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08/03/2013 - 19h31

Caso que derrubou 2 prefeitos tem audiência adiada em Campinas

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DE CAMPINAS

Documentos de uma suposta movimentação financeira de R$ 600 mil entre um ex-servidor público de Campinas (SP) e um parente de Rosely Nassim Santos, ex-primeira-dama acusada pelo Ministério Público de chefiar quadrilha de cobrança de propinas, causaram o adiamento da audiência que ocorreria nesta sexta-feira (8) sobre o caso Sanasa, que gerou a maior crise política da história da cidade em 2011.

Dos 22 réus do processo, 3 já foram ouvidos pelo juiz Nelson Augusto Bernardes, e os outros iriam depor na tarde de sexta. Caso se recusassem a falar, a ação entraria em fase final para sentença. Para que as defesas possam ter acesso aos novos documentos, a audiência foi remarcada para 21 de março.

Os envolvidos são empresários e agentes públicos da Sanasa (empresa mista de saneamento do município) e da então administração de Hélio de Oliveira Santos (PDT), cassado após revelação do caso. A acusação é de direcionamento de licitações e aprovação de empreendimentos mediante pagamento de propina.

Segundo o promotor do caso, Amauri Silveira Filho, uma investigação posterior sobre lavagem de dinheiro que teria sido feita pelos envolvidos mostrou depósitos que somam R$ 567 mil do ex-diretor de Controle Urbano, Ricardo Cândia, para a Instrutec Manutenção e Montagem Industrial Ltda., propriedade do irmão de Rosely, segundo a Promotoria.

A suspeita é que o dinheiro seja relativo à parcela da ex-primeira-dama sobre o total de propinas recebidas em um determinado período, não especificado. Os documentos seriam anexados ao processo hoje.

O delator do esquema e ex-presidente da Sanasa, Luiz Augusto Castrillon de Aquino, já havia confirmado em depoimento à Justiça que as licitações para obras e serviços da Sanasa eram direcionadas para empresas que, depois de receber pagamentos pelo contrato, tinham de repassar entre 5% e 12% para a administração.

Aquino disse que ele próprio levou parte do dinheiro "recolhido" para Rosely diversas vezes, em um escritório, no gabinete que ela tinha na prefeitura e até mesmo na casa dela. Segundo ele, no entanto, o ex-prefeito não tinha conhecimento do esquema. Em 2007, Aquino deixou a Sanasa, mas aos promotores relatou ter tido conhecimento de que o esquema teve continuidade após sua saída.

Por ter ouvido de empresários que houve repasse de dinheiro ao então vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), o petista também foi cassado quando assumiu a administração, em 2011. Todos os agentes públicos negam participação no caso. Dois empresários disseram que foram obrigados a repassar a propina, sob ameaça de perder contratos com a administração.

Os advogados de Rosely e Cândia não responderam aos questionamentos da reportagem sobre os supostos depósitos. (MARÍLIA ROCHA)

 

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