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13/08/2012 - 17h38

No Rio, Freixo 'municipaliza' milícia para atingir Paes

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ITALO NOGUEIRA
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

O deputado Marcelo Freixo (PSOL) quer "municipalizar" o debate sobre milícias para atacar o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na campanha eleitoral. Uma prévia da estratégia foi usada no debate da TV Bandeirantes.

Além de atacar Paes, Freixo pretende mostrar que a principal bandeira de seu mandato como deputado também é de responsabilidade da prefeitura. O deputado ganhou projeção ao presidir a CPI das Milícias, que indiciou mais de 200 pessoas por envolvimento nessas quadrilhas.

Candidato do PSOL liga Paes a milícias em debate no Rio

Ele afirma que Paes não acabou com o poder das cooperativas de vans sobre motoristas do transporte alternativo. O setor é uma das principais fontes de arrecadação dos grupos criminosos formados por policiais.

O relatório final da CPI propunha que as licenças para trabalho no sistema não fossem dadas a cooperativas, mas sim a motoristas individualmente. Freixo afirma que Paes mantém a força das cooperativas, "sem acabar com o braço financeiro das milícias".

Fotomontagem
Eduardo Paes e Marcelo Freixo, candidatos à Prefeitura do Rio
Eduardo Paes (à esq.) e Marcelo Freixo, candidatos à Prefeitura do Rio

O socialista afirma ainda que o prefeito se reuniu com alguns dos indiciados pela CPI em 2009 para definir edital de licitação para vans.

"Eu entreguei o relatório da CPI para ele. O coordenador de campanha dele [deputado Pedro Paulo] era membro da CPI. Não dá para dizer que não sabia", disse Freixo.

Recém-eleito, em 2009, o prefeito Eduardo Paes se reuniu com o grupo para discutir a licitação das linhas de vans. Na reunião, o prefeito e seu atual candidato a vice, o vereador do PT Adilson Pires, discutem com donos de linhas de vans.

No grupo estavam Hélio Ricardo, conhecido como Gringo, preso por suspeita de envolvimento com uma milícia, e César Moraes Gouveia, o César Cabeção, presidente da cooperativa Rio da Prata, na zona oeste do Rio.

Cabeção venceu a licitação feita pela prefeitura e opera dez linhas de vans na região. Junto a Cabeção está Dalcemir Barbosa, suspeito de integrar a milícia de Rio das Pedras, também na zona oeste da cidade. Todas as pessoas e seus advogados foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados.

Também participou do encontro Getúlio Rodrigues, assassinado em 2010, mais um suspeito de integrar um grupo de milicianos.

Paes afirma que as licenças são concedidas individualmente, e não para cooperativas.

No fim do ano passado, a prefeitura cancelou contratos já firmados com as entidades após reportagem do "Fantástico" que mostrou práticas de pagamento de propina e extorsão nas cooperativas.

As permissões passaram a ser individuais, mas os motoristas tiveram que criar associações nas áreas onde atuam.

Procurado, Paes não havia se manifestado até a conclusão desta edição.
O uso do tema das milícias facilita também a apresentação de Freixo ao eleitor. Pesquisa do Datafolha mostrou que metade do eleitorado desconhece o deputado -- a maior taxa entre os principais candidatos.

Além da atuação na CPI, Freixo quer usar a popularidade do filme "Tropa de Elite 2", que trata do tema, para divulgar sua candidatura. Ele inspirou o personagem Diogo Fraga.

 

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