Presidente do PSDB mineiro ataca Kassab

Presidente do PSDB de Minas Gerais, o deputado federal Marcus Pestana atacou nesta quarta-feira o prefeito Gilberto Kassab pela intervenção no diretório do PSD de Belo Horizonte que obrigou a legenda a apoiar o PT na disputa pela prefeitura.

Para o tucano, Kassab transformou o PSD em uma "biruta de aeroporto" na definição das alianças para a disputa municipal e "paga pedágio" em Belo Horizonte para agradar a presidente Dilma Rousseff.

Segundo o tucano, Kassab tenta compensar na capital mineira o desgaste com o PT provocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo, onde está coligado com o PSDB.

Na avaliação de Pestana, a movimentação de Kassab tentar dar gás para um projeto pessoal que seria virar ministro quando deixar a prefeitura.

Para o tucano, mesmo com a intervenção, o PSD da capital mineira estará dentro da campanha de reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB), que conta com o aval do PSDB, em especial do senador Aécio Neves (MG).

"Essa intervenção é irrelevante. Não adianta essa decisão porque o PSD inteiro está com o Lacerda e já estão fazendo campanha para o prefeito. Na verdade, Kassab tenta levar o PSD para a campanha do Patrus [Ananias, PT] para fazer graça com a presidente", disse.

Para ele, Kassab mostra que não segue uma linha para o acerto das alianças tendo em vista que sua gestão é atacada diariamente pelo candidato do PT na capital paulista Fernando Haddad.

"É incompreensível essa postura do Kassab. É até engraçado porque ele afaga o PT em Belo Horizonte, mas diariamente Haddad ataca sua gestão e isso ele não leva em consideração. Não é possível entender", afirmou.

INTERVENÇÃO

Por 14 votos a 1,ontem, a a Executiva Nacional do PSD referendou a intervenção orquestrada por Kassab no diretório de Belo Horizonte para aliança com o PT.

O único voto contrário foi da senadora Kátia Abreu (TO), que já vinha protestando publicamente contra a medida e defendendo apoio a reeleição de Lacerda.

No encontro da executiva, foi aprovado um relatório declarando a intervenção legal e com respaldo estatutário. Com isso, o PSD irá ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reverter decisão da Justiça Eleitoral mineira que suspendeu, em caráter temporário, o entendimento com o PT.