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27/10/2012 - 03h00

Leia a transcrição do debate da TV Globo entre candidatos a prefeito de SP

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DE SÃO PAULO

Leia a seguir a transcrição completa do debate realizado pela TV Globo entre os candidatos a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), na noite de sexta-feira (26).

Mensalão, saúde e transporte dominam debate em SP
Serra ataca com mensalão, e Haddad cita Eduardo Azeredo
Candidatos em SP se acusam sobre parcerias na área da saúde
Em debate, Serra defende e Haddad critica gestão Kassab

Este foi o último debate antes do segundo turno das eleições, que acontece no próximo domingo.

PRIMEIRO BLOCO

Mediador César Tralli: Boa noite. São 23h03, nós falamos ao vivo dos estúdios da TV Globo, no bairro do Brooklin aqui em São Paulo, zona sul da capital. Começa agora o último debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo. Uma oportunidade para você conhecer melhor as propostas de quem pretende administrar a nossa cidade pelos próximos quatro anos.

Temos aqui convidados, uma plateia, a quem eu peço por favor que se mantenha em silêncio para não prejudicar os candidatos, nem aqueles que estão em casa, vendo o nosso debate, pela TV. O único momento em que a plateia poderá se manifestar é agora com uma salva de palmas então para Fernando Haddad do PT e José Serra do PSDB.

Boa noite candidato Fernando Haddad, José Serra, eu gostaria de dizer que a posição dos candidatos foi definida por sorteio e que vamos definir as regras desse nosso debate.

Em três blocos de debate os candidatos fazem perguntas entre si. Quatro perguntas por bloco, duas para cada candidato. O candidato tem trinta segundos para perguntar e o outro tem um minuto e vinte para responder. Depois, quem perguntou tem 40 segundos para réplica. E quem respondeu também tem 40 segundos para a tréplica. A segunda pergunta é feita pelo candidato que respondeu, na primeira rodada. E assim sucessivamente.

No primeiro bloco o tema é livre, no segundo o tema é definido por sorteio antes de cada pergunta. O candidato que fez a primeira pergunta no primeiro bloco agora responde e o que respondeu é o primeiro a perguntar no segundo. No último bloco o tema é livre, há um novo sorteio para definir qual candidato faz a primeira pergunta, depois segue-se a ordem alternando. A ordem será definida por sorteio.

Gostaria de lembrar aos senhores que não serão permitidas ofensas pessoais nem acusações que atinjam a honra e dignidade de um adversário. Se um candidato se sentir atingido, pode pedir o direito de resposta, eu vou analisar junto com nossa equipe da produção, e o direito de resposta pode ser concedido na hora, se não houver dúvida ou mais tarde. O candidato deverá se ater à ofensa recebida.

Lembro ainda que os candidatos não poderão exibir para as câmeras documentos, panfletos, impressos ou textos ainda que escritos à mão. Ainda durante o debate o candidato não poderá trocar os papéis por qualquer tipo de tablet ou smartphone.

Nós vamos começar agora o nosso debate. Eu vou sortear o candidato que vai fazer a primeira pergunta. Lembro então aos senhores que o tema é livre e o candidato que começa este último debate antes do segundo turnê Fernando Haddad, do PT. Candidato, tema livre, 30 segundos, por favor.

Primeira pergunta

Fernando Haddad: Obrigado, Tralli. Boa noite telespectador, boa noite José Serra. Eu gostaria de perguntar ao candidato José Serra qual o balanço que ele faz da administração Kassab. Foi uma boa administração? Uma administração regular? Uma administração ruim? Quais as grandes obras que entregou nos últimos quatro anos, e sabendo que ele sendo seu vice, manteve a sua equipe, qual é a responsabilidade que ele se atribui na condução da cidade até o presente momento.

José Serra: Boa noite César, boa noite candidato, boa noite a vocês que estão nos assistindo. Eu fui eleito prefeito em 2004, assumi em 2005. Quando eu saí para a eleição, que fui eleito com mais votos na capital para governador do que tive para prefeito.

Kassab assumiu a prefeitura, completou o meu mandato e foi eleito em 2006, em 2008 com 61% dos votos, concorrendo com a candidata do PT. E desenvolveu o seu mandato de prefeito completo. A cidade teve avanços, por exemplo número de AMA's, que eu tinha começado, por exemplo moradias, movimento transformação favelas em bairros, para dar outro exemplo. Programa cidade limpa.

Na questão educacional, nós pegamos a cidade com piso salarial dos professores de 1.200 reais e isso foi elevado já na minha gestão, mas na gestão dele também, chegou-se a 2.600 reais. Houve numerosos avanços. Os problemas continuam. A cidade está longe de ser uma cidade sem problema, tem muita dificuldade, muita questão para resolver e a minha candidatura é para isso, para resolver os problemas de São Paulo.

Fernando Haddad: Minha dificuldade em compreender a resposta é o fato de que boa parte da administração Kassab tem os secretários indicados pelo Serra. Ele parece que procura se desonerar dessa responsabilidade.

Eu entendo que a administração precisa mudar de rumo e mudar rápido. A produção de moradias nunca foi tão baixa, 28 mil moradias em oito anos. Nós pretendemos construir 55 mil. Prometeram entregar 66 quilômetros de corredores, não entregaram nenhum desde 2008. Prometeram entregar três hospitais, nós vamos entregar três hospitais, não entregaram nenhum.

