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28/03/2013 - 03h30

Contratado por Aécio, 'antimarqueteiro' diz que não vende ilusões

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NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

"Não sou vendedor de ilusões. Não sou marqueteiro." A frase é de Renato Pereira, 52, o homem que cuidará da imagem do senador tucano Aécio Neves até a disputa presidencial de 2014.

Ele rejeita a alcunha de guru; tampouco gosta da associação inevitável com publicitários que fizeram nome vendendo a ideia de que podiam, do nada, inventar candidatos e vitórias.

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Daniel Marenco - 3.out.2012/Folhapress
Marqueteiro Renato Pereira, em estúdio de gravação dias antes da eleição que reelegeu o prefeito do Rio, Eduardo Paes
Marqueteiro Renato Pereira, em estúdio de gravação dias antes da eleição que reelegeu o prefeito do Rio, Eduardo Paes

Pereira, aliás, foge à outra regra: é antropólogo. "Fazemos algo coletivo. Não é trabalho de uma estrela", costuma dizer.

Filho de diplomata, nasceu na Suíça, mas criou-se no Rio.

Foi a antropologia e a paixão pelo cinema que o levaram a morar no Xingu no fim da década de 1980. Tarefa: ensinar aos índios técnicas de filmagem.

Tornou-se amigo do cacique Raoni, que rodou o mundo para preservar a Amazônia com uma câmera portátil a tiracolo.

Agora, assume nova missão: virar a sorte do PSDB após três derrotas nacionais para o PT. Sua escolha, a propósito, interrompe a "era Luiz González", autor das três últimas campanhas presidenciais para o partido.

Há cerca de um mês, Renato Pereira soube por um amigo do interesse do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu nome.

Duas semanas depois, encontrava-se com Aécio Neves. "Ele chegou com um capacete na mão. Gostei logo", disse à Folha o senador mineiro, entusiasmado com o "estilo jovem" do auxiliar.

Além do motociclismo, descobriram outro interesse em comum: esportes radicais.
Aécio tem dito que disputará a eleição vendendo a ideia do "pós-Lula". Pereira fez recentemente algo próximo a isso na Venezuela.

Indicado por um colega norte-americano, assumiu em 2012 a candidatura de Henrique Capriles, o opositor que deu trabalho à reeleição de Hugo Chávez.

Fez isso apostando na versão "light" do candidato, um governador popular que apontava o dedo contra falhas da gestão bolivariana, nunca contra o popular presidente da República.

No Brasil, produziu filmes como "Bruna Surfistinha" e videoclipes para bandas. Na política, executou as duas campanhas de Eduardo Paes (PMDB) a prefeito do Rio e todas as candidaturas do atual governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) desde 1998.

"Olha, aposto uma garrafa de vinho que o Capriles vai ganhar a eleição", lançou um confiante Cabral à presidente da República dias antes da votação no país vizinho.

Dilma Rousseff ganhou o desafio. Ali, ela torcia por Chávez --um aliado-- e por seu próprio marqueteiro, o jornalista João Santana.

Foi lá, em Caracas, que os dois estrategistas se enfrentaram pela primeira vez numa disputa nacional. Em 2014, PT e PSDB viabilizarão um novo encontro --ou duelo, como preferem alguns.

 

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