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04/02/2013 - 04h45

Articulação de novo líder do PMDB causa incômodo ao governo

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DE BRASÍLIA

Aliados e inimigos são unânimes: a vitória do deputado Eduardo Cunha (RJ) para líder do PMDB na Câmara irá tirá-lo da zona de conforto de sua atuação nos bastidores para trazê-lo à superfície das barganhas políticas.

Em seu terceiro mandato como deputado, Cunha, que não era o preferido do governo por ser considerado um "aliado temido", tinha ressalvas até na cúpula do PMDB.

Evangélico, de semblante calmo e voz mansa em público, Cunha tem dois pontos marcantes em sua atuação: intensas negociações para distribuir cargos a aliados e a maneira com que analisa e tenta modificar as medidas provisórias do governo.

Ele liderará a segunda bancada da Casa, com 78 deputados, em sua maioria fiéis ao governo. Ao líder cabe orientar como votará a bancada, entre outras funções.

Com 46 votos, Eduardo Cunha é eleito líder do PMDB na Câmara

Reinaldo Ferrigno - 27.set.2011/Agencia Câmara
Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara

Um dos temores do Planalto em relação a Cunha é sua atuação independente das orientações partidárias. Aliados contam que na Câmara ele criou a "bancada do Cunha", grupo de 34 parlamentares para os quais ajudou a obter recursos nas campanhas eleitorais em 2010.

Para ganhar os holofotes, enfrentou até mesmo um de seus principais aliados, Henrique Eduardo Alves (RN), favorito para conquistar hoje a presidência da Câmara.

Boa parte do incômodo provocado por Cunha se deve às articulações nas votações de medidas provisórias do governo. E foi assim que ele ganhou força no Congresso na legislatura passada.

Em 2007, Cunha foi responsabilizado pelo fim da CPMF, uma das principais derrotas do governo Lula no Congresso, que custou aos cofres uma receita de R$ 40 bilhões.

Ele segurou por cinco meses a entrega do relatório sobre a prorrogação da CPMF na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para pressionar pela nomeação do ex-prefeito do Rio de Janeiro Luiz Paulo Conde na presidência de Furnas, estatal do setor elétrico.

Com o atraso no relatório, o governo disse que ficou sem tempo para negociar com sua base e a prorrogação acabou derrubada no Senado.

Para evitar problemas semelhantes, o Planalto recorreu ao hoje vice-presidente Michel Temer para segurar as alterações que Cunha queria fazer na MP que reduziu as tarifas do setor elétrico, editada ano passado.

Cunha foi para os holofotes ao ser nomeado presidente da Cehab (companhia de habitação do Rio) pelo seu então padrinho na política Anthony Garotinho, governador do Estado na época (e hoje seu inimigo). Saiu e virou alvo de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por uso de documento falso. (MÁRCIO FALCÃO e DIMMI AMORA)

 

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