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Movimentos sociais se dividem entre apoio a Dilma e neutralidade nas eleições
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TATHIANA BARBAR
DE SÃO PAULO
Alinhados com o PT, os movimentos sociais estão divididos entre o apoio à pré-candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, e a neutralidade nas eleições. Mesmo assim, somam cerca de 8 milhões os que estão sob o comando de entidades que já declararam voto à ex-ministra.
Entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e UBM (União Brasileira de Mulheres) vão apoiar Dilma, enquanto UNE (União Nacional dos Estudantes), Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se manterão independentes e não farão campanha para nenhum candidato.
Segundo o presidente da UNE, Augusto Chagas, o assunto foi discutido há cerca de 30 dias por delegados que participaram do congresso da entidade, no Rio de Janeiro.
"Houve polêmica sobre se manter ou não independente, mas é a melhor contribuição que podemos dar [manter a neutralidade]. Quem deve ter candidatos são os partidos políticos. Os movimentos sociais apenas ouvem as propostas dos candidatos."
A CUT, por sua vez, optou por apoiar a pré-candidata da "continuidade". "Não queremos o retrocesso, com a volta do PSDB. Passamos por crise, políticas neoliberais, criminalização dos movimentos sociais e falta de diálogo", disse o presidente da entidade, Artur Henrique da Silva Santos.
Santos saiu em defesa das ações do governo Lula, afirmando que elas tiveram avaliação positiva, com a geração de empregos e inclusão de políticas públicas. "Queremos a continuidade desse processo."
Assembleia
Nesta segunda-feira, 28 entidades esperam reunir 3.000 pessoas numa assembleia, em São Paulo, para discutir o texto de reivindicações dos movimentos sociais aos candidatos nas eleições.
Segundo a CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), apesar de o governo Lula ter sido o que mais dialogou com os movimentos sociais brasileiros, as mobilizações e a pressão popular irão se acirrar em 2011, independentemente do resultado eleitoral.
Além de aprovar o texto, a assembleia servirá também para organizar as próximas mobilizações unificadas. Os movimentos sociais ainda estudam a criação de comitês populares de campanha.
Reivindicações
O texto a ser discutido durante a assembleia conta com cinco temas: "Soberania Nacional", "Desenvolvimento", "Democracia", "Mais Direitos ao Povo" e "Solidariedade".
Além disso, o documento deve incluir novas bandeiras, como a defesa do pré-sal, a política de desenvolvimento social e ambientalmente sustentável, valorização do trabalho, universalização da internet banda larga e o fim das patentes de remédios.
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