Tolhidos por marqueteiros, candidatos não expõem ideias, diz editora do caderno Poder

A jornalista Vera Magalhães, 37, editora do caderno Poder da Folha, participou de bate-papo nesta quinta-feira (19) sobre o início do horário eleitoral gratuito na TV e o debate Folha/UOL com os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva, PV), realizado na quarta-feira em São Paulo.

Para ela, tolhidos pelos marqueteiros e pelos temas-tabus, os candidatos têm evitado expor suas ideias. Leia a íntegra abaixo.

Arquivo pessoal

A jornalista Vera Magalhães conversou com internautas nesta quinta-feira sobre as eleições e o debate Folha/UOL

Participaram do chat 238 pessoas. Veja a agenda de bate-papo do UOL.

O texto abaixo reproduz exatamente a maneira como os participantes digitaram suas perguntas e respostas.

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Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Converse agora com Vera Magalhães sobre o Debate Folha UOL com presidenciáveis. Para enviar sua pergunta, selecione o nome do convidado no menu de participantes. É o primeiro da lista.

(05:03:25) vera magalhães: Gente, desculpem o atraso

(05:03:36) vera magalhães: Estava em uma reunião que se estendeu além do previsto

(05:09:19) PAULO fala para vera magalhães: NA SUA VISÃO QUEM LEVOU MAIOR VANTAGEM NO DEBATE?

(05:07:56) vera magalhães: Olá, Paulo. O Serra adotou estratégia nova, de partir para o ataque, em função das pesquisas. Dilma se saiu bem no teste do confronto direto, algo em que não é experiente. Dizer quem se saiu melhor é relativo. Ainda precisaremos de alguns dias para ver como o eleitorado reage a essa postura mais agressiva do tucano.

(05:08:02) debby fala para vera magalhães: Vera, a Marta disse no twitter que achou muito pesada a pergunta sobre câncer para a Dilma. Oq vc acha sobre isso?

(05:09:26) vera magalhães: Debby, não acho pesada e acho absolutamente necessária. Nos Estados Unidos, uma democracia mais avançada, Bill Clinton teve de ir à TV falar sobre um caso extra=-conjugal. A saúde de um governante é tema de prioridade nacional. Basta ver a naturalidade com que o vice-presidente José Alencar trata de seu câncer.

(05:09:43) Douglas fala para vera magalhães: Quem expôs as ideias mais plausíveis de serem executadas com êxito, na sua opinião?

(05:11:21) vera magalhães: Douglas, poucas foram as ideias esmiuçadas direito no debate, que foi mais político e menos programático. Marina ficou falando muito de reforma política, que é algo abstrato e difícil de executar. Pior: os arremedos de reforma política que o Congresso faz muitas vezes pioram o quadro. A proposta de Serra para o ensino técnico parece interessante. E Dilma prometeu Minha Casa Minha Vida 2, mas o primeiro ainda está engatinhando. Achei puro marketing, nesse caso.

(05:11:55) André fala para vera magalhães: Vera, considerando os dois debates realizados (Band e Folha/Uol) é possível que haja uma retração dos votos para o candidato José Serra migrados para candidata do PV (Marina Silva)? Ou com o apóio consolidado do Estado de São Paulo, Serra conseguirá disputar o segundo turno com Dilma Roussef (PT)?

(05:13:15) vera magalhães: André, claramente Marina mudou de estratégia para tentar fisgar votos de Serra. Se vai funcionar, as próximas pesquisas vão mostrar. Serra precisa de mais do que São Paulo para assegurar o segundo turno: precisa recuperar votos em Minas e na região Sul, onde liderava e vem perdendo terreno.

(05:13:28) Eduardo fala para vera magalhães: O que vc tem a dizer sobre toda a repercussão que o debate teve no brasil e no mundo?

(05:14:51) vera magalhães: Eduardo, eu fiquei muito feliz com essa repercussão, e principalmente com o fato de o debate ter rendido efetivamente o mais aberto confronto até agora entre aqueles que postulam a Presidência. Os debates andam muito engessados, e conseguimos um formato um pouco mais aberto. Ainda há muito a avançar, e espero que a legislação eleitoral se torne menos restritiva.

(05:15:15) Mr Gerolla fala para vera magalhães: Boa tarde Vera...Particularmente nenhum dos candidatos me convencem de que estão concorrendo à presidência por querer melhorar o Brasil. Acredito que façam isso apenas por interesses pessoais. O que você, que deve ter acompanhado o debate ao vivo, pensa a respeito?

