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Ministros do Supremo evitam comentar declarações de Dirceu sobre Fux
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ERICH DECAT
DE BRASÍLIA
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e Dias Toffoli disseram nesta quarta-feira (10) que não iram se pronunciar sobre as declarações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a respeito do ministro Luiz Fux.
Condenado a mais de dez anos no julgamento do mensalão, Dirceu contou em entrevista à Folha e ao UOL que Fux o "assediou moralmente" quando fazia campanha para ingressar no STF e prometeu absolvê-lo no caso.
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"Sabe que horas cheguei aqui? Sete horas da manhã. Não li o jornal. Realmente não li. Nem sabia", disse a ministra Cármen Lúcia, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A ministra participou na manhã de hoje de encontro da Corte eleitoral, que contou com a participação de representantes dos partidos políticos, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL).
Andre Borges - 29.ago.2012/Folhapress | ||
Ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia no plenário do STF durante o julgamento do mensalão |
Lúcia estava ainda acompanhada do ministro Dias Tóffoli, que também não quis comentar as declarações de Dirceu. "Também não li", disse, sorririndo em seguida.
Ao ser questionado sobre a mesma pergunta, o presidente da Câmara, antes de começar a falar, foi interrompido por Cármen Lúcia: "Então, nesse caso, vou pedir licença porque sou membro do Supremo Tribunal Federal".
Em meio ao clima de constrangimento, Alves disse que acompanharia a ministra. "Posso acompanhar também". As declarações do deputado desencadearam risadas dos presentes.
"Precisamos ler primeiro para depois dar declarações", emendou Renan.
Na entrevista, Dirceu conta que a reunião entre ambos ocorreu num escritório de advocacia de conhecidos comuns. Ao relatar esse encontro, Dirceu faz uma acusação grave. O ex-ministro afirma não ter perguntado "nada" [mas Fux] "tomou a iniciativa de dizer que ia me absolver".
Num outro trecho da entrevista, segundo Dirceu, "ele [Fux], de livre e espontânea vontade, se comprometeu com terceiros, por ter conhecimento do processo, por ter convicção".
O ex-ministro afirma ainda que Fux "já deveria ter se declarado impedido de participar desse julgamento [do mensalão]".
No início de 2011, Fux foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para o STF. Durante o julgamento do mensalão, votou pela condenação de Dirceu --que acabou sentenciado a de dez anos e dez meses de reclusão mais multa.
Em entrevista à Folha em dezembro do ano passado, Fux admitiu ter se encontrado com Dirceu, mas negou ter dado qualquer garantia de absolvição. "Se isso o que você está dizendo [que é inocente] tem procedência, você vai um dia se erguer", teria sido a frase que o então candidato ao STF ofereceu ao petista.
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