Nós pretendemos entregar 150 quilômetros de corredores. Portanto é uma nova vida para São Paulo a partir de primeiro de janeiro.

José Serra: É importante ter presente que o Gilberto Kassab foi eleito em 2008 ganhando da Marta Suplicy do PT por 61% dos votos e fez o seu governo. Quando eu saí da Prefeitura e ele assumiu, manteve alguns dos secretários, que foi uma medida sábia, boa parte desses secretários vieram depois comigo para o Governo do Estado quando eu assumi o Governo do Estado, como foi o caso do secretário de finanças, o caso do secretário de planejamento, caso do secretário da Justiça e vários outros. Agora é importante ter presente que o PT quis o apoio do Kassab, muito.

Segunda pergunta

José Serra: Queria começar na minha primeira pergunta falando um tema que para mim é fundamental, saúde da mulher, qual a proposta do candidato? A minha é reforçar o Mãe Paulistana, esse programa extraordinário que nós criamos e que eu quero ampliar, intensificar na cidade; nasceram 670 mil crianças sob a cobertura desse programa. E vou também botar ginecologistas em todos os postos de unidades do saúde da família de São Paulo.

Fernando Haddad: Na minha opinião, o candidato José Serra tem uma visão muito restrita da mulher. Ele vê a mulher apenas como gestante. Eu vejo a mulher muito mais amplamente. Eu vejo a mulher desde o nascimento até a idade mais avançada, até a terceira idade. Ele compreende o Mãe Paulistana, ele acha que resolve o problema da mulher. Não resolve.

A mulher quando nasce tem direito a creche. São Paulo é uma das cidades com maior déficit em creche do país, 145 mil vagas, metade delas, mulheres. A cidade tem problema com os idosos, os idosos não têm acesso a saúde na cidade de São Paulo. Está faltando atendimento, as filas são extremamente longas, o atendimento de exames, cirurgias e consultas é penoso para a população, e também a mãe trabalhadora, a mulher trabalhadora que também depende da saúde no trabalho e não há uma rede de assistência para a mulher trabalhadora.

Portanto eu vejo a mulher, diferentemente do candidato José Serra, em toda a sua complexidade, do nascimento até a idade avançada. E eu penso que a saúde da mulher tem que ser tratada dessa maneira. O Mãe Paulistana é um bom programa, nós podemos ampliar, inclusive não atende todas as mulheres, podemos aperfeiçoar mas não devemos restringir a saúde da mulher a esse ponto.

José Serra: Olha, eu não vejo a mulher só como gestante não, eu vejo a mulher como filha, eu vejo a mulher como esposa, vejo a mulher como mãe, vejo a mulher como cidadã. E de maneira integral, além do mais isso é meio óbvio.

Agora, a gestação é um processo importante. No programa do Fernando Haddad para São Paulo, sequer tem a palavra gestante, fico feliz que ele elogiou o programa Mãe Paulistana, que eu trouxe para São Paulo, tinha sido feito em Curitiba numa gestão do PSDB, eu trouxe para São Paulo. É um programa excelente. E eu vou cuidar muito da saúde da mulher nos medicamentos, nos exames, e inclusive no atendimento ginecológico.

Fernando Haddad: Eu não penso que o candidato José Serra conceba a mulher na sua integralidade. A mulher é quem mais sofre nos trens e metrôs, ônibus da cidade. E a interrupção do investimento faz com que a mulher passe situações extremamente constrangedoras hoje no transporte público da Cidade de São Paulo.

As filas, Serra, afetam a toda a população, mas quem mais sofre é a mulher, que não tem o seu direito assegurado a consulta, a exames, e a cirurgias, e nós vamos resolver com a rede hora certa e a construção dos três hospitais.

Terceira pergunta

Fernando Haddad: Hoje as manchetes dos jornais dão conta de algo que a população já sente na pele, um aumento brutal da criminalidade. O número de assassinatos na cidade de São Paulo em setembro foi de 144, o dobro de setembro do ano passado. Eu queria saber se você como prefeito, governador, se sente responsável de alguma maneira por isso ou se os seus sucessores têm alguma responsabilidade e o que pretende fazer pela segurança?

José Serra: O que eu devo dizer pela segurança é o seguinte, como prefeito eu vou da batalha, vou ser um prefeito ativista para ajudar o Governo do Estado na tarefa da segurança. Primeiro, vamos contratar mais PMs na operação delegada, mais quatro mil PMs nas ruas.

Segundo, vamos multiplicar ainda mais as câmeras de segurança por toda a cidade, que eu comecei quando prefeito, que comecei quando governador. Nós vamos se aliar ao Governo do Estado nessa operação, que é uma operação fundamental para a segurança da cidade.

Terceiro, nós vamos cuidar também de melhorar a iluminação. Eu quero dizer aqui, César, dentro de um ano, nós teremos a cidade totalmente bem iluminada. Nas ruas que não tiverem luz ou na melhoria da qualidade das luzes.

Quarto ponto: Guarda Civil metropolitana. Nós vamos reforçar a guarda, inclusive com mais efetivos. Pondo gente de fora para fazer as funções burocráticas, contratando gente de fora para liberar o guarda civil que já é treinado para o trabalho na rua, vai ser um trabalho de cooperação o tempo inteiro. Porque segurança não tem partido, nós temos que cooperar, temos que trabalhar para trazer paz para a nossa Cidade.

