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23/10/2012 - 07h30

Ex-ministro diz que Lula tentou fazer mais do que seria capaz

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RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO A ÁGUAS DE LINDÓIA

"Lula queria redesenhar a geografia do mundo, mas ele superestimou-se. Procurou fazer mais do que ele, ou mesmo o país, seria capaz", declarou em entrevista o especialista em relações internacionais Celso Lafer, professor aposentado da Faculdade de Direito da USP e ministro das Relações Exteriores em duas ocasiões, nos governos Collor e Fernando Henrique.

Entre os equívocos listados estaria o apoio ao Irã e a líderes latino-americanos polêmicos, como Evo Morales e Hugo Chávez.

"Não sou a pessoa mais objetiva para comentar isso", ponderou Lafer à Folha. Na opinião do especialista, que hoje preside a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Lula queria mostrar uma diferença em relação ao governo de seu antecessor, e uma área escolhida foi a política externa.

Já a presidente Dilma, afirma Lafer, teria menos interesse pela política internacional, o que não a impediu de cometer equívocos como a suspensão do Paraguai do Mercosul "sem o devido processo legal".

Na sua conferência, em que preferiu dar exmplos de como sua formação acadêmica influenciou sua atuação como ministro, o ex-ministro enfatizou como a norma jurídica é uma poderosa aliada da diplomacia, o "softpower" ("poder macio", isto é, o não uso da força).

Para Lafer, o campo de estudo das relações internacionais é marcado por uma constante dicotomia entre posições realistas e idealistas. Para ele, é mais fácil resolver um conflito de interesse entre dois países do que um conflito de percepção. E brincou: uma tensão "é como discutir a relação"; uma controvérsia é apenas o debate se o casal vai comprar um carro ou uma geladeira.

 

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