Temer confirma negociação para indicar Lobão presidente do Senado

O vice-presidente Michel Temer confirmou terça-feira (19) que o governo mantém conversas para que o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) deixe a Esplanada e retorne ao Senado para disputar a presidência da Casa.

Apesar da disposição da presidente Dilma Rousseff por indicar o ministro, Temer disse que Lobão gostaria de permanecer na pasta. Porém, ele está disposto a conversar sobre o assunto, de acordo com o vice-presidente.

Para Temer, Lobão faria um "belo papel" na presidência do Senado.

"É sim [uma vontade da presidente Dilma]. Mas tudo depende da conversa. Evidentemente, se ele for para a presidência do Senado, tenho certeza que, com as qualificações políticas e administrativas que ele tem, fará um belo papel", afirmou Temer.

Questionado se vai prevalecer a vontade de Dilma ou Lobão, Temer afirmou: "[Prevalece] a vontade coletiva. As pessoas conversam entre si e se entendem. É isso que vai acontecer".

Michel Temer afirmou que Lobão é "habilitado" para qualquer função. Na avaliação de Temer, o peemedebista é "um grande ministro" e uma "grande figura do Senado Federal".

CONVERSAS DO PMDB

Temer afirmou que a possível saída de Edson Lobão do ministério ainda vai depender de reuniões do PMDB.

"Evidentemente, isso vai depender muito do PMDB, das reuniões do PMDB, o que é que o PMDB vai acertar em torno disso, e o Lobão está disposto a essa conversa."

Questionado sobre uma possível intromissão de Dilma em relação às decisões do Congresso, o vice-presidente disse que há uma grande harmonia entre o Executivo e o Legislativo, e afirmou que considera a postura da presidente como uma "opinião".

"O ministro Lobão tem ótimo trânsito no Senado, e evidente que também num sistema como nosso em que há uma harmonia muito grande entre o executivo e o legislativo, é natural que um presidente ou uma presidenta possa dar a sua opinião. Acho que ela deu uma opinião", explicou Temer.

Quando perguntado se a opinião dele também seria de apoio a Edson Lobão para a presidência do Senado, Temer desconversou: "Eu apoio o candidato que o PMDB apoiar".