Fernando Haddad: Bom, o candidato não respondeu a que atribui a escalada da violência no último ano. Dobrou o número de assassinatos na cidade de São Paulo. 144 mortes apenas em setembro. Se é possível iluminar a cidade em um ano, tiveram oito para fazer! Não fizeram nada! A cidade está mal iluminada.

A guarda civil e a operação delegada estão restritas ao combate ao comércio ambulante, inclusive combate ao comércio ambulante regular, pessoas com deficiência foram reprimidas, tanto pela guarda civil como pela operação delegada. Nós não, nós vamos investir na polícia comunitária, vamos reorientar e investir em programas sociais para a juventude que está abandonada na cidade de São Paulo.

José Serra: Como se vê a respeito de segurança é mais fácil criticar do que propor, porque efetivamente Fernando Haddad não propôs nada, mas nós propusemos e vamos levar à prática. Tem outra questão, a do crack. O crack está por trás da aceleração dos crimes. Se faz pouco no Brasil pelo combate ao contrabando de armas e de drogas, mas eu não vou ficar brigando com o Governo Federal.

Junto com o governo do Estado nós vamos atrair o governo federal para que o governo federal se envolva no combate ao contrabando e ao tráfico, que são prerrogativas dele, dentro da cidade de São Paulo e no resto do país. Com isso, nós vamos juntar forças para melhorar a condição de segurança.

Quarta pergunta

José Serra: Queria perguntar ao Fernando Haddad a respeito da questão do metrô. O metrô e a CPTM, e o monotrilho, uma variante do metrô, são fundamentais para a cidade, hoje tem quatro linhas em obra, no ano que vem vai ter sete linhas em andamento e a Prefeitura é sócia desse projeto, seja com recursos, seja com conhecimento, seja com zoneamento, com tudo, eu queria saber as ideias dele a esse respeito.

Fernando Haddad: Bom, Serra, eu entendo que nós devemos investir em metrô, monotrilho e também corredores de ônibus. A proposta é recuperar o São Paulo interligado que você abandonou. Nós devíamos ter hoje 300 quilômetros de corredores de ônibus, e você obstruiu esse processo. Quero investir no metrô como a Marta quis.

Você se engana quando você diz que nós não queríamos investir em metrô, só que nós queríamos fazer um investimento mediante contrapartida, não repassar dinheiro para o metrô investir no sistema financeiro, deixar o dinheiro parado, porque hoje não tem um "tatuzão" escavando na Cidade de São Paulo, e a linha seis que vocês prometeram para 2012 vocês nem licitaram, a Brasilândia está esperando sentada das promessas de vocês.

Nós queremos investir no metrô, inclusive eu pretendo trazer recurso federal para o metrô que quase nunca foi pedido, quando foi atendido. Para fazer o quê? Um cronograma de obras. A companhia tem que apresentar um cronograma e se eu estou colocando dinheiro novo, isso tem que representar cronograma novo, novas estações e novas linhas antecipadas, e não adiando como aconteceu com a linha seis que vocês já adiaram para 2019 e a Brasilândia sabe disso.

José Serra: Olha, nessa questão do metrô, também fala-se muito quando se critica, mas propõe-se pouco. Como governador eu entreguei cerca de 20 quilômetros, metrô e CPTM transformado em metrô, como por exemplo Grajaú, autódromo, etc. O que foi um avanço muito importante.

A população que mora em Sapopemba, São Mateus, cidade Tiradentes, sabe que está sendo construído o monotrilho até lá, tem até reclamos nos jornais sobre barulhos de obras. A população que mora na vila Sônia sabe que será a cabeça da linha quatro.
As obras estão em andamento. A população que mora em Congonhas ou Morumbi também sabe do monotrilho.

Fernando Haddad: O que a população sabe, Serra, é que talvez os nossos netos vão conhecer essas obras de vocês, porque a todo ano, a cada ano eleitoral vocês anunciam novas linhas, novas estações, e no ano seguinte, a eleição vocês dão um novo prazo para a entrega. É sempre assim.

Vamos tomar a linha seis, Serra. Vocês prometeram entregar em 2012, não está licitada, ficou para 2016, e agora 2019, vocês excluiram Pirituba, onde vai ter possivelmente um centro de convenções para atrair a feira mundial para São Paulo em 2020. Nós temos que ter mais seriedade com a população que está sofrendo.

SEGUNDO BLOCO

Mediador César Tralli: 23h23, estamos de volta ao vivo com o último debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo. José Serra do PSDB e Fernando Haddad do PT. Neste bloco os candidatos farão perguntas entre si só que sobre temas determinados por sorteio.

Dentro dessa urna nós temos dez temas que foram aprovados pelas assessorias dos candidatos. Vamos ver agora quais são eles. Transporte, saúde, educação, taxas e impostos, lixo, corrupção, habitação, segurança, lazer, e combate às drogas. Bem, só quatro temas vão ser sorteados, sempre antes da pergunta e assim como no primeiro bloco os candidatos farão duas perguntas cada um de forma alternada.

Os tempos da pergunta, das respostas, das réplicas, tréplicas, são os mesmos, e o primeiro candidato a perguntar nessa rodada será José Serra, já que Fernando Haddad foi o primeiro na abertura do debate. Vamos então sortear o tema dessa primeira pergunta.

Primeira pergunta

Mediador César Tralli: O tema é corrupção. Candidato, o senhor tem trinta segundos para formular a pergunta.

