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27/03/2013 - 20h00

Em defesa de Feliciano, PSC critica 'mensaleiros' na Comissão de Justiça

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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

O líder do PSC na Câmara dos Deputados, Andre Moura (SE), subiu o tom do discurso em defesa pela permanência do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos e disse que os parlamentares do PT não têm credenciais para cobrar a saída dele porque indicaram "dois mensaleiros" para a principal comissão da Casa.

Inicialmente, o PSC chegou a pedir a saída de Feliciano do posto, mas ontem recuou, e assumiu a blindagem do parlamentar.

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A cúpula do PSC chegou a lembrar que esteve com o governo Lula e que ajudou a eleger a presidente Dilma Rousseff.

O PT indicou para a Comissão de Constituição e Justiça os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP).

Os dois foram condenados no ano passado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pelos crimes no mensalão, esquema que desviou recursos públicos para financiar a compra de apoio político no Congresso nos primeiros anos do governo Lula.

"Por que não pegar um espelho e olhar para si mesmo e perguntar: por que o PT indica para a Comissão de Constituição e Justiça dois mensaleiros condenados pela mais alta Corte deste país, o STF? Será que julgar a indicação do Feliciano, pelo PSC, é correto para um partido como o PT, que, volto a repetir, indicou dois mensaleiros condenados?", afirmou.

Parlamentares do PT têm defendido abertamente a saída de Feliciano. O partido costumava comandar a comissão, mas abriu mão ao optar por outros colegiados. Para Moura, o discurso dos petistas é de "falsos moralistas".

"Se é para moralizar esta Casa, vamos começar pela Comissão de Constituição e Justiça. O PT deveria avaliar sua posição quanto às indicações na Comissão de Constituição e Justiça antes de criticar o PSC", disse.

Eleito neste mês para o comando da comissão, Feliciano tem sido criticado por opiniões consideradas homofóbicas e racistas.

O deputado nega e diz que defende posições comuns a evangélicos, como ser contra a união homossexual. Ele é pressionado a sair, mas diz que não vai entregar o cargo.

CRONOLOGIA

Entenda a polêmica sobre a presidência da Comissão de Direitos Humanos na Câmara

27.fev
Partidos dividem cargos nas comissões temáticas da Câmara. Após acordo, o PT abre mão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e o PSC fica com o direito de indicar o presidente.

4.mar
Cotado para a vaga, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) é alvo de protestos em redes sociais por ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas por ativistas dos direitos humanos. O pastor reage e abre um abaixo-assinado em seu site para reunir apoio por sua indicação à comissão.

6.mar
Indicado pelo seu partido para a vaga, a reunião que o elegeria presidente da Comissão de Direitos Humanos é suspensa após manifestações e adiada em um dia.

7.mar
Em reunião fechada, sem os manifestantes, Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos com 11 votos dos 18 possíveis. Após bate-boca, representantes do PT, do PSOL e do PSB deixaram a reunião antes mesmo de a votação ser convocada.

9.mar
Manifestantes contrários à eleição do pastor para a presidência da comissão vão às ruas pedir a sua destituição do cargo. Só em São Paulo, ao menos 600 pessoas participaram do ato, de acordo com a Polícia Militar.

11.mar
O deputado é alvo de novo protesto, desta vez em Ribeirão Preto, cidade que abriga uma das principais filiais de sua igreja evangélica, a "Catedral do Avivamento". Manifestantes foram para a frente do templo pedir sua saída da comissão

13.mar
Folha revela que o deputado emprega no gabinete cinco pastores de sua igreja evangélica que recebem salários da Câmara sem cumprir expediente em Brasília nem em seu escritório político em Orlândia (cidade natal dele, no interior de São Paulo, a 365 km da capital).

13.mar
Na primeira sessão da Comissão de Direitos Humanos, Feliciano enfrenta protestos, bate-bocas e questionamentos. Em quase duas horas de sessão, marcada pela intervenção constante de movimentos sociais, o pastor pediu "humildes desculpas" e um "voto de confiança".

16.mar
Pelo segundo fim de semana seguido, manifestações pelo país pela saída do pastor da presidência da comissão tomas as ruas. Em São Paulo, a passeata começou na avenida Paulista e terminou na praça Roosevelt (centro)

18.mar
Com o acirramento das críticas, Feliciano divulga em sua conta na rede social Twitter um vídeo que chama de "rituais macabros" os atos contra a sua indicação para o cargo

20.mar
Na segunda reunião da comissão sob o comando de Feliciano, a sessão é suspensa após novos protestos de movimentos sociais

21.mar
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pressiona para que Feliciano renuncie à presidência da Comissão e dá prazo até terça-feira (26) para uma solução

26.mar
O PSC decide manter Feliciano na presidência da comissão

 

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