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10/04/2013 - 12h31

Ministros do Supremo evitam comentar declarações de Dirceu sobre Fux

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ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e Dias Toffoli disseram nesta quarta-feira (10) que não iram se pronunciar sobre as declarações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a respeito do ministro Luiz Fux.

Condenado a mais de dez anos no julgamento do mensalão, Dirceu contou em entrevista à Folha e ao UOL que Fux o "assediou moralmente" quando fazia campanha para ingressar no STF e prometeu absolvê-lo no caso.

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"Sabe que horas cheguei aqui? Sete horas da manhã. Não li o jornal. Realmente não li. Nem sabia", disse a ministra Cármen Lúcia, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A ministra participou na manhã de hoje de encontro da Corte eleitoral, que contou com a participação de representantes dos partidos políticos, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL).

Andre Borges - 29.ago.2012/Folhapress
Ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia no plenário do STF durante o julgamento do mensalão
Ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia no plenário do STF durante o julgamento do mensalão

Lúcia estava ainda acompanhada do ministro Dias Tóffoli, que também não quis comentar as declarações de Dirceu. "Também não li", disse, sorririndo em seguida.

Ao ser questionado sobre a mesma pergunta, o presidente da Câmara, antes de começar a falar, foi interrompido por Cármen Lúcia: "Então, nesse caso, vou pedir licença porque sou membro do Supremo Tribunal Federal".

Em meio ao clima de constrangimento, Alves disse que acompanharia a ministra. "Posso acompanhar também". As declarações do deputado desencadearam risadas dos presentes.

"Precisamos ler primeiro para depois dar declarações", emendou Renan.

Na entrevista, Dirceu conta que a reunião entre ambos ocorreu num escritório de advocacia de conhecidos comuns. Ao relatar esse encontro, Dirceu faz uma acusação grave. O ex-ministro afirma não ter perguntado "nada" [mas Fux] "tomou a iniciativa de dizer que ia me absolver".

Num outro trecho da entrevista, segundo Dirceu, "ele [Fux], de livre e espontânea vontade, se comprometeu com terceiros, por ter conhecimento do processo, por ter convicção".

O ex-ministro afirma ainda que Fux "já deveria ter se declarado impedido de participar desse julgamento [do mensalão]".

No início de 2011, Fux foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para o STF. Durante o julgamento do mensalão, votou pela condenação de Dirceu --que acabou sentenciado a de dez anos e dez meses de reclusão mais multa.

Em entrevista à Folha em dezembro do ano passado, Fux admitiu ter se encontrado com Dirceu, mas negou ter dado qualquer garantia de absolvição. "Se isso o que você está dizendo [que é inocente] tem procedência, você vai um dia se erguer", teria sido a frase que o então candidato ao STF ofereceu ao petista.

 

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