José Serra: Olha, hoje quando se fala em corrupção, a lembrança imediata é o mensalão. Na verdade, a cúpula do PT foi considerada culpada de desvio de dinheiro público. Para compra de votos. Mais do que isso, foi julgada e condenada. Condenada a prisão. Eu queria que você explicasse, Fernando Haddad, aos paulistanos, por que isso aconteceu. Como é mesmo, de que maneira isso ocorreu em Brasília com o PT?

Fernando Haddad: Serra, mais do que eu talvez você pudesse responder, porque tudo isso começou em Minas Gerais com o PSDB, que vai ser julgado agora, na sequência desse julgamento que se encerra, começa o julgamento do mensalão tucano. Quem engendrou, elaborou, o mentor intelectual disso tudo foi o presidente do seu partido, Eduardo Azeredo, está processado também.

Infelizmente o processo dele, por crimes anteriores está, será julgado apenas posteriormente. Então você que foi da cúpula do PSDB. Eu não, eu nunca militei nas instâncias partidárias, sempre fui filiado. De ir até às últimas consequências, de tudo o que pudesse ser apurado.

Eu sou uma pessoa que tem doze anos de vida pública, uma reputação que ninguém discute, nem você em 60 dias de campanha foi capaz de me atacar na honra porque você sabe da minha conduta. Eu sou professor na Universidade de São Paulo e sou professor de direito, e hoje eu vejo as instituições durarem. Não finja o que não sabe o que aconteceu em Minas Gerais, Serra, não é correto com a população.

José Serra: Uma coisa que aconteceu em Minas Gerais até agora segura é que José Dirceu e outros dirigentes do PT foram condenados em Minas Gerais. O resto a Justiça é que vai mostrar. E se havia algo errado lá, pior ainda é quem copiou o procedimento.

E olha, estamos falando de mensalão, em geral se deixa de lado uma coisa, Fernando Haddad, se deixa de lado, que é muito importante, telespectador sabe disso, o volume de dinheiro desviado. Em valores atuais, o dinheiro que foi desviado se aproxima de 200 milhões, daria para fazer 400 AMA's em São Paulo, mensalão é tirar dinheiro do povo.

Fernando Haddad: Serra, ninguém está defendendo atos ilegais, o que se defende é a apuração. O presidente Lula nomeou oito dos dez ministros que julgaram no supremo federal, inclusive o relator, nomeou o procurador geral que fez a denúncia e conduziu a denúncia, o nosso governo não tem problema de ir até às últimas consequências, você vir falar de valores? Um único funcionário que você nomeou na Prefeitura, Hussein Aref, sozinho, angariou esse valor todo em imóveis apenas, sabe Deus o que está por trás desses imóveis que ele comprou na Cidade de São Paulo com o salário de servidor.

Segunda pergunta

Mediador César Tralli: Candidato Haddad, o tema é transporte, o senhor tem 30 segundos, por favor.

Fernando Haddad: Serra, eu queria voltar à questão dos corredores. Você procura tangenciar essa questão, afinal de contas você é a favor ou contra? Se é a favor, por que vocês não construíram nenhum quilômetro nos últimos quatro anos embora tenham prometido 66 quilômetros? O corredor é fundamental como complemento aos trens e metrôs, para desafogar os trens e metrôs que hoje estão congestionados, qual a sua proposta real para esse problema?

José Serra: Olha, primeiro essa história de não ter feito corredor, nós fizemos, por exemplo o corredor Tiradentes, expresso Tiradentes e o corredor Diadema, São Mateus, Diadema, que é feito pelo estado. Segundo, eu volto a insistir, o metrô recebeu um bilhão de reais da Prefeitura, durante a gestão do PT recebeu um real. A prefeitura é parceira do metrô.

O metrô que vai de Congonhas até o Morumbi, metrô que vai por toda a zona sul, na linha cinco, metrô que vai até a cidade Tiradentes, que é fundamental, através do monotrilho, e o metrô da linha quatro, que parte da Vila Sônia.

No ano que vem, além do mais, haverá o metrô, as obras levando de Vila Prudente até a Via Dutra, passando pela Penha, toda aquela região. De maneira que metrô está avançando na cidade. Corredor de ônibus, nós tivemos que consertar aqueles estragados, feitos pela Marta, que estavam estragados, gastamos uma fortuna nisso.

Por outro lado, eu quero lembrar uma coisa a respeito de transporte. A nossa proposta do bilhete único, que nós vamos levar de três para seis horas, com o mesmo preço. Valendo inclusive para estudantes, isso tem muito a ver com transporte.

Fernando Haddad: O Serra nas últimas 24 horas andou se consultando de novo com o Levi Fidelix e se apropriou de uma ideia do primeiro turno do Levi Fidelix, de última hora, provavelmente nas pesquisas de opinião, meu programa não, foi apresentado dia 13 de agosto e não muda ao sabor das circunstâncias, ele permanece um programa sério, feito por técnicos, especialistas, cientistas e acadêmicos.

Serra, você não respondeu a pergunta, eu vou construir quilômetros de metrô, recuperar o tempo perdido, e vou exigir, perdão, de corredores de ônibus, e vou exigir do metrô compromisso, para ter estações...

