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Réu do mensalão, ex-corretor diz viver com um salário mínimo
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DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
Um dos 38 réus do mensalão, o ex-corretor Carlos Alberto Quaglia afirma viver com um salário mínimo (R$ 622) de sua aposentaria por idade.
"Trabalhei até 2005, quando começou o negócio do mensalão. Desde então, não consigo abrir uma conta em um banco. A minha empresa ficou completamente desqualificada", afirma.
Segundo o ex-corretor, sua vida profissional acabou depois do escândalo.
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Leia as defesas dos réus
Lúcio Távora - 11.out.05/ObritoNews |
Carlos Alberto Quaglia, em depoimento na CPI dos Correios |
Morando em Florianópolis e nascido na Argentina, o ex-corretor explica que, para complementar sua renda, faz traduções. "Mas não há muita demanda porque há cada vez mais livros editados em português."
Ele é o único réu ter na defesa um defensor público. "Não tenho advogado porque não tenho como pagar. Não tenho nada a ver com esse negócio do mensalão."
Em sustentação oral feita na sexta-feira, o defensor público Haman Córdova pediu a nulidade de cerca de 13 interrogatórios porque, segundo ele, houve cerceamento do direito de defesa.
Córdova apontou que o Supremo intimou erroneamente, por três anos, um advogado para fazer a defesa de Quaglia. Os ministros decidiram que uma definição sobre a nulidade será dada antes da votação.
Procurado pela reportagem por telefone após a sustentação oral, Quaglia demonstrou surpresa quando questionado sobre o desempenho do defensor. "Quando? Foi hoje?"
Ele diz que está acompanhando o julgamento apenas pelas reportagens do "Jornal Nacional", da TV Globo.
"Claro que o processo me preocupa, mas não me tira o sono", afirma.
Quaglia era dono da corretora Natimar na época do mensalão. Segundo a denúncia do procurador-geral da República, ele emprestou a corretora para que a Bônus Banval repassasse parte dos recursos destinados ao PP.
O ex-corretor é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. "Foi envolvido por terceiros. Nunca na minha vida vi algum dos políticos envolvidos, nem o senhor Marcos Valério. Só conhecia o cara da corretora Bônus Banval, que para se safar, me colocou no fogo", disse.
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