(05:16:41) vera magalhães: Mr Gerolla, acho que este é o grande problema da atual campanha: muito tolhidos pelos marqueteiros e pelos temas-tabus, os candidatos têm evitado expor suas ideias. Entendo sua situação. Cabe a nós, da imprensa, tentar esmiuçar melhor essas ideias e confrontá-las com o que eles efetivamente realizaram quando tiveram cargos executivos. Espero que a Folha consiga dar conta dessa tarefa, que é fundamental.

(05:16:47) Douglas fala para vera magalhães: Vejo muitas pessoas criticando a qualidade dos candidatos para esta eleição. Você acredita que esta eleição será decidida por conta das avaliações sobre os governos de FHC e Lula?

(05:19:06) vera magalhães: Douglas, eu não acho que estejamos mal servidos de candidatos, não. Temos dois partidos que se consolidam como os que disputam a preferência do eleitorado e isso é o que acontece numa democracia madura e uma terceira via que aponta para um tema importante, que é o meio ambiente. Os três têm, em maior ou menor grau, uma obra como administradores e não há nada sobre eles que os desabone. Já tivemos candidatos piores no passado, eu acho. Acredito que o Brasil entrou numa rota de avanços institucionais e econômicos que é consistente, obra de vários governos. Sim, as avaliações de Lula e FHC serão o pano de fundo da escolha, sem dúvida.

(05:19:30) carlos fala para vera magalhães: Vera, oq vc achou sobre o comportamento dos tres candidatos no Debate? Pode designar uma palavra que defina cada um deles durante o debate?

(05:21:53) vera magalhães: Carlos, achei que cada um cumpriu uma estratégia pré-estabelecida, visando a um objetivo. Em baixa nas pesquisas, Serra precisava chamar Dilma para o ringue, confrontá-la. Ela, por outro lado, jogou para empatar: não podia cometer nenhuma gafe que a inviabilizasse nem demonstrar a insegurança que demonstrou no debate da Band. Marina, espremida na polarização, parece que agora vai tentar pescar votos no eleitorado de Serra. Em uma palavra? Serra: atacante. Dilma: zagueira. Marina: reserva

(05:22:02) Mael fala para vera magalhães: Fala-se muitos das pesquisas eleitorais, podemos confiar nelas?

(05:23:37) vera magalhães: Mael, são vários institutos, que usam metodologias às vezes diferentes. O que posso lhe dizer é que o Datafolha, que tradicionalmente é o norte da cobertura da Folha, tem uma equipe estritamente séria e competente, se guia por parâmetros técnicos, faz uma amostragem maior que os concorrentes e tem um histórico de seriedade e acertos comprovados. E, importante, tem como regra não fazer pesquisas para partidos políticos, o que acho importante.

(05:23:37) Valério fala para vera magalhães: Vera, vocês apuraram se nova postura do Serra foi uma imposição dele, ou uma decisão conjunta com os seus marketeiros e assessores?

(05:24:41) vera magalhães: Valério, foi uma decisão conjunta e uma cobrança dos aliados, que sentiam dificuldade de sustentar uma candidatura que era de oposição, mas hesitava em criticar o governo. Acho que ainda podemos esperar novos testes de tática, idas e vindas.

(05:24:41) André fala para vera magalhães: Plínio Arruda até pouco tempo era desconhecido no cenário político. Após algumas citações polêmicas em entrevistas e até mesmo no debate realizado na Band ele ganhou mais visibilidade. Já que a internet é um meio democrático e como você mesmo ressalta "o debate ter rendido efetivamente o mais aberto confronto até agora entre aqueles que postulam a Presidência", por que ele não estava presente?

(05:26:32) vera magalhães: André, o debate da web permite que se convidem menos candidatos, o que não é permitido na TV pela lei eleitoral. A ideia de restringir é justamente aumentar as possibilidades de confronto entre aqueles que, pelas pesquisas, efetivamente podem ir para o segundo turno e vencer as eleições. Sim, Plínio ganhou uma notoriedade, principalmente na web (não pontuou no Datafolha mesmo depois do debate). O critério usado foi chamar candidatos que tinham mais de 10% quando o debate foi acertado.

(05:27:02) Israeli fala para vera magalhães: Com a mudança de estratégia do Serra, ele poderá ganhar ou perder votos?

(05:28:49) vera magalhães: Israeli, taí uma pergunta difícil de responder. O receituário clássico da marquetagem diz que quem ataca, perde. O próprio marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, é partidário dessa tese. Por outro lado, ele tem de tentar desconstruir a adversária para provocar o segundo turno, pela situação atual das pesquisas. O risco é o eleitor achar que ele partiu para o desespero, ou que usa de preconceito contra Dilma por ser mulher (como já ouvimos). Só as próximas pesquisas vão mostrar se foi positivo ou não. Serão fundamentais.