José Serra: Fernando Haddad, perguntado pela imprensa, disse que eu tinha tirado a proposta da duplicação da validade do bilhete único da cartola. Eu não tirei da cartola; eu tirei da caixola, dobrar o tempo do bilhete único de três para seis horas, os estudantes que pagam meia passagem também vão poder circular durante seis horas, o que praticamente cobre a ida e a volta da escola com um único bilhete, essa é uma boa proposta, ninguém tem que pagar adiantado, tem redução de preço, não tem que pagar quando é feriado. A proposta que ele apresentou é vazia.

Terceira pergunta

Mediador César Tralli: Candidato Serra, a sua vez novamente de perguntar. Vamos sortear um dos temas. E o tema é educação, por favor, trinta segundos.

José Serra: Educação. Eu queria saber quais são as propostas do candidato Fernando Haddad a respeito dos professores na Cidade de São Paulo. Na área da educação. E do tempo de estudo das crianças. Nós elevamos o piso dos professores, que o PT deixou de 1200, para 2600, uma melhora significativa. Além do mais, ampliamos a hora de estudo de quatro para cinco, e eu quero levar agora para sete.

Fernando Haddad: Tirou a ideia da caixola, da caixola do Levi Fidelix. Indo para a educação, você tem que ver de maneira global. O estudante e o professor. O estudante hoje está no seguinte dilema, ou ele passa sem saber nada, a progressão automática, ou ele repete o ano e acaba abandonando a escola.

Nós vamos acabar com isso com a escola de tempo integral. Eu vou trazer para São Paulo o maior programa de educação de tempo integral da história do país que já está em 32 mil escolas. A criança passa um turno na escola, com as disciplinas tradicionais. No segundo turno, ela tem aula de recuperação, aula de teatro, aula de música, aula de xadrez, que contribui para melhorar o desempenho dela nas disciplinas clássicas, matemática, língua portuguesa, ciências, e assim por diante.

No caso do professor, nós vamos fazer, trazer também para São Paulo 31 pólos da universidade aberta do Brasil, que vão ministrar cursos de especialização, mestrado e doutorado, atenção, com as melhores universidades públicas do país. Nós vamos trazer o que tem de melhor para os professores, e vamos cumprir o acordo que foi firmado com o magistério, e que está em curso com previsão de incorporação das gratificações.
Vou honrar o compromisso que foi feito com os professores.

José Serra: Olha, como eu disse, o piso salarial foi elevado de 1200, para 2600.
Isso valoriza o professor, nós vamos além disso, dar 25% de reajuste acumulado nos próximos dois anos.

Numa decisão da encaminhada pelo Alexandre Schneider, que foi meu vice quando Secretário da Educação. Mais ainda, nós vamos criar um centro de treinamento e reciclagem permanente dos professores do município. Para reforçar a qualidade das aulas, a qualidade da docência. Vamos também valorizar as creches conveniadas dando o piso salarial do Estado para as professoras das creches conveniadas.

Fernando Haddad: Serra, com o perdão da palavra, a educação não é propriamente a tua área. Professor não é reciclado nem treinado. Essas palavras não se adequam ao educador. O educador é formado, tem sua formação inicial, continuada. Reciclagem e treinamento você usa para outras coisas, você não pode usar para professor. Estou te orientando para você não cometer esse deslize novamente.

Então nós, a proposta que você está fazendo de reajuste salarial é um lei que já está aprovada, um acordo que já está firmado, eu estou dizendo que vou cumprir o acordo, e vou honrar aquilo que foi pactuado.

Quarta pergunta

Mediador César Tralli: Candidato Haddad, a vez de fazer sua pergunta, o tema é habitação, 30 segundos, por favor.

Fernando Haddad: Candidato Serra, vou voltar ao tema, por dever de ofício aqui, embora você nos dois debates anteriores não tenha respondido. Acha razoável depois de oito anos ter entregue apenas 28 mil habitações? A secretaria de habitação forneceu essa informação, uma informação oficial que inclusive você utiliza, 3500 habitações por ano. Você acha essa meta razoável à luz da potência de São Paulo, do vigor de São Paulo?

José Serra: Fernando, preliminarmente eu permito dizer que você está muito nervoso, muito agressivo, eu acho que isso não ajuda a qualidade do nosso debate, com toda a franqueza.

Agora, na questão da moradia, como eu disse, já disse muitas vezes, nós fizemos 28 mil moradias, mais 18 mil da CDHU na Cidade de São Paulo, mais ainda, fizemos um grande movimento de urbanização de favelas, transformando favelas em bairro.

Em dezenas de lugares da Cidade de São Paulo. A gestão anterior do PT tinha feito em um ou dois lugares. O grande exemplo é Heliópolis. Um grande exemplo é Paraisópolis. Um grande exemplo é São Francisco, real parque. Tá aí por toda a cidade, moradia não se resume numero apartamento ou casa.

Moradia exige esgoto, saneamento, iluminação, sugiro exige educação, saúde, calçamento, fizemos tudo isso, transformamos essas favelas em bairros. Heliópolis tinha 5% de água e esgoto, hoje tem mais de 90%. Fizemos junto com o Governo do Estado e até com uma contribuição federal da ordem de 15%, nós juntamos forças para atender esta população necessitada.

Fernando Haddad: Serra, na verdade o que você nota de nervosismo é indignação, eu corri essa cidade inteira e eu passei pelos bairros mais pobres dessa cidade, não sei se você foi ao jardim Peri, eu não sei se você foi a Vila Bela, eu não sei se você está acompanhando o que está acontecendo na Cidade de São Paulo.

A tua propaganda eleitoral não reflete a vida da cidade. Você não está sabendo o que está acontecendo, tem criança brincando com esgoto a céu aberto, tem mães que não têm onde deixar seus filhos. Questão da habitação é questão séria porque inclusive envolve o meio-ambiente. Talvez se você corresse mais a cidade sua indignação fosse tão grande quanto a minha no dia de hoje.

José Serra: Olha, a questão de São Paulo precisa ser posta nos devidos termos. É uma cidade rica, uma cidade vibrante que está cheia de problemas, e a minha qualificação é precisamente a de resolver problemas. Resolver os problemas. Enfrentá-los. E nós fizemos isso. Não foi feito nada no passado em matéria de urbanização de favelas. Nós avançamos consideravelmente. Não foi feito praticamente nada em matéria de creches, nós avançamos significativamente. A gestão do PT fez quinze mil vagas, nós fizemos 150.

TERCEIRO BLOCO

Mediador César Tralli: são 23h40, estamos de volta com o último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. José Serra, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT. Neste terceiro e último bloco o tema é livre.

Como Haddad já abriu o primeiro bloco, e Serra abriu o segundo, nós vamos então sortear qual dos dois candidatos vai fazer a primeira pergunta neste terceiro bloco. Começamos com José Serra, por favor, 30 segundos, tema livre.

Primeira pergunta

José Serra: Eu queria perguntar ao candidato a respeito de medicamentos. Qual vai ser a política dele em relação a medicamentos. Quando eu cheguei a Prefeitura a distribuição estava praticamente paralisada. Nós recuperamos, informatizamos, ampliamos a distribuição, 170 medicamentos. Criamos o remédio em casa, que foi uma coisa muito importante e vamos fazer agora a cesta de medicamentos para o idoso, além de ampliar o remédio em casa. São questões fundamentais para a saúde da população.

Fernando Haddad: Serra, nesse particular dos medicamentos, as ideias estão bem estruturadas, mas os programas não estão funcionando. Posso te assegurar que há problemas de gestão nos programas da Prefeitura de São Paulo.

A ideia é boa, o conceito é bom, número de medicamentos contempla as diretrizes do Ministério da Saúde, mas se você perguntar hoje para a população se toda lista está sendo contemplada e se ela está tendo acesso a todos os medicamentos previstos, você vai verificar que a realidade é diferente daquela que você menciona.

O que eu pretendo? Eu pretendo agir na gestão da saúde. Saúde hoje de São Paulo tem muitos recursos, praticamente quatro vezes o orçamento que tinha. Mas a qualidade não melhorou. Não apenas na distribuição dos medicamentos, está faltando médico, está faltando, as filas estão aumentando em várias especialidades, você tem problemas de gestão, não há prontuário eletrônico na cidade de São Paulo, faltam alguns médicos especialistas em muitas áreas, há hospitais que estão numa situação precária hoje de atendimento. Inclusive tanto da prefeitura quanto do Estado, então a minha atuação na saúde vai ser basicamente a gestão, está faltando gestão na saúde.

José Serra: Queria acrescentar algo que eu havia dito antes do programa Mãe Paulistana. Nós vamos ampliar o programa, que foi muito bem sucedido, 670 mil partos, vamos ampliar no atendimento a criança que nasce. Ela vai ser acompanhada durante os três primeiros anos de vida, isto é fundamental.

Além disso, para as mães que estiverem na fila esperando vaga em creche, foram feitas 150 mil vagas mas não deram conta, nós vamos dar uma bolsa, uma bolsa creche de 200 reais até que abra uma vaga para o bebê, isso é fundamental, fortalecer também as creches para fortalecer a saúde das crianças.

Fernando Haddad: Olha, há oito anos nós estamos aguardando providências que estão sendo anunciadas agora mas que não foram tomadas. São medidas simples que o Serra está anunciando, mas tiveram oito anos para fazer e não fizeram.

Na área da saúde. Os três hospitais, a população está aguardando. Há inclusive uma ameaça do Governo do Estado privatizar 25% dos leitos públicos dos hospitais estaduais na cidade de São Paulo. O que geraria o caos. Nós vamos construir os três hospitais, impedir a privatização dos leitos estaduais, e trazer a rede hora certa para a Cidade de São Paulo. Exame, consulta e cirurgia no mesmo lugar, para acabar com as filas da saúde.

Segunda pergunta

Fernando Haddad: Serra, eu fui assessor especial do ministro do planejamento e lá eu formatei as leis das parcerias público privadas que hoje têm importância muito grande no país.

O Prouni é uma parceria pública privado muito importante. Eu não vejo em nenhum momento da sua propaganda eleitoral de rádio e TV você mencionar a necessidade de parceria com o Governo Federal. É uma atitude política, é um esquecimento? O que vem a ser? Isso o prefeito de São Paulo desconsiderar esta possibilidade?

José Serra: Hoje a prefeitura tem 83 convênios em parcerias com o governo federal. Esta história que não se faz coisa com o governo federal é mentira. Agora, a questão básica das parcerias que está sendo discutida hoje é de outra natureza. É com relação a área da saúde. No programa do PT, do candidato, nas declarações de dirigentes do PT, e até a Justiça Eleitoral confirmou isso, o PT quer acabar com as parcerias, com as organizações sociais em São Paulo.

Hospitais particulares, entidades filantrópicas, ou da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo. São parceiros que fazem praticamente 70% das consultas hoje no estado, e fazem aproximadamente 40% das cirurgias. Bons parceiros. E o PT recusa-se- a tocar para adiante essas parcerias e quer até acabar com ela. Isso está em declarações, mais do que provado.

Agora, é uma perda para a cidade, será uma perda muito grande, uma perda para o sistema de saúde que poderá correr o risco de ser mais desorganizado, de ficar realmente a mingua dentro dessa perspectiva, porque PT só governa para PT!

Fernando Haddad: Serra, ao contrário de você que a cada dia apresenta um novo plano de governo, ideias novas, inclusive copiadas de outros candidatos do primeiro turno, eu apresentei um plano de governo só, no dia treze de agosto, que está no meu portal da campanha.

Não há uma linha sobre acabar com parcerias em relação às OSs, você pegou uma declaração de um dirigente do PT que disputava uma previa comigo e se retirou da previa para me dar lugar para disputar a Prefeitura de São Paulo. Não faz sentido você propagar esse tipo de rumor nos últimos dias da eleição, Serra.

José Serra: Eu não propago, o José Dirceu entrou no supremo entre acabar com a parceria. Está escrito no seu programa de governo. O PT pediu direito de resposta e a justiça disse que não porque efetivamente está escrito. Está inclusive nas suas entrevistas, que você talvez não tenha familiaridade com as questões de saúde.

E com a questão da saúde não se pode brincar. Com a questão da saúde nós temos que atuar com muito cuidado e ter boas parcerias. Por que só pessoa mais rica pode ser atendida pelo padrão Einstein ou Sírio-Libanês?

Terceira pergunta

José Serra: A minha pergunta é a respeito de leitos hospitalares. Quando o Fernando Haddad foi Ministro da Educação, foram fechados 1.500 leitos de hospitais universitários, isso está em declarações da Associação de dirigentes de ensino no Brasil. 1.500 leitos que dependem do Ministério da educação. Mais ainda, segundo outras entidades nacionais foram fechados cerca de 40 mil leitos do SUS, por quê? Por que isso aconteceu?

Fernando Haddad: Serra, os dados estão completamente equivocados a esse respeito. Se teve algum incidente a culpa foi da oposição que não votou a medida provisória que eu mandei para o Congresso Nacional. Vocês obstruíram a votação de uma medida provisória importante para a contratação de pessoal. Tivemos de remeter como projeto de lei e felizmente agora está aprovada.

Agora você vem me falar de leito, Serra? Pelo amor de Deus! Vocês querem vender leitos públicos dos hospitais estaduais, 25% para os planos de saúde, e não entregaram os três hospitais que prometeram em 2008! Está faltando leito na Cidade de São Paulo! Vamos construir os hospitais! Você não tem nem proposta de construção de novos hospitais no seu plano de governo, você não anunciou nada, nenhum leito para a Cidade de São Paulo novo.

Então você que deve satisfações a esse respeito. Em relação ao que você falou das parcerias. Eu fui Ministro da Educação, eu fiz a maior parceria com a Universidade Federal de São Paulo, foi a maior expansão da Universidade Federal. Não tem o menor cabimento. Eu abri o curso de medicina do Santa Marcelina.

Um detalhe, você que não tem recursos, pode fazer o curso de medicina lá com financiamento estudantil, e se atuar na rede pública você converte o teu financiamento em bolsa de estudo e não paga nada.

José Serra: Olha, todas as organizações sociais quando leram o programa do Haddad ficaram em pânico com relação a essa parcerias. Leram o programa e ouviram as declarações. Como governador e prefeito eu abri 1.800 leitos na cidade de São Paulo nesse período.

Quando era ministro da saúde, nós completamos ou reformamos 300 hospitais, nós anunciamos, está no programa, basta qualquer um ler, quatro novos hospitais na cidade pelo menos, isso faz parte da nossa proposta de saúde, como é a integração completa nas ações de saúde do governo do Estado e do município. Como se fosse um serviço só. Coisa que vai aumentar muito a eficiência do atendimento a saúde.

Fernando Haddad: Você não respondeu a pergunta que eu lhe fiz sobre a parceria com o governo federal, você em 60 dias de campanha não mencionou o Governo Federal em nenhum momento do seu programa eleitoral.

Você mesmo diz que precisam voltar os recursos dos contribuintes paulistanos para São Paulo, mas a gestão Kassab e a gestão Serra não fazem o menor esforço para buscar esses recursos porque não têm projeto, vocês de fato não têm projeto para a cidade de São Paulo, nós vamos apresentar e fazer o pacto para a cidade de São Paulo.

Quarta pergunta

Fernando Haddad: Serra, nós temos programas sociais muito importantes na Cidade de São Paulo. Temos uma escalada enorme da violência, você se recusou a responder a pergunta. Tem a disseminação do crack com operação do crack, um aumento de moradores de ruas na melhor década econômica que o Brasil viveu, a violência contra a mulher é uma chaga na Cidade de São Paulo. Por que a cidade mais rica do país não tem a política social mais rica, mais pujantes, mais importante?

José Serra: Olha, em matéria de política social eu queria dizer para o Fernando Haddad, isso vale para o seu partido, que a melhor política social que o PT poderia ter feito era não ter feito o mensalão, porque o que o mensalão custou daria para construir 400 AMA's.

