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Na TV, candidatos de SP terão mais tempo que grandes marcas
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LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Com o início do horário eleitoral gratuito, no dia 21, os candidatos a prefeito de São Paulo vão aparecer mais na televisão do que os maiores anunciantes do país.
Só em comerciais, Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) vão superar a Unilever --dona de marcas como Omo e Dove--, segunda maior anunciante em TV aberta. Por dia, eles terão cerca de 15 inserções de 30 segundos.
Essas propagandas curtas são consideradas mais importantes que os programas mais longos, exibidos em horários fixos, porque, para o eleitor, é mais difícil desviar delas.
Se considerados também esses blocos, o tucano e o petista vão aparecer mais vezes na TV do que as Casas Bahia, maior anunciante do Brasil.
Segundo levantamento do grupo Meio & Mensagem, a empresa gastou R$ 1 bilhão no ano passado com publicidade em televisão aberta.
Mesmo os candidatos que têm menos tempo de propaganda eleitoral concorrem com marcas famosas.
Gabriel Chalita (PMDB) terá mais comerciais que a Caixa Econômica Federal; Celso Russomanno (PRB) se equipara à P&G, dona de marcas como Gillette e Pampers.
As informações sobre os anunciantes foram calculadas com base em levantamento da empresa Controle da Concorrência (de pesquisa e planejamento de mídia) da média semanal de comerciais no início do mês.
A propaganda eleitoral gratuita também passa em rádios. Além disso, os candidatos aparecem em telejornais da TV aberta.
Na semana passada, a TV Globo começou a dar espaço para eles nos telejornais locais, o que fez com que as campanhas mudassem sua estratégia e marcassem mais compromissos públicos para os candidatos.
ESTRATÉGIA
Na última pesquisa Datafolha, a maioria das pessoas ouvidas (61%) não soube citar espontaneamente o nome de nenhum candidato.
A propaganda eleitoral gratuita é considerada pelas equipes de campanha como uma das principais armas para mudar esse quadro.
Nas eleições de 2008, ela foi um dos fatores decisivos para a vitória de Gilberto Kassab (hoje no PSD), que tinha o maior tempo e começou o horário eleitoral em terceiro lugar nas pesquisas.
Mas nem sempre os "campeões" de tempo em rádio e TV vencem nas urnas.
Nas eleições de 2000, por exemplo, Romeu Tuma (então no extinto PFL) tinha o maior tempo de propaganda, mas perdeu para Marta Suplicy (PT).
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