Vice de Fogaça e outros 27 são impugnados pela Procuradoria Eleitoral no RS

A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul impugnou 28 das 926 candidaturas registradas para as eleições deste ano no Estado. Entre os impugnados estão o candidato a vice-governador na chapa de José Fogaça (PMDB-PDT), Pompeo de Matos (PDT), e o deputado federal Sérgio Moraes (PTB).

Pompeo de Matos, tão logo soube de sua impugnação, disse, em entrevistas a emissoras de rádio de Porto Alegre, que é vítima de uma perseguição do Ministério Público. Os impugnados terão até o próximo dia 5 de agosto para contestarem.

O procurador regional eleitoral, Carlos Augusto Cazarré, negou qualquer perseguição do órgão a algum candidato. Segundo ele, as impugnações foram decididas sobre fatos e com base na lei da Ficha Limpa, sem personalizar as análises.

As 28 impugnações neste processo eleitoral mostram um pequeno aumento em relação às 22 impugnações nas eleições de 2006, quando não estava em vigor a Lei Complementar 135, a lei da Ficha Limpa.

Cazarré, que esperava um aumento significativo no número de impugnações neste ano, atribui o pequeno aumento das impugnações à cautela dos partidos políticos, que evitaram registrar candidaturas passíveis de impugnações.

OPINIÃO PÚBLICA

O deputado federal Sérgio Moraes foi impugnado por ter uma condenação, com trânsito em julgado, por improbidade administrativa, quando era prefeito de Santa Cruz do Sul (RS), entre 1997 e 2004.

Moraes ficou conhecido por seu discurso na Câmara, em maio do ano passado, quando disse que se "lixava" para a opinião pública. "Estou me lixando para a opinião pública. Até porque parte da opinião pública não acredita no que vocês [da imprensa] escrevem. Você batem, mas a gente se reelege", disse.

Na época, ele justificou seu discurso ao afirmar que estava se dirigindo a um repórter e não à opinião pública. Procurado pela Folha, Moraes --que está em um congresso sobre a produção de fumo em Buenos Aires (Argentina)-- não respondeu aos telefonemas.