(05:29:31) FariaFride fala para vera magalhães: VERA, as emissoras de tv perdem $ como o horário eleitoral?

(05:30:37) vera magalhães: Vera, não perdem nada, porque são beneficiadas com a renúncia fiscal. A conta é paga pelo Tesouro. Estima-se que a conta para a "Viúva", como diz o Elio Gaspari, seja de R$ 856 milhões neste ano.

(05:30:43) Anderson Dias fala para vera magalhães: Vera, as pesquisas de intenção de votos, apontam o ranking dos candidatos mostrando suas posições. Isso faz com que eles esqueçam a humildade?

(05:30:55) vera magalhães: Sorry, ato falho. Fui responder para FariaFride e pus meu nome.

(05:32:08) vera magalhães: Anderson, muitas vezes sim. Por isso a ordem no comando da campanha de Dilma, por exemplo, é não calçar salto alto. Apesar disso, tem muito petista partindo para o ''já ganhou'', na web, nas redes sociais e em discursos. Isso é perigoso e inverídico, porque ainda temos 45 dias até as eleições.

(05:32:14) Anderson Dias fala para vera magalhães: Vera, o debate na Internet aproxima mais o eleitor dos candidatos. Para eles isso também é perceptivel uma vez que nem todo mundo possui um computador?

(05:33:33) vera magalhães: Anderson, eu acho que sim. A campanha na internet ganhou importância neste ano e, não sei se vc viu, nas considerações finais todos eles mandaram recados específicos para o público internauta, que tem como característica ser mais engajado e mais informado. E também bastante crítico e exigente.

(05:33:33) Luciano Frontelle fala para vera magalhães: E quanto as pesquisas, elas ajudam ou atrapalham o eleitor? Não é raro encontrar pessoas que desistem de apoiar uma candidatura ou até mesmo deixar de apoiá-la pelo seu candidato estar mal nas pesquisas.

(05:35:13) vera magalhães: Luciano, acho que as pesquisas são importantes para que o eleitor saiba qual é o quadro. Podem ter o efeito negativo de desanimar o eleitor do candidato que está atrás, porque já foi medido em pesquisas que tem uma parcela da população que não gosta de ''jogar o voto fora'', em alguém que vai perder. Isso acontece, sim. Não só entre eleitores, mas entre aliados. Por outro lado, proibir ou esconder pesquisas seria um desserviço à democracia e à liberdade de informação.

(05:35:31) Douglas fala para vera magalhães: Vera, este assunto não foi abordado pelos candidatos até o momento. Qual será a política externa brasileira de acordo com cada candidato, visto que a globalização e o multilateralismo exigem um alto grau de importância no desenvolvimento desta política no cenário mundial?
(05:36:53) vera magalhães: Douglas, essa questão é fundamental e nós aqui da Folha também sentimos falta desse tema no debate. Tanto que pontuamos isso numa das reportagens do caderno. Há muito bate-boca nessa seara e pouca clareza sobre a linha a seguir.

(05:36:59) Paulão fala para vera magalhães: Vera, boa tarde... Os números que são jogados de % disso e daquilo, muitas vezes não são verdadeiros, alguem fará algum comentário sobre isto..??

(05:38:42) vera magalhães: Paulão, não entendi sua pergunta. Vc se refere aos percentuais de intenção de votos nas pesquisas ou de percentuais citados pelos candidatos entre suas realizações? Se for o primeiro, acho que as pesquisas têm rigor técnico e estatístico. Se for o segundo, aqui na Folha criamos as seções "Mentirômetro'' e "Promessômetro'' justamente para mostrar se há erros nesses dados. Recentemente demos uma reportagem do Gustavo Patu mostrando várias distorções de números do Ministério da Fazenda

(05:38:48) Luciano Frontelle fala para vera magalhães: Vera, primeiramente boa tarde. Como a Sra. avalia o desempenho da candidata Marina Silva, que saiu um pouco da coalisão e partiu para as criticas e confronto de ideias com os outros candidatos?

(05:40:00) vera magalhães: Luciano, acho que Marina ainda precisa encontrar um discurso consistente para além do ambiental. Ela repete toda hora ser contra os "consensos ocos'' e ser uma alternativa ao ''pugilato'', mas não deixa claro o que efetivamente faria de diferente, como e com quais aliados, já que seu partido é pequeno.

(05:40:03) André fala para vera magalhães: Vera qual dos três candidatos é mais Político?

