
O presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, disse nesta quinta-feira (8) que já esperava o corte na taxa básica de juros, a Selic, e que ainda existe espaço para mais reduções.
O Banco Central anunciou ontem o quinto corte consecutivo na taxa, que caiu para 9,75% ao ano. A redução foi de 0,75 ponto percentual. É a primeira vez que a taxa atinge um dígito em quase dois anos, desde abril de 2010, quando estava em 9,5%.
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Segundo Setubal, o corte da taxa deve ser visto do ponto de vista global e não apenas interno. "O mundo está com uma taxa de juros muito baixa, e isso tem um forte impacto da nossa economia. O governo fez bem de optar pelo que o mercado já esperava."
Ele disse ainda que a queda dos juros não coloca em risco a possível alta da inflação, já que a economia está retomando a sua robustez.
"O Brasil vai ter um ano muito bom de crescimento, principalmente no segundo semestre, e a política monetária está contribuindo para isso."
Segundo ele, o Brasil ainda tem espaço para fazer mais corte na taxa.
CORTE
A decisão de cortar 0,75 ponto teve o voto de cinco membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que define a trajetória dos juros no Brasil, enquanto outros 2 votaram por um corte de 0,5. A reunião de hoje durou cerca de quatro horas.
"Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p.", diz o comunicado divulgado pelo Banco Central após a reunião.
A redução confirma a política de redução de juros iniciada pelo governo em agosto passado, quando a crise internacional motivou um corte de 0,5 ponto percentual.
Um novo corte dos juros nesta quarta-feira já era esperado pelo mercado financeiro e a redução de 0,75 não chegou a ser surpresa, embora a maioria dos analistas apostasse em uma redução de 0,5 ponto percentual. A ata da última reunião do comitê, de janeiro, deixou explícito que a taxa tinha "elevada probabilidade" de cair a um dígito-- o que foi endossado pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, na reunião do G-20 na semana passada.
A crise econômica mundial tem preocupado o governo e fez com que o governo adotasse discurso velado de que os juros devem cair mais intensamente. Os juros menores seriam uma maneira de auxiliar setores produtivos, fortemente afetados pela entrada de importados, valorização do real e o "tsunami" de dinheiro que o BC europeu liberou aos bancos do continente.
Uma taxa de juros menor no Brasil ajuda a frear a vinda de parte desses recursos para o país e reduzir a especulação financeira.
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