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14/10/2012 - 04h15

Apinhado em obras, Eduardo Paes diz que até Dilma o inveja

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MORRIS KACHANI
DO RIO

"Era muita sacanagem se eu não ganhasse", disse Eduardo Paes (PMDB), reeleito prefeito do Rio com a maior votação do país, enquanto afivelava o cinto de segurança do helicóptero. "Cheguei aos 42 anos no lugar que sempre sonhei. Todo governante tem inveja de mim, até a Dilma".

A ideia era sobrevoar a cidade e apresentar os canteiros das obras que devem ser inauguradas até a Olimpíada de 2016. Para ficar só nos exemplos mais imponentes, são 150 km de vias com vários túneis, a revitalização da região do porto --orçada em R$ 8 bilhões--, uma central de tratamento de resíduos, e, claro, todo o complexo olímpico.

E as já inauguradas: o Parque Madureira, zona norte, numa área equivalente a cinco Maracanãs, e um sofisticado Centro de Operações para monitorar o trânsito e ações de defesa civil, com mais de 900 câmeras pela cidade.

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Douglas Lambert/Folhapress
Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), sobrevoa a cidade de helicóptero durante entrevista à *Folha*
Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), sobrevoa a cidade de helicóptero durante entrevista à Folha

"O ex-prefeito de Barcelona, Pasqual Maragall, me explicou: ou a cidade se apropria da Olimpíada ou a Olimpíada se apropria da cidade", diz Paes, indagado sobre o fiasco do planejamento do Pan 2007, quando era secretário estadual de esportes.

"O Pan serviu para a gente aprender. Não me importa se o piso que o Usain Bolt vai correr será rosa, azul ou amarelo. O que importa é o poder de transformação, muito além da questão esportiva. É o que vai ficar para a cidade. Um evento como a Olimpíada tem importância geopolítica, funciona como força catalisadora. É um ótimo pretexto para eu fazer tudo que queria",diz.

"E eu não acho que o Brasil se tocou disso para a Copa. Aliás, é muito mais fácil lidar com os organizadores da Olimpíada do que com o pessoal do futebol", acrescenta.

O processo de pacificação com as UPPs, a cargo do governo estadual, foi fundamental. Mas por trás das tantas obras há uma engenharia que fez crescer o orçamento do município em 88% em quatro anos, de R$ 10,9 para R$ 20,5 bilhões --o de São Paulo, no mesmo período, cresceu 62%.

Outra diferença é que 20% do orçamento carioca está empenhado com investimentos. São Paulo, apenas 10%. A capital paulista só vence o Rio no total empenhado com dívida: 12,6% contra 4,7%.

Um empréstimo de R$ 1 bilhão do Banco Mundial e um manancial de parcerias público-privadas explicam o momento atual, além de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal."Sabe quanto vou gastar para fazer a vila olímpica? Zero", diz Paes orgulhosamente.

Em 2005 ele chamava Lula de "chefe da quadrilha" do mensalão. Hoje, diz estar provado que o ex-presidente "não tem nada a ver com isso".

Para Paes, governar com o apoio de Dilma e Lula "ajuda muito". Daí seu palpite para São Paulo: "Os dois candidatos são ótimos, mas, objetivamente, Haddad é melhor para São Paulo". E brinca: "Político em São Paulo é chato pra caramba. Alckmin é um chuchu, Kassab é um chuchu."

Para virar prefeito, Paes venceu Fernando Gabeira (PV) em 2008 e Marcelo Freixo (PSOL) agora. "Gabeira tem cabeça aberta, não é radical. Superou a crise de identidade da adolescência. Já o Freixo achava que a disputa era entre um puro e um pecador".

"Não dá para ser ideólogo na gestão de uma cidade", diz ele, que já passou por quatro partidos.

 

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