(05:40:57) vera magalhães: Certamente José Serra é mais político, na acepção da palavra. Está há mais tempo na política, tem mais experiência de negociação política, disputou mais eleições e ocupou mais cargos eletivos.

(05:41:09) Petrone fala para vera magalhães: Dona Vera, a Sra. Acredita que as pesquisas realizadas, possam mudar até o final do 1 turno? Ou a expectativa será a mesma, como anos anteriores?

(05:42:21) vera magalhães: Petrone, em primeiro lugar PELO AMOR DE DEUS não me chame de dona :D Eu acho que o horário eleitoral e os debates podem ajudar a mudar as pesquisas, sim. Em 2008 Gilberto Kassab começou o horário eleitoral atrás, e foi eleito. O mesmo com Eduardo Campos em Pernambuco, em 2006, e poderia citar vários casos.

(05:42:27) Paulistano fala para vera magalhães: Vera, boa tarde. O candidato Serra falou hoje que existem "blogs sujos", mas não citou nomes. O fato de generalizar dessa maneira não coloca todo mundo no mesmo balaio? Há muitos blogs informativos e sérios, ou não?

(05:43:22) vera magalhães: Paulistano, claramente existem muitos blogs informativos sérios. Acho que Serra considera ''sujos'' os que são contra ele.

(05:43:28) Petrone fala para vera magalhães: A reportagem da revista època, sobre a Dilma (mencionando os atos e fatos com fotos e etc...) podem influenciar o eleitor? Se afirmativo, podemos pensar de 2 formas: 1º- Atenção eleitor a mulher é barra pesada * 2º- Pode levar o eleitor a achar que se trata de uum golpe poiltico de baixo nível, o que a senhora pensa sobre?

(05:44:50) vera magalhães: Petrone, acho que não há temas-tabus em campanha eleitoral. Principalmente para uma candidata que nunca disputou nenhuma eleição, toda informação, desde que checada e divulgada de forma responsável, é relevante. A capa da Época é uma reportagem com documentos, em tom sóbrio. Não vejo baixo nível nenhum ali. Baixo nível, a meu ver, é querer interditar toda discussão.

(05:45:02) jorgeavila fala para vera magalhães: Olá, boa tarde. Sou paranaense e não consigo entender uma coisa nessas eleições: Nas últimas pesquisas realizadas Dilma passou o Serra em SP onde ele é ex-governador e ex-prefeito, mas na disputa para o Governo de SP o que se vê é uma "surra" do Geraldo no Mercadante nas pesquisas. Como explicar isso, o eleitor paulista não esta votando no "PT" e "PSDB" e sim na Dilma e no Geraldo?

(05:46:38) vera magalhães: jorgeavila, sua observação é importante. Fiz uma análise exatamente sobre isso no jornal do sábado passado. Se vc for assinante poderá ver. Alckmin se beneficia da boa avaliação do governo Serra, mas parece haver uma parcela da população do Estado que aprova Lula também, e vota em Dilma. O PSDB terá de colar as duas campanhas se quiser que Serra repita a votação de Alckimin. E já programam fazer isso.

(05:46:51) Michel_Esteves fala para vera magalhães: Vera, gostaria de saber a sua opinião sobre as pesquisas eleitorais. Como explicar uma diferença muito grande entre as intenções de votos da Dilma e do Serra no IBOPE, DATAFOLHA, SENSUS e VOX POPULI?

(05:47:15) vera magalhães: jorgeavila, só um reparo: no Estado, Serra caiu, mas ainda está na frente de Dilma. Na cidade há empate técnico

(05:47:55) André fala para vera magalhães: Vera, qual sua opinião sobre o fato de Lula ter dito em fevereiro que não iria se intrometer nas decisões do futuro presidente e recentemente disse que talvez conversasse um pouco sobre algumas decições políticas que o futuro Presidente tomaria? Caso Dilma seja eleita presidente, é possível que Lula interfira de tal forma que a candidata seja apenas um "fantoche" de Lula? Ou como DIlma mostra ser uma pessoa de personalidade forte isso não possa acontecer?

(05:48:07) vera magalhães: Michel_Esteves, não cabe a mim opinar sobre os demais institutos. Na Folha temos como parâmetro as pesquisas do Datafolha, instituto cujos critérios técnicos e os acertos mencionei algumas perguntas atrás

(05:48:42) bern fala para vera magalhães: A situação do Serra é reversível?

