Publicidade
Publicidade
Oposição diz que nota de partidos sobre mensalão é 'desespero'
Publicidade
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
A oposição reagiu nesta quinta-feira à nota divulgada por partidos aliados do governo com críticas à oposição. Na nota dos aliados de Dilma Rousseff, os partidos acusam DEM, PSDB e PPS de "golpe" para influenciar o julgamento do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e "confundir" a opinião pública no processo eleitoral.
O presidente do DEM, José Agripino Maia, e do PSDB, Sérgio Guerra, afirmaram que a ação dos governistas é fruto do "desespero" ao constatarem que vão perder as eleições municipais em várias capitais do país.
Partidos da base se unem em crítica a oposição por envolver Lula no mensalão
Oposição recua e decide esperar fim de julgamento para processar Lula
Advogado volta a negar entrevista de Marcos Valério a revista
Marcos Valério aponta Lula como chefe do mensalão, diz revista
"O PT não disputa mais o primeiro lugar, está competindo para ter o segundo. É desespero absoluto. Nós não temos o menor interesse em qualquer tumulto, quebra da ordem ou argumentos heterodoxos para influenciar as eleições", afirmou Guerra.
Agripino disse que os governistas estão "vendo os efeitos do mensalão começarem a acontecer" sobre os partidos aliados da presidente Dilma Rousseff.
"Isso já é efeito da queda da candidatura do [Fernando] Haddad em São Paulo. Quem tem que ser acusado é quem está envolvido com o delito. O resto é desculpa de quem está perto de perder a eleição", afirmou o presidente do DEM.
Os oposicionistas afirmam que em São Paulo, Recife e Fortaleza o PT tem chances reais de perder a eleição --por isso resolveu partir para o ataque numa tentativa de fragilizar as candidaturas de democratas e tucanos. Eles atribuem ao presidente do PT, Rui Falcão, a articulação da nota assinada pelas legendas que integram a base de apoio ao governo.
Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) negou qualquer tentativa da oposição em pressionar o julgamento do mensalão, como acusam os governistas. O tucano disse que seria um "desrespeito" à Corte questionar a sua independência.
"Isso está totalmente fora do contexto. Estamos tão distantes desse julgamento que nem assistimos as sessões. O Supremo não tem esse tipo de comportamento."
O líder afirmou que a nota dos governistas é resultado do "desespero do PT diante das consequências do julgamento do mensalão". "A blindagem ao partido não é tão eficiente quanto antes. Há um desgaste entre os candidatos da base e seria surpreendente se não houvesse."
NOTA
Seis presidentes de partidos da base aliada do governo assinam a nota em que criticam a oposição por analisar a possibilidade de pedir ao Ministério Público que investigue o envolvimento do ex-presidente Lula no mensalão.
PT, PSB, PMDB, PC do B, PDT e PRB afirmam repudiar os dirigentes do PSDB, DEM e PPS por tentar "comprometer a honra e a dignidade" de Lula.
Na terça-feira (18), a oposição decidiu esperar o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) para cobrar investigações da Procuradoria-Geral da República.
A decisão veio depois que a revista "Veja" publicou reportagem em que atribui ao publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, a revelação de que Lula era o "chefe" do esquema e teria desviado, segundo a revista, R$ 350 milhões.
"Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela revista 'Veja', pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação", afirma a nota de hoje divulgada pelos partidos da base.
O texto é assinado pelos presidentes dos partidos Rui Falcão (PT), Eduardo Campos (PSB), Valdir Raupp (PMDB), Renato Rabelo (PC do B), Carlos Lupi (PDT) e Marcos Pereira (PRB).
"As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova."
Segundo os partidos da base, o gesto é "fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro".
As siglas ainda comparam o caso de Lula com o dos presidentes Getúlio Vargas, em 1954, e João Goulart, em 1964.
"O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos."
Os partidos dizem também que a oposição quer pressionar o Supremo no julgamento do mensalão e confundir a opinião pública. De acordo com eles, a preocupação é transformar o caso em um julgamento político.
+ Canais
+ Notícias em Poder
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice