Publicidade
Publicidade
Manobra da base governista pode encerrar CPI do Cachoeira
Publicidade
DO VALOR
Uma manobra da base governista, posta em prática pelo presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), impede a votação de novos requerimentos de quebra de sigilos e de convocação de novos depoentes pelo colegiado.
Na prática, a medida pode pôr fim às atividades da CPI. A reunião desta quarta-feira (31) destinava-se a decidir o contrário: por quanto tempo o prazo de trabalho das atividades da CPI, que se encerra nesse domingo, dia 4, seria prorrogado.
Após os pedidos de diversos parlamentares para a apreciação de novos requerimentos, Vital do Rêgo colocou em votação um pedido do relator do colegiado, deputado, Odair Cunha (PT-MG), para adiamento da discussão e votação dos requerimentos constantes da pauta sem prazo determinado.
O requerimento foi aprovado por 17 votos a favor e nove contra. Paralelamente à reunião da CPI, a base governista se articulou e protocolou na Mesa Diretora do Congresso um requerimento pedindo o adiamento das atividades por 48 dias, o que encerra a CPI antes do recesso parlamentar do final do ano. Ao todo, 212 deputados e 34 senadores assinaram o documento.
A oposição e os chamados independentes tentavam a prorrogação por 180 dias, mas admitem que não devem conseguir o mínimo necessário de assinaturas.
Dessa forma, confirmado o novo prazo, a base governista pode conduzir os trabalhos até o final do ano sem aprovar nenhum requerimento novo de quebra de sigilo ou convocação, ficando pendente apenas a aprovação do relatório final. Atualmente, há mais de 500 requerimentos a serem apreciados.
A ação encampada por Vital do Rêgo e de Odair Cunha revoltou os integrantes do colegiado.
"O que está sendo feito aqui agora é um tratoraço regimental", declarou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). "O prazo de 48 dias é uma farsa, porque ninguém vai investigar coisa nenhuma."
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), declarou que a manobra instituiu uma cortina de fumaça nas atividades da CPI.
A oposição planeja agora, entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), juntamente com os documentos obtidos pelo colegiado, pedindo seguimento às investigações sobre o esquema de Carlinhos Cachoeira e das atividades da empreiteira Delta.
O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) saiu em defesa do relator, afirmando que o adiamento das discussões e das votações de requerimentos seria uma medida de "precaução".
"A proposta do relator é para que não se coloque o carro na frente dos bois, de votar o prazo de prorrogação e depois se ela será prorrogada ou não", argumentou.
O senador Jorge Viana (PT-AC) rebateu as críticas de que a prorrogação indeterminada enterraria a CPI do Cachoeira.
"Essa CPI já prestou um grande serviço a esse país. Nós já temos sigilos quebrados, nós já temos autoridades públicas sob suspeição e que serão entregues à Justiça. Agora tem o Ministério Público para entrar em campo, a Justiça para agir", afirmou. "Eu quero sim, que o Brasil desmonte essa quadrilha e essa quadrilha está sendo desmontada por essa CPI."
+ Canais
+ Notícias em Poder
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice