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31/10/2012 - 13h23

Manobra da base governista pode encerrar CPI do Cachoeira

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DO VALOR

Uma manobra da base governista, posta em prática pelo presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), impede a votação de novos requerimentos de quebra de sigilos e de convocação de novos depoentes pelo colegiado.

Na prática, a medida pode pôr fim às atividades da CPI. A reunião desta quarta-feira (31) destinava-se a decidir o contrário: por quanto tempo o prazo de trabalho das atividades da CPI, que se encerra nesse domingo, dia 4, seria prorrogado.

Após os pedidos de diversos parlamentares para a apreciação de novos requerimentos, Vital do Rêgo colocou em votação um pedido do relator do colegiado, deputado, Odair Cunha (PT-MG), para adiamento da discussão e votação dos requerimentos constantes da pauta sem prazo determinado.

O requerimento foi aprovado por 17 votos a favor e nove contra. Paralelamente à reunião da CPI, a base governista se articulou e protocolou na Mesa Diretora do Congresso um requerimento pedindo o adiamento das atividades por 48 dias, o que encerra a CPI antes do recesso parlamentar do final do ano. Ao todo, 212 deputados e 34 senadores assinaram o documento.

A oposição e os chamados independentes tentavam a prorrogação por 180 dias, mas admitem que não devem conseguir o mínimo necessário de assinaturas.

Dessa forma, confirmado o novo prazo, a base governista pode conduzir os trabalhos até o final do ano sem aprovar nenhum requerimento novo de quebra de sigilo ou convocação, ficando pendente apenas a aprovação do relatório final. Atualmente, há mais de 500 requerimentos a serem apreciados.

A ação encampada por Vital do Rêgo e de Odair Cunha revoltou os integrantes do colegiado.

"O que está sendo feito aqui agora é um tratoraço regimental", declarou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). "O prazo de 48 dias é uma farsa, porque ninguém vai investigar coisa nenhuma."

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), declarou que a manobra instituiu uma cortina de fumaça nas atividades da CPI.

A oposição planeja agora, entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), juntamente com os documentos obtidos pelo colegiado, pedindo seguimento às investigações sobre o esquema de Carlinhos Cachoeira e das atividades da empreiteira Delta.

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) saiu em defesa do relator, afirmando que o adiamento das discussões e das votações de requerimentos seria uma medida de "precaução".

"A proposta do relator é para que não se coloque o carro na frente dos bois, de votar o prazo de prorrogação e depois se ela será prorrogada ou não", argumentou.

O senador Jorge Viana (PT-AC) rebateu as críticas de que a prorrogação indeterminada enterraria a CPI do Cachoeira.

"Essa CPI já prestou um grande serviço a esse país. Nós já temos sigilos quebrados, nós já temos autoridades públicas sob suspeição e que serão entregues à Justiça. Agora tem o Ministério Público para entrar em campo, a Justiça para agir", afirmou. "Eu quero sim, que o Brasil desmonte essa quadrilha e essa quadrilha está sendo desmontada por essa CPI."

 

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