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14/06/2010 - 09h00

Lula sabe que Dilma está longe de empolgar

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VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

"Eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula." A frase do presidente Lula talvez seja a que melhor sintetize o clima da convenção petista que oficializou a ex-ministra candidata.

Num encontro previsível, com uma militância comportada e ensaiada, o roteiro buscou fazer de Dilma a personagem principal do evento, mas quem roubou a cena foi o presidente.

Numa fala de improviso, Lula disse que o "bicho vai pegar", para delírio da plateia. Longe do palco, sentado entre os militantes, Gilberto Carvalho, seu chefe de gabinete, traduziu a fala do chefe.

"Ele vai entrar pesado na campanha depois da Copa do Mundo. Vai estar à disposição da equipe de Dilma à noite e nos finais de semana. Não vai descansar."

Em outras palavras, Lula vai grudar sua imagem mais do que nunca em Dilma. Tanto que o eleitor realmente pode votar na petista pensando estar dando ao presidente um terceiro mandato.

Quem acompanhou a convenção entenderá bem as razões de Lula. Além do seu desejo de fazer o sucessor, ele sabe que sua criatura, mesmo tendo melhorado muito, está longe de empolgar.

Seu discurso foi longo, ainda num tom monocórdico, deixando a militância sonolenta. Não só ela, mas toda a mesa do evento.

Enquanto Dilma discursava, Lula conversava com sua mulher, Marisa Letícia. Chegou até a bocejar. O peemedebista Michel Temer, seu vice, estava com o olhar perdido. A seu lado, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, buscava amigos na plateia.

Com certeza, viu colegas como José Dirceu e os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) aproveitarem o momento para tirar fotos com militantes.

Eles sabiam que tudo seguia um roteiro feito para ser filmado e mostrado nos programas de TV. O tom enfadonho de Dilma ganhará ares de entusiasmo graças a uma boa edição.

A militância comportada vai parecer a dos velhos tempos do PT. Treinada antes do evento, seguiu os comandos dos animadores para produzir imagens para a equipe de marketing.

Uma militância, por sinal, formada na maior parte por mulheres. Grupo em que Dilma não tem desempenho satisfatório nas pesquisas.

 

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