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Secretários participam de manifestação contra ditadura no RS
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FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
Secretários do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), participaram nesta quarta-feira (27) de uma manifestação em frente à sede da Polícia Civil do Estado contra crimes praticados por integrantes do regime militar (1964-1985).
Na manifestação, organizada por militantes do PSOL, cartazes com inscrições como "Neste local pessoas foram torturadas e mortas" foram colados no palácio da polícia em Porto Alegre.
O Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão da repressão, funcionou no edifício durante o regime.
Os participantes do ato, incluindo ex-presos políticos detidos no local, pediram a punição a envolvidos em crimes do período.
A decisão que condenou nesta semana o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra por torturas a um jornalista foi lembrada em cartazes e discursos.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, representou Tarso. O secretário da Segurança e o chefe da Polícia Civil do Estado ajudaram a colar na calçada cartazes que diziam "Os assassinos estão soltos". As placas citando tortura também foram fixadas em um pátio interno do prédio.
Os secretários negaram que a iniciativa possa provocar mal-estar entre policiais que trabalham atualmente no edifício. Afirmam tratar-se apenas de um "resgate histórico".
"Hoje é uma circunstância completamente diferente, é uma outra polícia. [A sinalização] é algo duro, não é algo suave, mas o povo tem que respeitar a história para seguir adiante", diz o secretário da Segurança do Estado, Airton Michels.
Tarso havia recebido os organizadores da mobilização nesta terça-feira (26). O governo gaúcho articula a criação de uma versão estadual da Comissão da Verdade para auxiliar o grupo de trabalho designado por Dilma Rousseff.
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