Após apoio a Serra, PR discute liberação de emendas com Ideli

Um dia após o PR fechar uma aliança com tucanos em São Paulo, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) discutiu com líderes do partido na Câmara a liberação de emendas parlamentares.

A ministra se encontrou com o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), e o deputado Luciano Castro (RR) no Palácio do Planalto e foi cobrada pela demora na liberação do empenho das emendas (promessa de pagamento) e dos chamados restos a pagar, compromissos assumidos em anos anteriores.

"Estamos esperando e o dinheiro não sai. Só eu tenho R$ 25 milhões em pendências. E isso provoca uma bola de neve porque sem as emendas os prefeitos não podem tocar projetos. E com os atrasos, muitas empreiteiras não querem seguir as obras. Pelo que a gente sabe, tem muito prefeito respondendo por ação de improbidade por causa desse atraso", disse Portela.

Segundo o líder, a ministra não fez nenhuma promessa de nova liberação, mas disse que tem discutido com as áreas responsáveis uma solução.

Portela negou que o apoio do PR ao pré-candidato do PSDB em São Paulo, José Serra, tenha sido discutido.

"Isso não foi tratado. Agora, acho engraçado uma coisa: se fechássemos com o PT era porque queríamos algo em troca do governo, mas como fechamos com o PSDB é uma retaliação. Isso não existe", afirmou.

O PR oficializou ontem apoio a Serra impondo uma derrota significativa ao PT, que ainda não assegurou o apoio de nenhum partido para a candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad e queria o PR a seu lado. O PR foi o principal alvo da chamada "faxina" da presidente Dilma Rousseff no setor de transportes.