(05:50:18) vera magalhães: André, é difícil prever. Há casos em que os ''padrinhos'' de candidatos novos romperam com suas crias, como Quércia-Fleury, Maluf-Pitta, Cesar Maia-Conde e muitos outros. Lula é um mito no PT. Será difícil fugir totalmente de sua influência. Por outro lado, a Presidência da República tem um poder inimaginável, e é difícil achar que Dilma vá se submeter totalmente ao antecessor, se eleita. Essa relação vai ser um dos principais pontos a ser observados caso ela de fato vença as eleições, o que ainda não está dado.

(05:50:30) Anderson Dias fala para vera magalhães: Vera, a mídia as vezes parece favorecer alguns candidatos, isso pode incentivar os eleitores, ou atrapalhar na escolha?

(05:51:24) vera magalhães: bern, já respondi mais ou menos isso. Vai depender de como o eleitor vai assimilar essa total associação de Lula com Dilma (excessiva? vão achar que falta personalidade à candidata?) ou como vai reagir à subida de tom de Serra, que, como disse antes, pode soar como agressiva demais ou sinal de desespero. Vamos todos ficar de olho nas próximas pesquisas.

(05:51:30) Rodrigo fala para vera magalhães: Vc acha que no Brasil as mulheres tem menos chance de chegar na presidencia do país?

(05:52:43) vera magalhães: Rodrigo, pelo que mostram as pesquisas isso está deixando de ser um tabu. Dos três candidatos que aparecem com mais pontos nas pesquisas, duas são mulheres. Pode não ser agora, mas acho que o país está maduro e preparado para ter todos os segmentos na Presidência.

(05:52:49) brad fala para vera magalhães: dilma esta na frente do serra, na opinião da senhora quem ganha a eleição?

(05:53:49) vera magalhães: brad, não cabe a mim, como editora, fazer previsões. Eleição se faz a cada dia, fatos são imprevisíveis, o eleitor ainda pode não ter definido. Não dá para prever nada, só para acompanhar, informar e apurar, que são as missões do jornalismo.

(05:53:55) Mari fala para vera magalhães: Vera, já houve alguma vez na história de um país duas mulheres lutando por uma vaga à presidencia x candidato homem?

(05:56:11) vera magalhães: Mari, sim, claro. Michelle Bachelet foi eleita em 2006 disputando contra um homem, o Sebastian Piñera. A atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner, idem. Para ficar só em dois exemplos da América do Sul.

(05:56:17) Paulistano fala para vera magalhães: Não sei se já perguntaram antes, mas hoje em dias as pessoas não ficam muito voltadas para resultados das pesquisas e pouco para os discursos e propostas dos candidatos?

(05:57:23) vera magalhães: Paulistano, sim, cada vez mais. Ainda mais com o marketing político ganhando cada vez mais espaço e importância. Cabe ao jornalismo tirar esse véu, como diz hoje o editorial da Folha. Espero que cumpramos essa missão primordial para a democracia. O debate de ontem foi um marco nesse sentido.

(05:57:23) André fala para vera magalhães: No debate, o jornalista questionou Dillma sobre sua saúde. Ontem ela realizou exames e segundo o hospital ela está ótima. Apesar de ter sido uma pergunta simples, a Folha não está tentando induzir que DIlma pode não conseguir cumprir seu mandato. Qual sua opinião sobre este fato?

(06:00:02) vera magalhães: André, invertendo sua pergunta: se ela estivesse doente, não haveria o risco de não cumprir o mandato? Não é legítimo que o eleitor saiba como vai a saúde dos governantes? O vice José de Alencar luta contra câncer há anos, sempre falando abertamente sobre isso. O mesmo fez o ex-governador Mário Covas. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, sabe-se agora que enfrenta um câncer mais grave que o que Dilma teve. Isso não é crucial para o destino do país? Por que haveria embargo a uma pergunta como essa? Acho muito preocupante que a população, justamente a mais interessada, se choque com isso.

(06:00:32) Anderson Dias fala para vera magalhães: Vera, qual dos três candidatos a partir do debate de hoje estaria mais preparado para governar o país?

(06:02:43) vera magalhães: Anderson Dias, quem está mais preparado para responder isso é o eleitor, a partir de suas aspirações, suas convicções e suas prioridades para o país. Isso é a maravilha da democracia, e é por isso que ela é um regime insubstituível, insofismável. E é por ela que nós lutaremos sempre. Faça você sua avaliação!

(06:03:41) vera magalhães: Muito obrigada a todos pelo papo. Continuem lendo conteúdo exclusivo na Folha impressa, notícias quentes na Folha.com, seguindo nosso perfil no Twitter no folha_poder. E quem quiser me seguir, é veramagalhaes. Respondo sempre! Bjs a todos

(06:03:41) Moderadora UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Vera Magalhães e de todos os internautas. Até o próximo!