O mensalão tirou dinheiro do bolsa família, tirou dinheiro de tudo, as pessoas sabem disso. Então quando vem falar de política social é preciso pensar primeiro no que devia ter feito, que era não ter feito como no caso que eu estou dando o exemplo, do mensalão, o PT é um partido que governa para si, de acordo com os seus interesses, não tem nada de social como procura aparentar.

Nessa questão, eu tenho no meu passado, nas minhas realizações, e nas minhas intenções presentes muita coisa para mostrar, desde o criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador, desde os genéricos, mutirões, cirurgias de transplantes, o volume de creches que foi feito, o aumento que houve, o ensino técnico e profissional na Cidade de São Paulo e no estado, tem muitas coisas para mostrar, rede Luci Montoro, tudo obras de natureza social, voltadas para todos, mas evidentemente ajudando mais as pessoas mais pobres.

Fernando Haddad: Eleitor eu vou trazer todos os programas federais do governo federal para a cidade de São Paulo. Não é, não tem cabimento nós continuarmos sofrendo dessa maneira por uma mera, por um mero capricho do governante, que coloca os seus interesses pessoais e políticos acima do interesse público.

É obrigação do prefeito buscar recursos federais, inclusive na área social, para o transporte que vai mal, para a saúde que vai mal, para a educação de São Paulo. Hoje a qualidade de educação de São Paulo perde para uma cidade que não tem recursos, como Teresina no Piauí, para não falar de Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Isso tem que mudar.

José Serra: O Fernando Haddad esqueceu o tema e também o que eu tinha dito. Eu tinha dito que a Prefeitura tem 83 convênios com o Governo Federal, esta coisa que não faz coisa junto com o Governo Federal é conversa. Quem é o prefeito ou governador que não quer recurso federal? Claro que vai atrás, claro que quer.

Outro problema é fazer. Houve dificuldades inclusive na área da educação pela inépcia, como foi no caso das creches, tudo mais, mas nós vamos continuar trabalhando por essas parcerias, inclusive na área de creches, da área da segurança, do crack, da área de transportes.

Considerações finais

Fernando Haddad: Queria em primeiro lugar agradecer a Rede Globo, ao candidato José Serra, a todos os presentes, sobretudo ao telespectador que nos aguardou até esse presente momento, nos ouviu, nós apresentamos propostas. Eu apresentei um programa sério no dia 13 de agosto.

E não foi remendado desde então ao sabor das pesquisas de opinião! Não, programa sério feito por especialistas, programa da mudança, programa para colocar São Paulo num novo rumo, um tempo novo para a cidade de São Paulo. Não podemos aceitar a situação em que a cidade se encontra.

A cidade pode muito mais, desde que a Prefeitura não atrapalhe e ajude, passe a colaborar com a força da comunidade, com a força do empresariado, com a força dos trabalhadores, para isso você tem que ter algum despreendimento.

Primeiro se dedicar os quatro anos, nada de renúncia, nada de meio expediente, trabalhar quatro anos duro, e trabalhar em parceria. Trabalhar em parceria com o setor privado, com o setor comunitário, com o governo estadual, mas muito com o Governo Federal, nós temos que apresentar projetos.

Dinheiro existe no Brasil, o Brasil deixou de ser uma nação pobre, o que falta é ideia, o que falta é projeto, é isso que está faltando na cidade de São Paulo. Uma visão de futuro, uma visão generosa, que atenda você, suas necessidades, que olhe para o seu sofrimento na saúde, na educação, no transporte, e na moradia. É isso que eu desejo para você como prefeito de São Paulo.

José Serra: Obrigado a globo, obrigado ao César, obrigado ao candidato Haddad pelo debate e obrigado a todos vocês que nos acompanharam nessa noite. É vocês que eu peço que se unam a mim nessa caminhada até a eleição de domingo.

São Paulo é uma cidade rica, vibrante, mas com muitos problemas, está cheia de problemas. E eu estou pronto para enfrentar esses problemas, com a minha capacidade de fazer acontecer, com o meu sentido de justiça social, com a integridade de mim e da minha equipe, estou pronto para fazer isso.

Nós vamos fazer o bilhete único de seis horas, para todos os que andam de ônibus, inclusive os estudantes. Vamos fazer a bolsa para mãe que está na fila da creche, de 200 reais, vamos enfrentar de fato, de frente, com conhecimento, a questão da saúde. Vamos expandir o ensino técnico e profissional como nunca nessa cidade. Nós vamos perseguir todos aqueles objetivos para melhorar a condição de vida dos paulistanos.

E eu tenho que dizer aqui sim que a população leva em conta questões como honra, como honestidade, porque se diz que a população de São Paulo não está ligando para o mensalão. Isso não é verdade. Esses procedimentos do mensalão indignam a nossa população, e é com meu passado limpo, folha de realizações que eu quero ser de novo prefeito de São Paulo e que peço aqui a você que está nos assistindo o seu apoio, vamos juntos!

Mediador César Tralli: Quero agradecer, eu quero agradecer ao candidato Fernando Haddad do PT, quero agradecer ao candidato José Serra do PSDB, agradecer a plateia e a você telespectador que acompanhou conosco esse último debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo.

Nosso muito obrigado, a cobertura completa das eleições continua em nossos tele jornais e na nossa programação, para você, tenha um excelente fim de semana, um bom voto, voto consciente, boa noite.

 

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