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15/10/2012 - 20h59

Temer evita polêmica sobre vice e diz que Cabral terá 'posição de relevo' no PMDB

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GABRIELA GUERREIRO
ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

O vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sempre terá uma "posição de muito relevo no partido". Temer evitou polemizar com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que lançou o nome do governador para vice na chapa da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

"Eu remeto vocês ao Twitter do Sérgio Cabral. Lá ele dá uma palavra definitiva sobre isso [dizendo que o PMDB já tem um vice]. Ele tem reiterado isso para todos os companheiros que falaram com ele. Ele se antecipou e falou com muitos, dizendo que estava tudo como está", afirmou.

Eduardo Paes diz que Sérgio Cabral deve ser vice de Dilma em 2014
Decisões serão tomadas somente em 2014, diz ministro sobre vice de Dilma

Rafael Andrade - 23.dez.11/Folhapress
Governador do Rio, Sérgio Cabral
Governador do Rio, Sérgio Cabral

O vice-presidente disse que não ficou ressentido com as declarações de Paes porque "política é assim mesmo". "Se desagradar, não é democrático", afirmou.

Sobre os planos para Cabral depois de 2014, quando acaba o mandato do governador, Temer disse que o peemedebista "sempre terá espaço em qualquer esfera de governo". "Ele é governador, já tem um espaço extraordinário. Ele sempre terá uma posição de muito relevo, não tenho a menor dúvida disso. É uma figura que prestou serviços inegáveis ao Rio", afirmou.

Em sessão de homenagens ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), defendeu o lançamento de candidatura própria do partido à Presidência da República em 2014 ou 2018.

Em um recado para Cabral, Raupp disse que se o PMDB decidir apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, sem lançar um nome do partido, o vice-presidente Michel Temer deve ser novamente indicado para a chapa da petista.

"Tenho defendido candidatura própria à Presidência, se não em 2014, mas em 2018. Na impossibilidade de candidatura própria em 2014, defendo a reedição da chapa Dilma-Michel", afirmou.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criticou a postura de Paes e disse que o prefeito deve "se preocupar com a cidade que acabou de reelegê-lo". "Ele resolveu antecipar o processo de sucessão, o que demonstra inabilidade e amadorismo", afirmou.

Vice-presidente da Câmara, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) afirmou que Paes "não foi feliz" em suas declarações, o que demonstra "uma certa atitude afoita" do prefeito reeleito.

Paes disse que "gosta e respeita" o vice-presidente Temer, mas "agora é a vez do governador Sérgio Cabral ser o vice". Para o prefeito, a gestão Cabral tem obtido muito destaque, com o combate ao crime organizado, a pacificação das favelas e morros e, agora, com a vitória dele próprio na eleição municipal, e isso qualifica o governador para voos maiores.

"Nenhuma candidatura apoiada pela presidente Dilma teve vitória tão consagradora quanto a nossa", disse Paes.

MEMÓRIA

Na sessão solene do Congresso em memória aos 20 anos da morte de Ulysses, Temer não mencionou a disputa de 2014. Em seu discurso, lembrou a capacidade de "agregação" de Ulysses, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1988.

"Não fosse sua liderança, sua capacidade de agregação, de formação de conceitos e de somar os contrários, não teríamos uma Constituição no Brasil. Quando não havia mais como decidir, decidia ele e todos acompanhavam. Isso serviu de norte para a minha vida pública", afirmou.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que Ulysses era um "exímio costurador" e conseguia "alinhavar com extrema perfeição" as causas políticas. Ao relembrar a campanha do ex-presidente Tancredo Neves, Sarney disse que como candidato a vice-presidente tentava manter-se afastado dos holofotes - mas Ulysses o estimulava a ampliar sua participação pública.

"A vice era considerada um cemitério de elefantes. Educado, Ulysses reclamava e me pedia: Sarney, avança um pouco, fica à frente, força um pouco a porta. Eu dizia: Ulysses, eu não tenho jeito para papagaio de pirata", afirmou.

Apesar dos elogios a Ulysses, Sarney responsabiliza o ex-presidente da Câmara em sua biografia por problemas no governo quando ocupou a Presidência da República. No livro, que foi lançado no ano passado, Sarney afirma que Ulysses "não tem grandeza nem espírito público. É um político menor, que tem o gosto da arte da política, puro gosto do jogo, nada mais".

 

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