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Análise: Meta de Campos é acumular forças para a sucessão de 2018
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FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
No fim de 2005, Eduardo Campos decidiu que seria candidato ao governo de Pernambuco no ano seguinte. Estava em terceiro lugar nas pesquisas. Então presidente, Lula era contra. No primeiro turno de 2006, Campos terminou em segundo lugar. No rodada final, elegeu-se governador de Pernambuco.
Em 2014, o projeto do presidente do PSB é tentar replicar --ao menos em parte-- seu desempenho de 2006 em uma campanha ao Planalto.
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Diego Brandy, marqueteiro de Campos, considera que a vitória é praticamente impossível, mas, se chegar em segundo lugar em 2014, ele se consolidará para 2018, além de subtrair do PSDB o posto de maior força oposicionista.
Há dois limites impeditivos para Campos. Primeiro, o risco de ficar em terceiro ou quarto, com menos de 10% dos votos. Segundo, se seu projeto representar uma possibilidade real de o PSB encolher na eleição de 2014.
Se Campos se lançar ao Planalto, se tornarão automaticamente mais difíceis as alianças locais do PSB para eleger governadores de Estado, senadores e deputados. É que a atual presidente, Dilma Rousseff, tem tentado interditar ao máximo o campo partidário para seus adversários.
Em 2010, Dilma teve o maior tempo de TV e rádio e também a maior coalizão já montada para eleger com sucesso um presidente. Eram dez siglas pró-Dilma. Em 2014, o plano é ampliar esse número. Sobrariam poucas legendas para compor com os candidatos de oposição --que, com tempo exíguo de TV, se tornariam quase invisíveis.
Outro temor de Campos é a economia voltar a crescer com mais vigor neste ano. Esse cenário turbinaria a campanha de Dilma à reeleição.
Para se contrapor aos fatores adversos, Campos tem se mexido em torno de setores da sociedade que não demonstram muito entusiasmo por mais um período de quatro anos do PT no Planalto.
Ele se aproximou de empresários. Conversa com dirigentes de partidos de oposição --PSDB, PTB e PPS. Em breve deve montar uma base no Rio, possivelmente um apartamento, para passar mais tempo na capital fluminense e tentar "despernambuquizar" sua imagem. Quer estreitar laços com o meio artístico e intelectual.
Mas a decisão poderá ser tomada só em março ou abril de 2014. "É mais ou menos quando o PSB decidiu em 2010 que Ciro Gomes não seria nosso candidato e que apoiaríamos Dilma", tem explicado o governador. Até por essa razão, Campos adota um discurso público sempre negando que seja inevitável sua candidatura ao Planalto.
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