Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/07/2012 - 16h43

Em novo discurso, Demóstenes apela emocionado contra cassação

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Na véspera da votação de sua cassação, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) fez um apelo emocionado para que os colegas não decretem a perda do seu mandato.

Da tribuna do Senado, Demóstenes disse que chega à véspera da votação com a "cabeça erguida" depois de enfrentar um "massacre", mas ciente de que a Casa poderá "sacrificar um inocente".

"Sou a vítima da vez, e isso me custou a paz e a tranquilidade. Se eu tivesse culpa, talvez fosse mais simples suportar, mas a dor se amplia devido à certeza de que está sendo sacrificado um inocente", afirmou.

Em discurso em que apela para o lado emocional dos senadores, Demóstenes disse que conseguiu sobreviver a 132 dias de denúncias com lágrimas, dor, sem sono e sem saúde.

Ele afirmou que seus acusadores usaram uma "biblioteca de infâmias" para "destruir um homem".

"Cheguei até aqui, vivo após 132 dias de massacre, num bombardeio sem precedentes. Cento e trinta e dois intermináveis dias sofrendo o tempo inteiro as mais horrendas ofensas, sendo chamado pelos nomes mais ferozes, sentindo na pele a campanha incessante de injúrias, calúnias e difamação."

Também afirmou que ficou semanas "olhando para o vazio, fitando o infinito", com vergonha de encarar os amigos "não por ter feito algo reprovável, mas por me sentir pequeno diante da onda de perseguição".

"Diminuído, acuado, sem poder de reação, vendo, ouvindo e lendo impropérios."

No sétimo discurso seguido em sua defesa no plenário do Senado, Demóstenes lembrou sua família e fez um histórico de sua vida pessoal. Disse que viveu um constrangimento pessoal para encarar filhos e netos em meio às acusações de que usou o mandato para beneficiar o empresário Carlos Cachoeira.

"Encarar os filhos, sabendo que eles leram na internet as mais horrendas infâmias a meu respeito. Ter de explicar para a neta de cinco anos que a tristeza de seu avô é fruto de algo que ela só vai entender quando crescer. E meu constrangimento ao circular entre os senadores sem ter ainda podido explicar a cada um, a cada uma, que não mereço esse infortúnio, pois sou inocente."

O ex-líder do DEM reiterou que é vítima de escutas telefônicas ilegais, realizadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, e pediu que os colegas votem pela sua absolvição cientes de que um "inocente será punido".

O senador voltou a afirmar que não mentiu da tribuna quando disse que só mantém relação de amizade com Cachoeira e nenhuma das "denúncias absurdas" que o ligam aos negócios ilegais do empresário foram comprovadas.

"Os diálogos usados para me enxovalhar foram colhidos de forma ilegal, montados para me imputar ilícitos e vazados criminosamente. Sempre usei republicanamente os mandatos confiados a mim pelo povo de Goiás e não cometi qualquer irregularidade, nenhum crime, nenhuma contravenção."

Mais uma vez, Demóstenes optou por discursar no início da sessão do plenário do Senado, esvaziado com poucos parlamentares.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página